Ao se falar na participação comercial do continente africano no PIB mundial, as desigualdades entre os países deste continente são ressaltadas. Enquanto alguns países lucram bilhões de dólares com a exportação de petróleo e minerais, outros sofrem com guerras, fome e miséria.
Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, mais informações e dados sobre a realidade da participação comercial da África e sua relação com a China.
Após diversas guerras e disputas territoriais pelos países europeus, pode-se dizer que o continente africano foi praticamente esquecido pela globalização. As exportações africanas, por exemplo, representam apenas 5,3% do total global, e a grande instabilidade política e econômica, que eleva o risco comercial do continente, afasta os investimentos externos.
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Qual o PIB da África?
A África conta com um PIB de US$ 8,86 trilhões, em 2023. Em comparação, o PIB estimado para a China no ano de 2023 é de US$19.373.586 trilhões. Esses números indicam que o continente africano ainda tem um longo caminho pela frente até conseguir oferecer uma vida digna para sua população. Apesar dessa miséria generalizada, os 54 países que compõem o continente apresentam situações bastante distintas.
Na África Setentrional localizam-se os países com a maioria da população árabe e islâmica. Estes, em geral, apresentam melhores condições do que aqueles localizados ao sul do Saara, pois são, em sua maioria, grandes produtores de petróleo. Na parte ocidental dessa sub-região africana, está localizada o Magreb – que significa poente em árabe – composto por:
-Marrocos;
-Argélia;
-Mauritânia;
-Líbia; e
-Tunísia.
Perspectivas de crescimento econômico da África
A maior parte da população africana, no entanto, vive na região Subsaariana, abaixo da zona do Sahel – faixa de transição entre a estepe e o deserto do Saara, que corta o continente de leste a oeste, e que se encontra em avançado estágio de desertificação -, onde se concentram os maiores problemas econômicos, políticos e sociais.
Apesar de conviver com eles e outros problemas ambientais e humanitários, diversos relatórios internacionais indicam uma tendência ao aceleramento da economia africana em diversos países, alguns afirmando que a África Subsaariana está vivendo o melhor período de crescimento econômico desde o fim da descolonização.
Segundo o Banco Mundial, esse crescimento deverá atingir cerca de 6% ao ano ainda nesta década, para os países subsaarianos.
Participação da África do Sul no PIB do continente africano
No extremo sul do continente, está localizada a África do Sul, que produz, sozinha, um quarto das riquezas de todo o continente.
O país corresponde ao principal polo de desenvolvimento da África e sua tendência de crescimento ocorre devido ao aumento do consumo das famílias – gerado pela expansão da classe média local – e da elevação dos investimentos infra-estruturais, que levaram à ampliação da exploração de minerais.
Esse crescimento do continente africano está atrelado à venda de commodities vegetais, minerais e de petróleo.
Investimentos chineses na África
A China tem sido uma protagonista nesse comércio e tem investido maciçamente em diversos países africanos. Seu objetivo é construir uma base infraestrutural naqueles países que são seus parceiros comerciais, para aumentar e facilitar o escoamento da produção de matéria-prima para exportação.
Esse investimento chinês tem sido visto com desconfiança e preocupação, tanto pelos EUA quanto pela União Europeia, pois acreditam que o governo chinês possa construir uma relação “neoimperialista” com os países africanos que são seus parceiros comerciais.
Para esses países a relação sino-africana estaria vinculada exclusivamente ao interesse chinês no petróleo e em outros recursos naturais dos países africanos, sem compromisso com o desenvolvimento local.
Além disso, o fato da China apoiar e manter relações com países marcados por regimes autoritários – como o Sudão, que exporta cerca de 65% de sua produção para o país – é considerada extremamente prejudicial para o continente.
A colonização africana: fronteiras arbitrárias e fome crônica
Os problemas que ocorrem na África, principalmente em sua porção Subsaariana, são uma herança colonial. A ocupação do continente africano pelos europeus, entre os séculos XV a XX, apresentou, inicialmente, um caráter imperialista.
A fase mercantilista caracterizou-se pela ocupação de algumas áreas litorâneas que funcionavam como entrepostos de comércio de mercadorias e de escravos. No período imperialista, ocorreu a ocupação plena e efetiva do território africano, que foi repartido entre as potências europeias.
Demarcação de fronteiras arbitrárias
A demarcação de fronteiras políticas, realizada durante o Congresso de Berlim (1884-1885), levou em consideração apenas os interesses econômicos e políticos dos colonizadores. Eles encaravam o continente como uma fonte de matérias-primas minerais e agrícolas, ignorando completamente as complexas divisões étnicas, tribais e históricas ali existentes.
Como consequência, grupos étnicos foram separados em diferentes colônias que, posteriormente, tornaram-se Estados-nações independentes. Assim, tribos rivais ficaram em uma mesma colônia e, após a independência dos países, dentro de um mesmo território.
Quando os Estados africanos obtiveram a independência, os líderes de diversos movimentos nacionalistas conquistaram o poder e ali ficaram praticamente em caráter definitivo.
Sem atender às expectativas populares, muitos apelaram para golpes militares a fim de continuarem governando, o que conduziu vários países a ditaduras ferozes ou a sangrentas guerras civis.
Fome na África
Além desses inúmeros conflitos, uma parte considerável da população africana convive com a fome crônica, que de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), já ameaça mais de 40 milhões de pessoas.
Ao sul do Saara, a situação é mais alarmante devido à falta de alimentos causada por severas secas que destroem as lavouras em países como:
- Zimbábue;
- Zâmbia;
- Malauí;
- Moçambique;
- Essuatíni; e
- Lesoto.
Com a escalada nos preços dos produtos alimentares desde 2008, a perspectiva da ONU é de que o acesso aos produtos alimentícios ficará ainda mais difícil na vida de pelo menos 100 milhões de africanos que vivem nos países mais pobres.
A ONU se refere a esse crescente encarecimento mundial no preço dos alimentos como um tsunami silencioso, equivalente ao tsunami de Sumatra que, em 2004, fez 220 mil mortos na costa asiática e na africana.
Números da ONU indicam que o continente africano foi o único onde o número de pessoas que passam fome cresceu nos últimos anos, passando de 175 milhões em 1990-1992 para 239 milhões em 2010-2012. Na África estão os 16 dos 18 países mais mal alimentados no mundo.
Essa situação é mais intensa na região do Chifre da África, onde se localizam:
– Djibuti;
– Etiópia;
– Somália;
– Quênia; e
– Uganda.
Nessa região, cerca de 13 milhões de pessoas são afetadas pela fome. A situação vem se agravando, pois esses países, por anos, têm enfrentado secas severas, o que provoca uma grave falta de alimentos e água.
O problema é ainda maior na Somália, onde a instabilidade de governo e a violência generalizada de milícias como Al Shabab dificultam a distribuição dos alimentos enviados por ajuda humanitária internacional.
O que você pensa sobre a relação da China com o continente africano? Diga para nós! Aproveite e compartilhe esse artigo nas suas redes sociais e em seus grupos de estudo. Confira os cursos preparatórios do Estratégia Militares. Clique no banner abaixo e vem ser coruja!
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