O sul brasileiro possui uma vasta área disponível para a agropecuária. O clima favorável e o alto investimento tecnológico têm levado desenvolvimento a essa região. Confira neste artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, sobre as bases econômicas do Sul do Brasil.
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Extrativismo no sul brasileiro
Apesar de ser uma atividade econômica complementar, o extrativismo é bastante desenvolvido na região Sul em suas três modalidades.
O extrativismo vegetal é praticado na Mata das Araucárias, da qual se aproveitam, principalmente, a imbuia, a erva mate e algumas outras espécies utilizadas pelas indústrias moveleiras, construtoras, serrarias e fábricas de papel e celulose.
O extrativismo animal é mais praticado ao longo da faixa costeira, com uma produção de pescado que equivale a cerca de 25% do total produzido no Brasil, com destaque para a sardinha, a merluza, a tainha e o camarão.
Já no extrativismo mineral destacam-se:
- Carvão mineral, na região de Criciúma;
- Caulim, matéria-prima que abastece fábricas de azulejos e louças em Santa Catarina e no Paraná, e cuja extração, na região de Campo Alegre, chega a 15 mil toneladas mensais;
- Argila e petróleo, explorado na plataforma continental e na bacia do Paraná.
Agropecuária na região sul
A região sul, que produz quase metade de toda safra nacional de grãos, cultiva:
- Milho;
- Arroz;
- Feijão;
- Trigo; e
- Tabaco.
É a região onde mais se produz mel, alho, maçã e cebola. Como a soja tem grande importância na economia do Sul, a liberação do plantio de sementes transgênicas divide opiniões. Enquanto o Paraná quer manter-se como produtor não transgênico, o Rio Grande do Sul é o estado que mais produz soja geneticamente modificada.
A pecuária é a atividade que ocupa a maior parte do espaço territorial sulista, porém, a atividade econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores é a agricultura.
A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados setores, a policultura e a monocultura, atividades às vezes interligadas. É realizada em pequenas propriedades que desenvolvem agricultura de base familiar.
Foi introduzida por imigrantes europeus, principalmente alemães, na área originalmente ocupada pelas florestas, levando-as à degradação, principalmente pelo cultivo de milho, feijão, mandioca, batata, maçã, laranja e fumo.
Já a monocultura comercial se desenvolve nas grandes propriedades. Essas atividades são muito comuns nas áreas de campos, do Rio Grande do Sul, onde se cultivam:
- Soja;
- Trigo;
- Girassol;
- Canola; e
- Arroz.
No norte do Paraná predominam as monoculturas comerciais de algodão, cana-de-açúcar e, destacadamente, soja, laranja, trigo e café. A erva-mate, produto do extrativismo é também cultivada na região
Suinocultura no Sul brasileiro
Em relação à pecuária, o Paraná é o maior produtor brasileiro de suínos, seguido pelo Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se paralelamente ao cultivo do milho e, além de abastecer a população, serve de matéria-prima a grandes frigoríficos.
A campanha gaúcha ou pampa constitui uma excelente pastagem natural para a criação de gado bovino. Ali, desenvolveu-se uma pecuária extensiva, em uma área onde se cria também ovinos.
A região Sul reúne cerca de 18% dos bovinos e mais de 60% dos ovinos criados no Brasil. O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de ovinos.
A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região, que detém o segundo lugar no ranking da produção brasileira de leite e é beneficiada por indústrias de laticínios.
Indústria no sul brasileiro
Desde a chegada dos imigrantes europeus, na primeira metade do século XIX, a região Sul começou a sua industrialização. Inicialmente, a produção era bastante familiar, tendo por objetivo suprir as necessidades domésticas.
Posteriormente, com o crescimento populacional e com o desenvolvimento dos centros urbanos, as indústrias de bens de consumo não duráveis transformaram-se em pequenas indústrias, que, por sua vez, deram origem a algumas indústrias de grande porte.
A região Sul é hoje a segunda no Brasil em número de trabalhadores e em valor e volume da produção industrial. Essa posição deve-se:
- A uma boa rede de transportes rodoviários e ferroviário;
- Ao potencial hidrelétrico;
- Ao aproveitamento de energia térmica;
- Ao grande volume e variedade de matérias-primas; e
- Ao mercado consumidor com elevado poder aquisitivo.
Diferentemente da região Sudeste, em que predominam grandes complexos industriais, o Sul apresenta algumas especificidades nas regiões industriais. As indústrias se localizam próximas às áreas produtoras de matérias-primas. Assim, os laticínios e frigoríficos concentram-se nas áreas de pecuária, as indústrias madeireiras nas zonas de araucárias, e assim por diante.
Os estabelecimentos industriais de médio e pequeno porte predominam em quase todo o interior da região. Na região predominam as indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da pecuária. As maiores concentrações industriais situam-se nas regiões metropolitanas de Curitiba, no Paraná, e em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A região metropolitana de Curitiba é o segundo maior pólo automobilístico da América Latina, composto por empresas como Audi, Volkswagen, Renault, Volvo e New Holland. Já o maior complexo automobilístico fica na região metropolitana de Porto Alegre, onde se localiza, inclusive, a General Motors.
No norte do Paraná, estão localizadas cidades como Londrina, Maringá, Apucarana e Paranavaí, entre outras, favorecidas pela grande quantidade de matérias-primas, fontes de energia, rede de transportes desenvolvida e localização geográfica privilegiada, ligando os maiores pólos econômicos do país como interior da região Sul.
A região metropolitana de Curitiba concentra a melhor e mais avançada mão de obra qualificada em manufatura, atraindo a maioria dos investimentos tecnológicos destinados à região. Na região do Vale do Rio Itajaí, em Santa Catarina, destacam-se a indústria têxtil, cujos centros econômicos são Joinville, Blumenau, Itajaí e Brusque, e também a indústria de cristais finos e softwares, com sedes próprias em Blumenau.
A região norte catarinense destaca-se também no setor moveleiro, sendo os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra grandes produtores e exportadores de móveis. O litoral sul de Santa Catarina desenvolve atividades industriais associadas à exploração do carvão, na região onde ficam cidades como Imbituba, Laguna Criciúma e Tubarão.
Na região de Caxias do Sul, Garibaldi, bento Gonçalves e Flores da Cunha, estão instaladas as principais indústrias vinícolas do Brasil; nessa região também estão localizadas a Marcopolo – líder mundial na fabricação de carrocerias de ônibus -, a Tramontina – ferramentas e utilidades domésticas -, a Eberle – talheres, ferramentas, cutelaria -, a Randon – implementos rodoviários e veículos -, entre outras.
Na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, há uma expressiva produção de tabaco para a fabricação de cigarros. Já na porção noroeste do Rio Grande do Sul, incluindo o Vale do Rio Uruguai, merecem destaque as indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas, especialmente trigo, soja e milho. Passo Fundo, Santo Ângelo, Cruz Alta e Erechim são as cidades mais importantes dessa área.
Na cidade de Triunfo, no polo petroquímico do Sul, está localizada a Copesul – indústria petroquímica e, na campanha Gaúcha, onde se destacam Bagé, Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento, há grandes frigoríficos, em geral controlados pelo capital transnacional.
No litoral lagunar do Rio Grande do Sul, destacam-se Pelotas que possui grande indústria de frigoríficos, e Rio Grande, onde se localiza o maior porto marítimo da região.
Além dessas concentrações industriais, merecem destaque devido à sua participação na economia da região Sul as cidades de Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná; Florianópolis, Joinville, Lages, Blumenau e Chapecó em Santa Catarina, e Santa Maria no Rio Grande do Sul.
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