Primeira Guerra Mundial: o estopim da guerra

Primeira Guerra Mundial: o estopim da guerra

O estopim da Primeira Guerra Mundial começou a se esboçar desde 1905, quando a França e a Alemanha entraram em desacordo acerca do controle do Marrocos, um país situado ao norte da África. Confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você sobre o estopim da Primeira Guerra Mundial.

A crise do Marrocos e os europeus

O Marrocos era uma colônia francesa, rica em cobre e fosfatos, que passou a ser disputada pela Alemanha. Os alemães contavam com o apoio da Itália, que possuía uma colônia vizinha, a Tripolitânia – atual Líbia – e também tinha interesse na região. 

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O desembarque do imperador alemão no porto de Casablanca, em 1905, quase provocou uma guerra entre os dois países. O conflito foi evitado em 1906, pela Conferência de Algeciras, ocorrida na Espanha, e pela imposição inglesa que confirmou a posse francesa no Marrocos.

A tensão chegou a um novo clímax em 1911, quando a Alemanha ameaçou bombardear o porto marroquino de Agadir, controlado pela França, provocando uma nova crise internacional. A questão foi controlada quando a Alemanha recebeu da França parte do território do Congo.

Os conflitos nos Bálcãs e o estopim da Guerra

As disputas nacionalistas e imperialistas nos Bálcãs tornaram-se cada vez mais acirradas, porém, durante algum tempo, uma paz artificial foi mantida.

O ponto central da disputa austro-russa pela hegemonia balcânica foi a Sérvia, país que buscava uma saída para o mar e não aceitava qualquer tentativa de interferência austríaca em suas intenções, além disso era protegida pela Rússia por ter uma população de maioria eslava.

A Áustria-Hungria, por sua vez, temia que uma Sérvia fortalecida por anexações territoriais estimulasse movimentos das minorias sérvias que viviam sob domínio austríaco. Assim, em 1908, a Áustria-Hungria incorporou as regiões da Bósnia e Herzegovina, cedidas pelos turcos e que a Sérvia pretendia anexar.

Os Sérvios nunca aceitaram essa incorporação. Quatro anos depois, os austríacos patrocinaram a independência da Albânia depois que a Sérvia anunciou suas pretensões de anexá-la para obter a tão desejada saída para o mar. Desde então, a agitação anti austríaca tornou-se cada vez mais forte na Sérvia, assim como na Bósnia, cuja população de maioria eslava preferia ficar sob domínio sérvio.

Antecedentes da primeira guerra Mundiaal

Ação do grupo Mão Negra e o estopim da guerra

Nesse contexto de intensa disputa, organizaram-se diversos grupos nacionalistas na Sérvia que reivindicavam a união dos territórios eslavos.

O agravamento da situação, nos anos seguintes, culminou em 1914, quando uma sociedade secreta denominada “Mão-Negra”, financiada pelo próprio governo do país, resolveu praticar um ato terrorista contra o poderoso Império Austro-Húngaro. 

Foram planejados e executados os assassinatos do futuro imperador da Áustria-Hungria, o príncipe-arquiduque Francisco Ferdinando e de sua esposa, vitimados no atentado em Sarajevo, capital da Bósnia, que eles visitavam no dia 28 de junho de 1914. Estava rompido o tênue equilíbrio entre as potências europeias.

Nas semanas que se seguiram ao atentado, as autoridades austríacas procederam às investigações que confirmaram a ação de nacionalistas sérvios no atentado que vitimou Francisco Ferdinando. 

Ciente do apoio da Sérvia aos nacionalistas bósnios, o governo de Viena enviou um ultimato ao governo sérvio contendo onze exigências, as quais deveriam ser respondidas em 48 horas.

A recusa da Sérvia em atender a todas as exigências de Viena levou o governo austríaco a romper relações diplomáticas, dando início à mobilização de parte do seu exército. Essa atitude provocou uma reação em cadeia, que levou à Guerra. A  Política das Alianças não evitou o conflito, ao contrário, abreviou-lhe o caminho.

Declaração de guerra entre os europeus

Em 28 de julho de 1914, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia. Em 31 de julho, iniciou-se a mobilização geral das tropas russas em favor da Sérvia. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia. Em 2 de agosto, a França iniciou a mobilização de suas tropas em apoio aos russos. 

No dia seguinte, a Alemanha declarou guerra à França. Em 4 de agosto, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha depois que o exército alemão rompeu a neutralidade da Bélgica. 

Em pouco tempo, a Europa tornou-se o palco de ações militares sangrentas que logo foram envolvendo o resto do mundo. Com o passar do tempo, novos exércitos foram se incorporando às forças de um ou outro lado. A Turquia e a Bulgária uniram-se aos alemães e aos austro-húngaros. 

Ingresso do Brasil na Primeira Guerra Mundial

Os aliados receberam o apoio do Japão, da Romênia, de Portugal, dos Estados Unidos e do Brasil. 

Indefinição da Itália na participação na Primeira Guerra Mundial

A Itália, embora fizesse parte da Tríplice Aliança, a princípio declarou-se neutra. Porém, em 1915, assinou um tratado secreto apoiando a Tríplice Entente, que lhe garantia a obtenção de territórios turcos e austríacos, além de participar da partilha das colônias alemãs na África ao final da Guerra, com a derrota dos Impérios centrais

A Primeira Guerra ganhou um caráter mundial com a entrada das colônias dos países envolvidos no conflito. Em 1914, quando a Guerra explodiu, Lênin, líder revolucionário russo, fez a seguinte análise:

A guerra europeia, preparada durante dezenas de anos pelos governos e partidos burgueses de todos os países, começou. O crescimento dos armamentos; a exacerbação da luta pelos mercados no atual estágio imperialista de desenvolvimento dos países capitalistas avançados; os interesses dinásticos das monarquias mais atrasadas – as da Europa central – tinham de, inevitavelmente, conduzir à guerra e conduziram. THOMSON, David. Pequena história do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. p. 56

Enquanto isso, na frente oriental, os russos foram vencidos na Batalha de Tannenberg e nos Lagos Mazurinos, e os sérvios ainda conseguiram resistir às investidas austro-húngaras. Após a derrota em Tannenberg, os russos já não representavam nenhuma séria ameaça para os alemães. A Guerra agora passaria a se concentrar no front ocidental e nos Bálcãs.


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