Figuras de linguagem: conheça as figuras de sintaxe!

Figuras de linguagem: conheça as figuras de sintaxe!

As figuras de linguagem são um tema importantíssimo no estudo para concursos militares, visto que são cobrados todos os anos nesses certames. Elas se dividem em figuras de palavras, de sintaxe, de pensamento e de som.

Neste post, o Estratégia Militares trouxe um compilado com as principais figuras de sintaxe presentes na língua portuguesa. Ao final, você poderá testar o que aprendeu com algumas questões que recolhemos de concursos militares de anos passados.

Quais são as figuras de sintaxe?

As figuras de sintaxe trabalham com uma alteração na ordem sintática comum. Essa alteração tem como objetivo causar algum efeito estético ou melhorar a qualidade do texto. Nesse texto, abordaremos: o hipérbato, o pleonasmo, o anacoluto, a elipse, a zeugma, o assíndeto, o polissíndeto, a anáfora e a silepse.

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre os mais importantes concursos para as Forças Armadas brasileiras e informações sobre o mundo militar!

Hipérbato

Consiste na inversão da ordem normal dos termos na oração, ou das orações em um período. Essas inversões ocorrem sem que haja prejuízo no entendimento das frases.

Exemplos:

  • “Chegou o José”.  Na ordem direta seria: “O José chegou”; e
  • “Está pronto o cronograma”. Colocando a frase na ordem direta, temos: “O cronograma está pronto”.

Pleonasmo

O pleonasmo trata da repetição de uma ideia ou palavra a fim de realçá-la.

Exemplos:

  • “A Duda, entreguei-a todo amor que tinha”;
  • “E rir meu riso (Vinícius de Moraes); e
  • Chorou um choro como eu nunca tinha visto”.

Por muitas vezes, o pleonasmo não é utilizado de forma poética, como uma ferramenta de realce. Nesses casos, ele pode ser classificado como pleonasmo vicioso. Como exemplo temos as expressões: “subir para cima”; “descer para baixo”.

Anacoluto

O anacoluto se caracteriza pela quebra na estrutura lógico-sintática da frase, cujos termos ficam isolados e, consequentemente, sem função sintática.

Exemplos: 

  • Homens, como falam bobagens”;
  • Inconfidência Mineira, hoje vamos discutir sobre as revoltas ocorridas no Brasil”; e
  • O estudo, lembro-me de todas aquelas horas de dedicação”.

Elipse

Significa a omissão de palavras ou orações que estão subentendidas na frase, logo, não há prejuízo de sentido.

Exemplos:

  • “No turno, apenas cinco soldados”. Na frase, é perceptível a supressão do verbo “haver”. Sem a omissão, ficaria: “No turno, havia apenas cinco soldados”; e
  • “Somos muito estudiosos”. Sem elipse: Nós somos muito estudiosos”.

Zeugma

A zeugma tem seu significado muito próximo ao da elipse, sendo, inclusive, classificada como tal, em algumas provas de concursos. No entanto, a zeugma se diferencia da elipse pelo fato de omitir um termo mencionado anteriormente.

Exemplos:

  • “O Flávio passou na ESA e na EsPCEx; eu, só na ESA” – supressão do verbo “passar”; e
  • “Todos estudavam português; Lucas, matemática” – omissão do verbo “estudar”.

Assíndeto

Consiste na omissão de conectivos entre palavras ou entre orações. Essa ferramenta estilística é usada para causar uma sensação de lentidão no ritmo da frase.

Exemplos:

  • “Acordei, levantei, estudei, comi, dormi”;
  • “Nasci, cresci, morri”; e
  • “Gabriel é lindo, estudioso, simpático”.

Polissíndeto

Ao contrário do que estudamos a respeito do assíndeto, o polissíndeto tem como característica a repetição reiterada de um conectivo. Dessa vez, o objetivo é tornar o ritmo da leitura mais acelerado.

Exemplos:

  • “Acordei, e levantei, e estudei, e comi, e dormi”; e
  • “Por que ela não faz nada? nem ri, nem chora, nem fala, nem levanta!
Figuras de sintaxe

Anáfora

A anáfora também é chamada de repetição, justamente pela sua característica. Ela acontece quando o autor repete palavras ou expressões no início das frases de seu texto.

Exemplo: Quando não tinha nada, eu quis /Quando tudo era ausência, esperei /Quando tive frio, tremi” (Chico César)

Silepse

A silepse tem como característica a concordância irregular, visto que a concordância é ideológica, ou seja, com termos implícitos à frase. Podemos dividi-la em: silepse de gênero, número e pessoa.

Exemplos:

  • A multidão protestou de forma acintosa, lançaram pedras e tudo que estava por perto” (silepse de número);  
  • “Os concurseiros estamos sempre estudando” (silepse de pessoa); e
  • “Rio de Janeiro é linda (silepse de gênero).

Questões de fixação

1. (EsPCEX – 2014) Assinale a alternativa que apresenta a figura de linguagem anacoluto.

a) Eu não me importa a desonra do mundo.

b) Passarinho, desisti de ter.

c) O que não tenho e desejo é que melhor me enriquece.

d) De todas, porém, a que me cativou logo foi uma…uma… não sei se digo.

e) E espero tenha sido a última.

2. (ESA 2018)Analise os exemplos que seguem quanto à figura de linguagem e marque a

alternativa correta.

(1) João é meu irmão. Pedro, primo.

(2) Que noite escura!

(3) Os brasileiros somos alegres.

a) pleonasmo / zeugma / metáfora.

b) zeugma / pleonasmo / silepse.

c) comparação / pleonasmo / onomatopeia.

d) metáfora / zeugma / silepse.

e) zeugma / antítese / onomatopeia.

Gabarito

A questão número 1 tem como gabarito a “letra a”. A frase apresenta uma quebra que objetiva a estética, característica do anacoluto.

A questão número 2 tem como gabarito a “letra b”. Segue a explicação detalhada.

  • “João é meu irmão. Pedro, primo” – houve a omissão do termo “é meu” no segundo período, caracterizando a zeugma;
  • “Que noite escura!” – a noite é, sabidamente, escura. Frisar a ideia dessa forma, com intuito de realçar, caracteriza o pleonasmo; e
  • “Os brasileiros somos alegres.” – a concordância implícita da frase caracteriza a silepse.

Se você gosta de fazer muitas questões após o estudo da teoria ou, até mesmo, para revisar determinado assunto, o nosso Banco de Questões é a ferramenta perfeita para você! Clique no banner abaixo e confira.

BANNER_PORTAL_

Veja também:

Você pode gostar também