Primeira Guerra Mundial:  os antecedentes e a Belle Époque

Primeira Guerra Mundial: os antecedentes e a Belle Époque

A Primeira Guerra Mundial devastou as principais potências econômicas europeias nas primeiras décadas do século passado. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, esse assunto que é muito cobrado nas provas militares.

O século XXI herdou muitos benefícios e malefícios do século anterior. Atualmente, vive-se em um mundo que se transforma rapidamente. O que é, hoje, o último conceito em tecnologia, amanhã já estará ultrapassado. 

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Conhecer os fatos, as propostas, as conquistas, os formadores de opiniões, os avanços tecnológicos e científicos, os que lutaram e lutam por uma causa é de muita importância para a compreensão do espírito do século XX.

A Primeira Guerra Mundial, conflito que durou de 1914 a 1918, é considerada a última das guerras “à antiga” – e, ao mesmo tempo, a primeira das guerras modernas. Estudá-la significa compreender como terminou o século XIX e como se iniciou o século XX, que herdou profundas cicatrizes deixadas por aquele conflito.

Os antecedentes da Primeira Guerra Mundial

A situação da Europa no século que precedeu a Primeira Guerra foi decorrente, em grande parte, das decisões tomadas no Congresso de Viena, ocorrido em 1815, no qual as potências europeias que derrotaram Napoleão Bonaparte reestruturaram a política do continente de acordo com os seus interesses. 

A partir desse Congresso:

  • A hegemonia marítima internacional da Inglaterra se  ampliou, junto com seu império colonial; 
  • Houve o crescimento dos Impérios Russo e Austríaco no continente europeu, com a anexação de várias minorias nacionais; 
  • Ocorreu a unificação da Itália e da Alemanha em 1870 e 1871, respectivamente, bem como o consequente impulso industrial, gerado pela unificação política; 
  • A corrida imperialista rumo à África e à Ásia por parte dos países mais industrializados, destacando-se a Inglaterra e a França, se intensificou; e 
  • Ocorreu o desmembramento do Império Turco-Otomano no sudeste da Europa, que, até o final do século, perdeu, aos poucos, seus territórios balcânicos. Esses lugares eram habitados por povos eslavos, que estimulados pelo nacionalismo resistiram a toda forma de dominação estrangeira.

O que era o Império Turco-Otomano?

Os otomanos chegaram à Ásia Menor por volta do século XIII, iniciando a expansão turca com o controle de Anatólia (atual Turquia), além de uma guerra contra Bizâncio e os cristãos dos Bálcãs, cujo território foi completamente dominado na segunda metade do século XV. 

Nessa época, os domínios otomanos já se estendiam no Rio Danúbio, no sul da Alemanha, ao Rio Eufrates, no Iraque. Os otomanos dominaram, também, as áreas entre o Mar Vermelho e a Crimeia, e do Curdistão à Bósnia-Herzegovina. Nesse momento, o Império tornou-se uma potência mundial.

A partir do século XVIII, teve início uma crise provocada pela retração econômica e superpopulação. O resultado foi desemprego, fome e, consequentemente, o desmembramento do Império. 

Nas chamadas Guerras Balcânicas, em 1912 e 1913, os otomanos foram obrigados a ceder todas as suas colônias europeias que se tornaram Estados Independentes, os chamados Estados Balcânicos.

Quais eram as potências europeias em 1900?

No início do século XX, a Europa exercia uma posição de hegemonia política e econômica sobre o resto do mundo, apesar do desenvolvimento dos Estados Unidos e do Japão. 

Os europeus controlavam a maior parte da produção mundial, 62% das exportações de produtos fabris e mais de 80% dos investimentos de capitais no exterior, impondo os preços no mercado mundial. Cada uma das potências europeias possuía situações e interesses diferentes, além de, muitas vezes, conflitantes.

