No universo da língua portuguesa, é importante dominar os tipos de discurso para garantir excelência nas interpretações de textos e redações — especialmente em provas de concursos. A forma como um pensamento ou uma fala é apresentada influencia diretamente a clareza, a expressividade e a compreensão de um enunciado.
Nesse contexto, os discursos direto, indireto e indireto livre são recursos linguísticos que moldam a comunicação textual, cada um com suas particularidades. Dominar essas estruturas, sabendo identificá-las, transformá-las e utilizá-las de maneira adequada, é essencial para escrever com precisão e se destacar nas avaliações mais exigentes do país.
O Estratégia Militares preparou este arquivo para que você entenda todos os detalhes sobre cada tipo de discurso. Veja a seguir!
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Conhecendo os tipos e dicas para transformá-los
O discurso direto se dá quando reproduzimos exatamente o que a pessoa disse, geralmente usando travessão ou aspas.
Exemplo: Maria disse: “Estou muito feliz hoje!” ou — Estou muito feliz hoje! — disse Maria.
Já o discurso indireto é usado quando alguém narra o que a pessoa disse, adaptando a frase à estrutura da narração.
Exemplo: Maria disse que estava muito feliz naquele dia.
O discurso indireto livre é basicamente um tipo intermediário entre o direto e o indireto. A fala da personagem aparece misturada à narração, sem marca clara de que ela está falando, mas mantendo o tom pessoal.
Exemplo: Maria estava radiante. Estava muito feliz hoje!
Como converter os discursos?
Agora chegou a hora de aprender a transformar os tipos de discursos. Essa competência exige conhecimento técnico, atenção às regras gramaticais e sensibilidade para manter o sentido original da fala.
A seguir, apresentamos exemplos práticos que ilustram como converter os discursos e explicações sobre os ajustes necessários para que a transformação seja correta.
De discurso direto para indireto
Quando se transforma uma fala do discurso direto para o indireto, é necessário adaptar o tempo verbal, pronomes, advérbios e pontuação. Isso ocorre porque a narração assume o controle da enunciação, exigindo coerência com o contexto e com a posição do narrador.
- Discurso direto: Pedro disse: “Estou muito animado para o show de hoje à noite.”
- Discurso indireto: Pedro disse que estava muito animado para o show daquela noite.
Alterações observadas:
- O tempo verbal passa de presente do indicativo (“estou”) para pretérito imperfeito (“estava”).
- O pronome de primeira pessoa (“estou”) é transportado para a terceira do discurso.
- O advérbio “hoje” se torna “daquela noite”, marcando a mudança de perspectiva temporal.
De indireto para direto
Essa mudança envolve reconstruir as falas dos personagens como se fossem ditas por eles próprios. É necessário inserir as aspas, manter a entonação original da fala e ajustar os tempos verbais e pronomes.
- Discurso indireto: A professora comentou que os alunos precisavam estudar mais para a prova.
- Discurso direto: A professora comentou: “Vocês precisam estudar mais para a prova.”
Alterações observadas:
- O verbo no presente (“precisam”) foi passado para o pretérito imperfeito (“precisavam”), porque a fala foi inserida em um tempo passado.
- Também houve mudança de pessoas verbais: “vocês” virou “os alunos”.
- Usa-se dois pontos ( : ) antes da citação, que é a pontuação adequada nesse caso.
Transformando em discurso indireto livre
Transformar uma fala para o discurso indireto livre requer mais atenção. Trata-se de incorporar os pensamentos ou expressões do personagem dentro da narração, de forma fluida, sem uso de aspas ou verbos de elocução evidentes.
- Direto: “Nunca me senti tão preparada”, pensou Cláudia, olhando para os livros.
- Indireto livre: Cláudia olhava para os livros. Nunca se sentira tão preparada.
Recursos utilizados:
- O tom reflexivo é mantido, mas sem anunciar explicitamente quem está pensando.
- Há fusão entre o narrador e o personagem, criando um efeito mais introspectivo.
- Os verbos aparecem no tempo correto e em ordem com o resto da narrativa.
Quadro resumo das transformações
Tipo original | Elementos de transformação | Forma convertida |
---|---|---|
Discurso direto | Aspas removidas, tempo verbal modificado, pronomes adaptados | Discurso indireto |
Discurso indireto | Reintrodução de aspas, retomada da fala original e pronomes de 1ª ou 2ª pessoa | Discurso direto |
Discurso direto/indireto | Supressão do verbo de elocução, integração do pensamento na narrativa | Discurso indireto livre |
Dicas para acertar nas provas
Ao enfrentar exercícios de transformação ou análise dos tipos de discurso, observe atentamente:
- Verbo de elocução: identifique se há um verbo como “dizer”, “responder” ou “afirmar”. Isso indica com mais clareza se o texto está no modo direto ou indireto.
- Aspas e pontuação: a presença de aspas ou travessão aponta diretamente para o discurso direto.
- Tempo verbal e pronomes: acompanhar as mudanças nos tempos verbais e no uso de pronomes é decisivo para manter a coesão e a fidelidade do conteúdo ao ser transposto.
- Narrador e personagem: No indireto livre, perceba se há fusão das vozes. Um bom indicativo é quando o sentimento ou pensamento surge sem o verbo “pensar” ou “achar”, mas ainda claramente vinculado ao personagem.
Compreender os tipos de discurso — direto, indireto e indireto livre — é essencial para aprimorar a comunicação textual e interpretar com profundidade textos literários e discursivos. Cada tipo oferece ao leitor e ao escritor diferentes formas de construir sentidos, organizar ideias e revelar emoções ou intenções dos personagens com eficácia.
Aprender essas estruturas permite mais precisão ao redigir redações, resolver questões de interpretação e transitar com segurança entre os diferentes contextos linguísticos cobrados nos principais exames do país. É um diferencial competitivo para alcançar a aprovação.
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