Primeira Guerra Mundial: as causas da Grande Guerra

Primeira Guerra Mundial: as causas da Grande Guerra

A Grande Guerra teve causas que foram se acumulando desde o século XIX até a culminação do conflito no século XX. Durante o século XIX, as nações europeias lutaram entre si para conseguirem a hegemonia política e econômica do continente europeu. Confira nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você quais foram essas causas.

A expansão industrial, o imperialismo na África e na Ásia e o desenvolvimento do nacionalismo agravaram de tal modo a situação da Europa que, em 1914, eclodiu um conflito que envolveu praticamente todo aquele continente, os Estados Unidos e as colônias africanas e asiáticas.

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Quais foram as causas da Grande Guerra?

Duas causas foram fundamentais para a Primeira Guerra, o imperialismo e a exacerbação do sentimento de nacionalismo em todo o continente europeu. A corrida imperialista gerou uma série de rivalidades entre as nações europeias. Fundamentalmente, os países envolvidos eram as três maiores potências industriais europeias: a Inglaterra, a França e a Alemanha.

“A guerra europeia teve origens econômicas. A nova economia industrial aumentava a rivalidade entre os países. Esta podia ser sentida na corrida aos armamentos, aos territórios coloniais, aos mercados, às linhas de navegação e aos investimentos.” MAURO, Frédéric. História da economia mundial (1790-1970). Rio de Janeiro: Zahar, 1976. p. 309.

Rivalidade industrial entre Alemanha e Inglaterra

Desde 1850, a Alemanha passou a apresentar um acelerado desenvolvimento industrial que, no início do século XX, começou a abalar a liderança comercial e industrial da Inglaterra, tanto na Europa quanto nas áreas dominadas. 

Em 1914, os alemães produziram mais ferro e aço que a Inglaterra e a França juntas. Seus produtos industrializados passaram a ser preferidos em várias localidades e os próprios ingleses tiveram de reconhecer a superioridade técnica dos alemães. Esse ambiente de rivalidade gerou um estado de tensão entre os dois países e contribuiu poderosamente para colocá-los em posições opostas no quadro político europeu.

Rivalidade política e econômica entre Alemanha e França

A rivalidade entre a Alemanha e a França tornou-se particularmente forte após a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), que envolveu os dois países. Ao ser derrotada, a França teve que ceder duas províncias pertencentes ao seu território, a Alsácia e a Lorena, ricas em carvão e minério de ferro. 

Tal fato contribuiu para o desenvolvimento industrial da Alemanha, enquanto a França se tornou dependente de importação de carvão para atender às suas necessidades. A perda das duas províncias significou um importante retrocesso na economia e na indústria francesa.

A derrota na guerra e a perda das províncias de Alsácia e Lorena contribuíram para desenvolver um movimento nacionalista entre os franceses, conhecido como Revanchismo Francês, que pretendia retomar tanto Alsácia e Lorena, como o orgulho francês pela derrota na Guerra Franco-Prussiana.

As disputas pelo domínio da Península Balcânica  e a construção da ferrovia Berlim-Bagdá

Em outras regiões da Europa, o clima de tensão se acirrava ainda mais decorrente de disputas nacionalistas e rivalidades. Nos Bálcãs, península localizada na região da Europa Centro-Oriental, próxima à Ásia, não era diferente. Essa região estava sob o olhar de três grandes potências: 

  • Império Russo;
  • Império Austro-Húngaro; e 
  • Alemanha.

Além de se mostrarem como uma área estratégica, por sua proximidade à Ásia, os Bálcãs também apresentavam a possibilidade de um mercado consumidor e a capacidade de expandir seu domínio sobre os países da Ásia Menor

Por isso, os alemães demonstraram interesse em construir uma via férrea que ligasse Berlim a Bagdá, capital do Império Turco-Otamano, criando, assim, um canal para o comércio mais barato com o Oriente. Os planos da estrada já existiam desde 1890 e, como era um empreendimento que exigia vultoso capital, os empresários alemães convidaram banqueiros ingleses e franceses para também participarem.

