Geopolítica mundial: o panorama do continente africano!

Geopolítica mundial: o panorama do continente africano!

Você sabia que o continente africano tem sido um dos principais focos de investimento da China nos últimos anos? Para entender esse assunto, confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você sobre esse curioso continente!

O território africano é limitado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a oeste pelo Oceano Atlântico e a leste pelo Mar Vermelho e pelo Oceano Índico, um lugar estratégico que possibilita o contato com inúmeras outras regiões do globo.

É por esse motivo, entre tantos outros, que a África foi constantemente pilhada, dividida e ocupada pelas potências da Europa a partir do século XV. Nessa época, milhões de africanos foram subjugados por essas potências, que mantiveram a exploração dos recursos naturais da região, mesmo após o fim da escravidão.

As consequências dessa dominação persistem até hoje nas diversas guerras civis causadas pelas rivalidades étnicas entre populações de países cujas fronteiras foram criadas artificialmente pelas nações europeias no século XIX.

Desenvolvimento econômico no continente africano

De acordo com o relatório “African Economic Outlook” (Visão Econômica sobre África), publicado em 2007 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o continente deverá experimentar um crescimento econômico regular nos próximos anos.

Contudo, no relatório emitido em 2023, o African Economic Outlook registrou o recuo de um ponto percentual no PIB do continente, devido à pandemia de COVID-19, mas o continente tende a recuperar seus índices de crescimento a partir de 2023.

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No entanto, tal situação não atingirá igualmente todos os países. Alguns continuam a enfrentar graves problemas de desenvolvimento, destacando-se, por exemplo, o Sudão com o conflito de Darfur e com a sua separação territorial em Sudão e Sudão do Sul, após o referendo realizado no país em 2011.

Situação semelhante de desenvolvimento incipiente também é enfrentada pelo Zimbábue, devido ao colapso econômico provocado pela Reforma Agrária, iniciada em 2000 no país.

As crises ambientais, principalmente a seca e a crise alimentar que afetam a África Ocidental e Austral, também são fatores que atravancam o crescimento econômico de muitos países. 

A Etiópia, a Costa do Marfim, a Nigéria e o Chade são países que poderiam ter um melhor desempenho econômico, mas os variados problemas internos relacionados às secas, à AIDS, à fome e aos conflitos étnicos, político-econômicos e religiosos impedem esse desenvolvimento.

Apesar dessas situações, o relatório da OCDE considera que o desenvolvimento para alguns países africanos é realmente positivo, como para a África do Sul e para alguns países do norte, apesar da insegurança, dos conflitos armados e políticos oriundos da Primavera Árabe e dos crescentes casos de corrupção existentes em muitas nações africanas.

Conflitos internos e crises humanitárias no continente africano

O continente africano é marcado por inúmeros conflitos resultantes do mosaico de culturas que o compõem. Esses conflitos são motivados, em geral, por uma combinação de causas distintas, embora haja, em alguns casos, o predomínio de apenas um dos fatores listados abaixo.

Há fatores que são:

  • Étnicos:
    • Quênia;
    • Ruanda;
    • Somália; e
    • Senegal.
  • Religiosos: e
    • Etiópia;
    • Argélia; e
    • Sudão.
  • Políticos:
    • Angola;
    • Uganda; e
    • Quênia. 

Como agravante, existem, ainda, os conflitos territoriais que ocorrem predominantemente na África Ocidental, onde vários povos e nações procuram conquistar autonomia e autodeterminação diante de governos autoritários, muitas vezes exercidos por uma etnia predominante.

Em média, há mais de seis milhões de refugiados internos em todo o continente africano, o que corresponde a um terço do total mundial, segundo os relatórios emitidos pela ONU desde 2019.

AIDS e HIV

Paralelamente a todos esses problemas, há ainda o aumento do número de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS. A precariedade das condições de vida, a falta de informação e as guerras são responsáveis pelo alastramento sem precedentes dos casos em todo o continente africano.

Segundo dados da ONU, aproximadamente 81% dos infectados pelo HIV no mundo estão na África Subsaariana. Nas últimas duas décadas, mais de 17 milhões de pessoas morreram vítimas da doença.

Uma das razões para esse grande número de infectados, além da pobreza, é a elevada incidência de estupros. A ONU estima que ocorrem cerca de 50 mil estupros por ano no continente.

Em decorrência do grande número de casos da doença, alguns países africanos assinaram convênios com Brasil e Índia para adquirir medicamentos genéricos e transferir a tecnologia para a produção em território africano. Essa situação desagradou os grandes laboratórios farmacêuticos, os quais alegam prejuízos pela quebra de patentes de seus medicamentos.

Fatores de subdesenvolvimento do continente africano

São diversos os fatores que dificultam o desenvolvimento no continente africano, dentre eles, destacam-se:

  • As secas;
  • A erosão do solo;
  • A ausência de técnicas;
  • As instabilidades políticas;
  • Os conflitos internos;
  • A infraestrutura para agricultura, visto que a maior parte das terras africanas são manejadas rudimentarmente, sem fertilizantes ou sementes melhoradas; e
  • A migração em massa da população local, fugindo dos problemas, conduziram o continente às constantes crises humanitárias e à dependência de ajuda externa.

Todos esses agravantes ajudam a explicar por que a África responde por pouco mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e tem quase metade da população vivendo abaixo da linha da pobreza, com renda inferior a um dólar por dia.

Inspirados na União Europeia (UE), os países africanos criaram, em 2002, a União Africana (UA), prevendo a implementação de programas com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico do continente.

Nos últimos anos, a África tem atraído cada vez mais o interesse dos Estados Unidos, que aumentaram sua presença militar na região e procuraram garantir acesso aos recursos naturais, principalmente o petróleo.

Além disso, os EUA buscam aliados para reforçar sua posição nos organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).

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