  • Inglaterra: era uma monarquia parlamentar e alcançou grande industrialização desde 1760, sua preocupação dirigia-se para o seu império colonial asiático e africano;
  • Alemanha: tornou-se uma monarquia unificada após 1871, alcançando rapidamente grande desenvolvimento industrial e tornando-se uma importante concorrente e rival da Inglaterra. Alimentava choques nacionalistas com a França após a Guerra Franco-Prussiana;
  • França: após 1871, se tornou uma República, apresentando desenvolvimento industrial desde 1850. Alimentava rivalidades nacionalistas e econômicas com a Alemanha, devido à perda de territórios com a derrota para os alemães na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871;
  • Itália: era uma monarquia unificada desde 1870 e desejava incorporar os territórios de Trento e Trieste, terras habitadas há séculos por populações de cultura itálica, que continuavam no poder da Áustria-Hungria em um movimento que ficou conhecido como irredentismo italiano. Alimentava rivalidades com a França pela expansão imperialista no norte da África;
  • Áustria-Hungria: era uma monarquia supranacional, abrangia múltiplas nacionalidades. Exercia grande influência em boa parte da área balcânica, além de alimentar rivalidades externas com a Rússia pelo controle dos Bálcãs, e internas com os povos dominados;
  • Rússia: era uma monarquia multinacional e alimentava rivalidades com o Império Austro-Húngaro pelo controle da área balcânica desmembrada do Império Turco-Otomano, posicionando-se como a “protetora” dos povos eslavos.

O quadro de rivalidades gestado no século XIX, além de ter provocado um grande impacto no mundo inteiro, agravou de tal modo a situação entre as nações europeias que, em 1914, teve um conflito que resultou em profundas mudanças no continente europeu.

O que foi a Belle Époque?

A fé no progresso tecnológico, material e científico como uma condição necessária da civilização capitalista deu o tom da sociedade burguesa entre o fim do século XIX e o início do século XX. Foi chamada de sociedade da Belle Époque, uma bela época que não mais seria alcançada por aqueles que sobreviveram à Grande Guerra iniciada em 1914. 

Por volta de 1900, a maioria dos europeus e estadunidenses estavam certos de que a sua civilização se movimentava durante cerca de trezentos anos num ritmo frequente de progresso e esclarecimento. 

O clima social da Belle Époque

Para os europeus, a história pareceu tomar o caminho do crescente domínio da natureza pela ciência. O surgimento de instituições políticas tiraram o poder dos reis e dos nobres e o colocaram nas mão de cidadãos responsáveis, para que controlassem a vida da população, expandissem a alfabetização, realizassem melhorias na vida e na saúde de milhões. 

Essas e muitas outras mudanças os persuadiram de modo vago, porém convincente, de que a cultura à qual pertenciam apontava um futuro melhor para toda a humanidade. 

Parecia razoável afirmar que o clima de progresso crescia e se ampliava, e de bom grado acolhia as inovações. A população mundial crescia com rapidez e sem interrupção. Em alguns países desenvolvidos havia, em 1914, um número expressivo de pessoas de meia-idade e idosos, ou seja, vivia-se mais. 

No século XIX, teve início a era da conquista de verdadeiras vitórias sobre doenças por meio da aplicação do conhecimento científico. A medicina preventiva já era um passo importante no século XVIII ao descobrir que a vacinação e a inoculação podiam imunizar prováveis pacientes contra algumas doenças. 

A prevenção dirigiu-se para lugares em que a doença florescia e, no século XIX, houve um enorme esforço do homem europeu para tornar a vida urbana mais saudável, com o fornecimento de água limpa, o encanamento das águas de esgoto e a limpeza adequada das ruas. 

Os hospitais também mudaram, deixaram de ser terríveis depósitos de moribundos e abandonados. Os anestésicos também foram um passo à frente nas cirurgias. Os seres humanos começaram a ter mais chances de escapar da dor.

O escritor Stefan Zweig afirmou que “o irromper da Primeira Guerra Mundial não pode ser explicado somente pelos conflitos ideológicos ou pelas questões fronteiriças. Ela foi provocada por um excesso de força, uma trágica consequência do dinamismo interno acumulado pelos últimos anos do século XIX, uma tensão que, de repente, precisou explodir com muita violência”. RODRIGUES, Luis Cesar B. apud ZWEIG, Stefan. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Atual, 1985. (Discutindo a História) (Adaptação).

Na virada do século, portanto, já eram claramente perceptíveis os sinais prenunciadores da grande matança em escala planetária que rapidamente se avizinhava.

Para os europeus, muito da força traumática da Primeira Guerra Mundial deveu-se à quebra da sensação generalizada de otimismo e crença no progresso que caracterizava a sociedade burguesa ocidental até então. 


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