Como usar a referenciação pronominal na produção textual?

Como usar a referenciação pronominal na produção textual?

Aprenda a aplicar a referenciação pronominal para garantir coesão e clareza ao seu texto, com exemplos de anáfora e catáfora.

Saber usar a referenciação pronominal é fundamental para quem deseja elevar o nível da própria produção textual, especialmente em redações de concursos. Ela é importante para a coesão textual, já que permite retomar ou antecipar informações no texto por meio de pronomes, o que garante fluidez, clareza e evita repetições desnecessárias. 

Entender bem o uso de anáfora e catáfora é importante para que o candidato organize melhor as ideias e guie o leitor com mais facilidade. A referenciação pronominal não apenas facilita a compreensão, mas também revela domínio da norma culta e capacidade de organização textual. Vamos aprender mais sobre isso?

Anáfora e Catáfora

Para colocar a referenciação pronomial em prática, é essencial compreender como funcionam os dois principais mecanismos que a compõem: a anáfora e a catáfora. Ambas protagonizam o movimento coesivo do texto ao estabelecerem conexões entre termos, ideias e informações, que já foram ou ainda serão enunciadas.

A anáfora representa o movimento retrospectivo. Nela, um termo pronominal retoma uma informação previamente declarada, de modo a evitar sua repetição direta. Isso confere leveza ao texto e mantém o foco na continuidade da mensagem transmitida.

Já a catáfora realiza o movimento progressivo: o pronome surge antes do referente, criando expectativa e, muitas vezes, efeito expressivo, além de colaborar com a organização lógica das ideias. 

Exemplos de anáfora

Considere o seguinte trecho:

  • “Maria chegou cedo ao curso. Ela costumava se antecipar aos horários como uma forma de demonstrar comprometimento com os estudos.”

Neste exemplo, o pronome ela retoma o substantivo próprio Maria, e evita que seu nome seja repetido logo na frase seguinte. Esse tipo de retomada é natural e constitui um dos alicerces fundamentais da coesão textual.

Outro exemplo:

  • “O livro de História estava na mochila. Esse material seria usado na aula de revisão para o vestibular.”

Aqui, a expressão esse material é utilizada em substituição direta ao livro de História, já citado anteriormente. A anáfora garante que o foco do texto se mantenha sem uma repetição direta. Note ainda como a anáfora pode envolver diferentes classes pronominais:

  • Pessoal: “Os professores estavam reunidos. Eles discutiam o planejamento do bimestre.”
  • Demonstrativo: “Os candidatos listaram suas dificuldades. Aquilo foi essencial para ajustar o cronograma de estudos.”
  • Possessivo: “O estudante esqueceu o caderno. Sua memória havia falhado mais uma vez.”

Em todos os casos, o referente aparece antes do pronome que o substitui.

Exemplos de catáfora

Diferentemente da anáfora, que recupera algo já citado, a catáfora indica algo que será mencionado em seguida. Veja o exemplo:

  • “Só havia uma coisa na mente de Pedro: a aprovação na faculdade de Medicina.”

No trecho acima, uma coisa age como um indicativo daquilo que virá logo após os dois pontos — nesse caso, a aprovação na faculdade de Medicina. Esse tipo de estrutura, além de reforçar a coesão, contribui para a construção de expectativa no leitor.

Outro exemplo:

  • “Ela só pensava em um sonho: transformar-se na primeira da família a ser policial militar.”

O termo um sonho é antecipado por ela pensava, mas só será desvendado no segmento seguinte da oração. Essa antecipação é uma marca clara de catáfora. Mais exemplos comuns no uso da catáfora envolvem frases como:

  • “Havia um problema sério: a instabilidade dos servidores da plataforma de inscrição.”
  • “Tudo teve início com um evento traumático: a perda do avô que sempre o incentivara a estudar Direito.”
  • “Só havia uma alternativa: estudar intensamente até o dia da prova.”

A catáfora costuma aparecer com frequência em construções com dois pontos ou em frases em que os termos antecipatórios se referem, de maneira geral, ao que será especificado.

Dicas para identificar anáforas e catáforas

Reconhecer o uso da anáfora e da catáfora é essencial para compreender a coesão textual e acompanhar o desenvolvimento das ideias com clareza. 

Identificar esses mecanismos ajuda o leitor a entender melhor a estrutura das frases, a ligação entre as partes do texto e o sentido completo da mensagem. Além disso, essa habilidade é muito útil na produção textual, especialmente em provas e redações, pois permite escrever de forma mais clara, coesa e articulada. Aprenda a identificar: 

  • Predominância da anáfora: essa forma é majoritária na produção textual e aparece com maior frequência nos textos dissertativos, relatos e narrações. Pronomes como “ele”, “ela”, “isso”, “aquele”, “essa”, entre outros, fazem parte desse processo.
  • Estruturas catáforas com dois pontos: sempre que perceber frases que iniciam de forma vaga e, logo depois, apresentam o conteúdo específico, possivelmente há uma catáfora envolvida. Expressões como “isso”, “aquilo”, “o seguinte” são indicativos comuns.
  • Atenção à elipse: muitas vezes, a referenciação ocorre com ausência do pronome, o que acontece com frequência nas anáforas. Exemplo: “Os candidatos erraram várias questões. (Eles) não estavam preparados para a complexidade da prova.” Aqui, a omissão do sujeito na segunda frase também se ancora na referência ao termo já mencionado.

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