Geopolítica mundial: a descolonização, a disputa por riquezas na África e mais!

Geopolítica mundial: a descolonização, a disputa por riquezas na África e mais!

O continente africano tem sido um dos principais alvos da China para exploração de petróleo e investimentos, mas você sabe de onde isso surgiu? Então confira neste artigo que o Estratégia Militares preparou para você!

O enfraquecimento econômico e político das potências europeias no Pós-Guerra diminuiu seu poder sobre as colônias. Consequentemente, rebeliões pela independência surgiram em todo o continente africano e a maioria das colônias alcançou esse objetivo entre as décadas de 1940 e 1970.

Entretanto, o processo de independência não trouxe paz à África, que se transformou em um barril de pólvora. Com a descolonização europeia no continente africano, as rivalidades étnicas, até então contidas ou manipuladas pelo colonizador europeu, afloraram. 

Como os países da África foram criados?

Novos países foram criados em bases territoriais definidas pelos colonizadores, países quase sempre desprovidos de identidade nacional ou étnica. Nos últimos 60 anos, mais de 35 conflitos armados ocorreram, causando a morte de aproximadamente 10 milhões de pessoas e provocando grandes movimentos de refugiados.

Influência da Guerra Fria na descolonização africana

Sem unidade nacional, eclodiram inúmeros e sangrentos conflitos envolvendo diferentes grupos étnicos em disputa pelo poder em diversos países. O quadro agravou-se devido à Guerra Fria, que levou os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a interferirem constantemente no processo de descolonização da África.

Na disputa por áreas de influência, tanto os EUA quanto a URSS forneciam armas, dinheiro e apoio político a seus aliados, o que acabou transformando o continente em um campo de batalha. 

Ao tomar o poder, as partes em conflito deveriam alinhar-se a uma das superpotências. Assim, o grupo étnico eleito tornava-se extremamente poderoso e, por isso, mais odiado pelos outros grupos do país. 

Foi nesse contexto sociopolítico que a África assistiu ao fim da Guerra Fria. Com ele, terminava também o interesse das superpotências em ajudar seus antigos aliados no continente.

Mapa Mundi África

Pós-Guerra Fria

Após a Guerra Fria, os governos sustentados pelas superpotências viram-se abandonados à própria sorte e, às vezes, cercados por velhos inimigos. Esse abandono determinou o enfraquecimento dos países recém-independentes e estimulou os rivais a lutarem pela conquista do poder. 

Eclodiram, assim, numerosos conflitos que, por sua violência e duração, desestruturaram por completo a política e a economia desses países africanos. Enquadram-se nesse caso, por exemplo, os conflitos que ocorreram:

– Na Somália;

– Na Etiópia;

– Em Ruanda;

– Em Burundi;

– Em Angola;

– Em Moçambique;

– No Sudão; e

– No Zimbábue, o qual viveu uma grave crise causada por fraudes nas eleições presidenciais de junho de 2008.

Disputa por riquezas na África

A história recente da África, principalmente na região subsaariana, registra um grande número de guerras civis, golpes e contragolpes de Estado. Os conflitos entre diversos grupos políticos, étnicos e religiosos, muitas vezes, encobriram uma intensa disputa pelas riquezas naturais do subsolo do continente. 

Apesar da diversidade de recursos encontrados em seu subsolo, a África permanece um continente pobre, devido ao fato da exploração dessas riquezas minerais estarem a cargo de companhias estrangeiras, principalmente chinesas, europeias e estadunidenses. 

Essas empresas instalam na região a infraestrutura necessária, como equipamentos, portos e meios de transporte, visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para seus países, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba sendo enviada para fora do continente. 

África do Sul

 As conflituosas relações da China na África

A China é hoje o principal sócio comercial da África. Como ocorreu nos últimos 12 anos com outras regiões do planeta, seu comércio com o continente disparou, triplicando desde 2006. Nem sequer as últimas crises econômicas afetaram a saúde do intercâmbio lateral. 

À primeira vista, esse intercâmbio repete o velho esquema colonial de exploração de matéria-prima em troca de investimento. Um terço do petróleo consumido pela China vem da África, sobretudo de Angola. Cerca de 20% do algodão que necessita para sua indústria é oriundo do Mali, de Benin e Burkina Fasso.

Em uma reunião de cúpula em Beijing, da qual participaram 50 chefes de Estado da África em março de 2013, o presidente chinês Hu Jintao prometeu créditos de 20 milhões de dólares para investimentos em estrutura e “desenvolvimento sustentável”.

O êxito desses empréstimos é indiscutível. Em um continente com urgentes necessidades de investimento em infraestrutura, a China substituiu, em 2010, o Banco Mundial como principal fonte de financiamento no continente africano. 

No entanto, um informativo da Human Right Watch sobre as condições de trabalho nas minas da Zâmbia, publicado em 2011, demonstra um quadro de exploração colonial.

O modelo de desenvolvimento chinês

Na China, os sindicatos são apêndices do Partido Comunista. Em 1982, como parte do Gaige Kaifang – reforma e abertura econômica –, tão aplaudido no Ocidente, Deng Xiao Ping suprimiu o direito de greve consagrado na Constituição chinesa.

Nas minas de carvão, que abastecem 70% das necessidades energéticas do país, as condições de trabalho são, provavelmente, piores que na África. Segundo cifras oficiais, a média de mortes causadas por acidentes gira em torno de 2.600 pessoas por ano.

As empresas, acostumadas a ignorar as regulações na China, com acordos de todo tipo com autoridades locais, se comportam da mesma maneira no exterior. Em uma reportagem para a revista The Economist, o ministro do Meio Ambiente do Zimbábue declarou que as multinacionais chinesas operam como “piratas atrás do ouro”.

Outro exemplo foi quando a petroleira chinesa Sinopec iniciou explorações no Parque Nacional do Gabão.

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Referências 

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