O dinheiro investido seria repartido igualmente, sendo que França e Alemanha teriam a mesma representação na diretoria. Mesmo depois da Alemanha já ter construído cerca de 600 quilômetros de linha, ingleses e franceses acabaram rejeitando a proposta alemã – e a estrada nunca foi terminada. 

Entretanto, somente a elaboração do seu traçado e os planos de construção serviram para aumentar ainda mais as rivalidades entre esses países.

As disputas nacionalistas nos Bálcãs

Os Bálcãs também foram palco de disputas nacionalistas. Até 1830, grande parte da região pertencia ao Império Turco-Otomano, embora sua população fosse composta de gregos, eslavos – de origem russa – e germânicos. 

Desde então, o Império Turco-Otomano vinha perdendo força e territórios, por conta dos movimentos de independência dos países que o compunham como:

  • Grécia (1830);
  • Sérvia, Bulgária, Romênia e Montenegro, todos em 1878; e 
  • Albânia (1912). 

Esses países passaram a ser disputados pelas potências da época que tinham como prerrogativa a proteção delas por meio de sua anexação aos seus territórios.

Assim, tanto os países europeus mais poderosos, como o Império Russo e a Alemanha, que influenciavam as ações do Império Austro-Húngaro, como os menos poderosos, como a Sérvia, que estava insuflada de movimentos nacionalistas em seus territórios, disputavam a anexação territorial, sob o pretexto de proteção dos povos existentes nos Bálcãs. Essas ideologias eram chamadas de pan-eslavismo e pan-germanismo. 

A Rússia possuía a pretensão da hegemonia dos povos eslavos, seguindo o dogma do “direito” e do “dever” natural de protegê-los por ser considerada a “Grande Irmã Eslava”. 

Já a Alemanha, que anexaria os bálcãs ao território alemão, reivindicava os antigos territórios que falassem a língua germânica, compondo a “Grande Alemanha” do passado, reunindo “o povo mais capaz em todos os domínios do saber e das belas-artes”. 

A corrida armamentista e a paz armada na Grande Guerra

Sustentando a corrida imperialista e protegidos pela argumentação nacionalista que servia para camuflar os principais interesses envolvidos, os países europeus passaram a preocupar-se com sua segurança interna, intensificando a preparação de materiais bélicos. 

Em meio ao ambiente de rivalidades e tensões, armaram e equiparam seus exércitos para uma guerra iminente.

Desde 1870, a indústria de guerra cresceu assustadoramente e, no início do século XX, a eclosão de um conflito não seria surpresa para nenhum país. A essa situação damos o nome de Paz Armada, ou seja, a manutenção da paz por meio da preparação para a guerra. 

Em 1909, Paul Cambon, um diplomata francês, afirmou:

Apego-me à paz, tanto quanto vós. Creio, somente, que ser forte é o melhor meio de garanti-la. Um país desfibrado está à mercê do primeiro que chegar; um país armado, animado de espírito militar e pronto para o combate, está certo de impor o respeito e evitar os horrores da guerra.

A política das alianças, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente

Todos esses antagonismos entre as grandes potências estava de tal maneira aguçados que as principais nações procuraram se organizar em blocos de sustentação de suas atuações. 

Os Estados, estimulados por uma concorrência política crescente, estabeleceram alianças ofensivas e defensivas para evitar o isolamento, regular as suas divergências e neutralizar ou enfraquecer os rivais mais importantes. Os tratados de aliança em geral possuíam cláusulas secretas.

Os vários acordos bilaterais e multilaterais desse período acabaram por resultar em dois sistemas de alianças: 

  • A Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália – a princípio); e 
  • A Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia). 

No início do século XX, existiam dois blocos antagônicos e super armados de países que estavam prontos para entrar em guerra em resposta à menor provocação. O sistema de alianças gerou um mecanismo tão intrincado que bastava um incidente de menor importância para provocar um conflito generalizado entre todas as potências.

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