Napoleão Bonaparte foi praticamente o dono da Europa entre os anos de 1807 e 1812. Contudo, derrotado em 1815, foi exilado e morreu no ostracismo. Teve início, então, uma época de reação marcada pela ideologia conservadora do congresso de Viena (1815).
Para saber mais sobre o fim do império de Napoleão Bonaparte, confira o artigo abaixo que o Estratégia Militares preparou para você!
O embate entre os movimentos revolucionários e conservadores prosseguiu por vários anos, de forma que a Europa sofreu três grandes ondas revolucionárias em 1820, 1830 e 1848.
Em quase todas elas, as lutas reivindicavam cartas constitucionais que estabelecessem o direito e reformassem o poder, procurando findar definitivamente o antigo regime.
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A campanha da Rússia e a queda de Napoleão
No verão de 1812, Napoleão marchou à frente de um exército formado por 600 mil homens, com o objetivo de invadir e punir a Rússia. Os russos não ofereceram resistência e atraíram os franceses cada vez mais para dentro do seu território.
As tropas russas utilizaram a tática da terra arrasada, retirando-se sem enfrentar o inimigo e levando tudo o que podiam, além de incendiar as casas, envenenar a água e destruir plantações.
Quando os franceses já estavam nas proximidades de Moscou, as tropas russas ofereceram resistência. Aconteceu, então, a Batalha de Borodino em que os russos foram derrotados, permitindo que Napoleão ocupasse Moscou.
Na mesma noite da entrada dos franceses, a cidade foi incendiada e, praticamente, destruída.
Napoleão permaneceu mais de um mês entre as ruínas e, somente em outubro, resolveu iniciar a marcha de regresso. Essa demora foi um grave erro. Muito distante da Fronteira, os exércitos de Napoleão foram obrigados a enfrentar o terrível inverno Russo.
Os rios estavam congelados, havia montanhas de neve e enormes lamaçais que atrasavam ou quase impediam a retirada. Além do frio terrível, das doenças e da fome, os exércitos Russos também atacavam as tropas exaustas ao longo do caminho.
Sem alimentos ou agasalhos adequados, mais de 90% do exército morreu no caminho de volta. Do grande exército de Napoleão restavam apenas cerca de 30 mil homens. A esmagadora derrota na campanha da Rússia destruiu de vez o mito da invencibilidade de Napoleão que, fragilizado, conseguiu retornar a Paris.
A queda de Napoleão na Rússia
Se o czar tivesse feito a paz quando Moscou foi ocupada, como a maioria dos inimigos de Napoleão tinha feito sob circunstâncias semelhantes, o jogo provavelmente teria terminado com a vitória francesa
Porém, o czar não estabeleceu a paz e Napoleão se viu diante do dilema entre uma guerra interminável, sem perspectiva clara de vitória, ou a retirada.
Napoleão foi derrotado não tanto pelo inverno Russo, mas principalmente por seu fracasso em manter o grande exército com o suplemento adequado. A retirada de Moscou foi o que selou a destruição de seu exército.
Diante de tamanha derrota, as nações europeias inimigas da França sentiram-se fortalecidas e organizaram a sexta Coligação, composta por:
- Prússia;
- Inglaterra;
- Rússia; e
- Áustria.
Essa Coligação foi a responsável por vencer as tropas napoleônicas na batalha das Nações, em 1813, na cidade de Leipzig, território germânico.
Em março de 1814, Napoleão foi obrigado a assinar o Tratado de Fontainebleau, no qual abria mão de todos os direitos ao trono francês. Em troca, ele recebeu uma pensão de 2 milhões de Francos anuais e plena soberania sobre a ilha de Elba situada no Mar Mediterrâneo.
Ao mesmo tempo a dinastia dos Bourbons foi restaurada na França com a coroação de Luís XVIII, irmão de Luís XVI, No entanto, ao invés de um Estado absolutista foi estabelecido uma monarquia moderada.
O governo de cem dias
Com a restauração dos bourbons ao trono francês, ocorreu a volta dos emigrados, aristocratas e membros do alto clero, que exigiam as terras que tinham sido conquistadas durante a Revolução Francesa. Teve início, então, uma época de reação marcada pela ideologia conservadora do congresso de Viena (1815).
Isso causou grande descontentamento e revolta entre os camponeses.Aproveitando-se das manifestações de descontentamento do povo francês contra o governo de Luís XVIII e contra as exigências dos nobres do antigo regime, Napoleão Bonaparte fugiu de Elba, apoiado por sua guarda pessoal de mil homens. Ele desembarcou na costa meridional da França em 01 de março de 1815.
Luís XVIII ainda enviou um batalhão para prendê-lo próximo a Grenoble, mas os oficiais e os soldados se colocaram sob o comando de Bonaparte. Com o apoio dos soldados que aderiram ao seu comando, Napoleão se dirigiu rapidamente em direção a Paris.
À medida que avançava, as manchetes nos jornais iam se modificando, demonstrando apoio às forças militares e, consequentemente, à Napoleão. Enquanto isso, Luís XVIII – que havia jurado morrer em defesa do trono – já se encontrava a caminho da Bélgica.
Entretanto, Napoleão não conseguiu permanecer no poder mais do que 100 dias. Imediatamente, seus inimigos, comandados pela Inglaterra, organizaram a sétima Coligação. Com exércitos comandados pelo Duque de Wellington, eles impuseram uma derrota definitiva ao exército napoleônico, na Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815.
Napoleão abdicou, pela segunda vez, sendo exilado na Ilha de Santa Helena, na costa africana, onde morreu em 5 de maio de 1821.
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