Erros gramaticais, especialmente de concordância, podem custar pontos preciosos e te afastar da vaga tão desejada em um Concurso Militar. Este guia foi feito para você, futuro militar, que precisa de clareza, objetividade e exemplos práticos focados nas exigências das provas!
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Fundamentos da concordância
A sintaxe de concordância é a parte da gramática que estuda a relação de harmonia entre as palavras em uma frase. Basicamente, ela garante que os termos “conversem” entre si, ajustando-se em número, gênero e pessoa.
- Concordância verbal: É a relação entre o verbo e o sujeito. O verbo precisa flexionar-se para concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª) com seu sujeito.
- Concordância nominal: É a relação entre o substantivo (o “nome”) e seus modificadores (artigos, adjetivos, pronomes, numerais). Eles devem concordar em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural).
Concordância verbal: regras essenciais e casos específicos
Dominar a concordância verbal é uma das principais táticas para ir bem na prova, pois essa parte da gramática, que trata da relação entre o verbo e o sujeito, é presença certa nos concursos. As regras a seguir são as mais cobradas em provas militares. Fique atento aos exemplos:
Sujeito simples
Essa é a regra-base: se o sujeito da frase tem apenas um núcleo, o verbo segue ele direitinho em número e pessoa.
- Regra geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito.
- Exemplo: O recruta [ele] apresentou-se no quartel. (Um recruta = um verbo no singular)
Sujeito composto
Aqui a coisa fica interessante, porque a posição do sujeito composto (com dois ou mais núcleos) muda a regra:
- Sujeito composto ANTES do verbo: O verbo sempre vai para o plural.
- Exemplo: Maria e João estudaram a doutrina militar. (Os dois = verbo no plural)
- Sujeito composto DEPOIS do verbo: O verbo pode ir para o plural ou concordar com o núcleo mais próximo. Nas provas, o plural costuma ser a opção mais segura e formal.
- Exemplo 1 (Plural): Apresentaram-se no quartel os sargentos e os cabos.
- Exemplo 2 (Com mais próximo): Apresentou-se no quartel o sargento e os cabos.
Sujeito coletivo
Quando o sujeito é um coletivo (como “tropa”, “multidão”, “cardume”), o verbo geralmente fica no singular. Só muda se esse coletivo vier com uma especificação no plural.
- Coletivo sem especificação: O verbo fica no singular.
- Exemplo: A tropa avançou sobre o terreno. (A tropa, em conjunto, é singular)
- Coletivo com especificação no plural: O verbo pode ficar no singular (mais formal) ou ir para o plural.
- Exemplo (preferencial/mais formal): A maioria dos recrutas chegou atrasada.
- Exemplo (também possível): A maioria dos recrutas chegaram atrasados.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos que e quem conectam orações, e o verbo deve concordar com o termo que os antecede.
- Com “QUE”: O verbo concorda com o termo anterior ao “que”.
- Exemplo 1: Fui eu que aprovei a missão.
- (Verbo “aprovar” concorda com “eu”)
- Exemplo 2: São eles que comandam a operação.
- (Verbo “comandar” concorda com “eles”)
- Exemplo 1: Fui eu que aprovei a missão.
- Com “QUEM”: O verbo pode concordar com o termo anterior ou ficar na 3ª pessoa do singular.
- Exemplo 1 (3ª pessoa): Fui eu quem fez o relatório.
- Exemplo 2 (Com antecedente): Fui eu quem fiz o relatório.
Verbos impessoais
Esses verbos não têm sujeito, então não se “combinam” com ninguém e ficam sempre na 3ª pessoa do singular. Essa regra é bastante cobrada.
“Haver” (sentido de “existir” ou “acontecer”):
Nunca vai para o plural.
- Exemplo: Havia muitos soldados no pátio. (Nunca “haviam”)
- Exemplo: Há duas semanas que não chove. (Indicando tempo decorrido)
“Fazer” (indicando tempo decorrido ou fenômenos da natureza):
Também sempre no singular.
- Exemplo: Faz dias quentes em Brasília.
- Exemplo: Fazia três anos que ele não via sua família.
Fenômenos da natureza (em sentido literal):
Ficam no singular.
- Exemplo: Choveu muito na madrugada.
Verbo “Ser”
O verbo “ser” é um dos mais flexíveis. Preste atenção nesses casos especiais:
Indicando horas, distâncias, datas:
Ele concorda com o número.
- Exemplo: São duas horas.
- Exemplo: Daqui até lá são vinte quilômetros.
- Exemplo: Hoje são vinte e cinco de junho.
Expressões “É muito”, “É pouco”, “É suficiente”:
Concorda com o determinante do sujeito (se houver). Se não tiver determinante (artigo, pronome), fica no singular.
- Exemplo 1 (Sem determinante): Quinze quilos é muito peso.
- Exemplo 2 (Com determinante): Quinze quilos de equipamentos são muito. (Concorda com “equipamentos”).
Concordância do verbo com o “Se”
A partícula “se” é um dos maiores desafios da língua portuguesa, mas entender suas duas principais funções facilitará a concordância verbal.
“Se” como partícula apassivadora
Quando o “se” atua como partícula apassivadora, ele forma a voz passiva sintética, e o verbo concorda com o sujeito paciente. Para identificar essa função, pergunte “o que é [verbo no particípio]?”.
- Exemplo: Vendem-se apartamentos. (Apartamentos são vendidos. O que é vendido? Apartamentos.)
- Exemplo: Aluga-se casa. (Casa é alugada. O que é alugado? Casa.)
“Se” como índice de indeterminação do sujeito
Quando o “se” funciona como índice de indeterminação do sujeito, o verbo permanece sempre na terceira pessoa do singular. Isso acontece com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação, frequentemente acompanhados de preposição, indicando que a ação não tem um sujeito definido.
- Exemplo: Precisa-se de soldados. (Não “precisam-se”. Quem precisa? Não se sabe.)
- Exemplo: Vive-se bem aqui. (Quem vive? Não se sabe.)
Expressões partitivas
Em expressões partitivas como ‘a maioria de’, ‘metade de’ e outras, o verbo pode concordar com o núcleo da expressão (que é singular) ou com o termo que a especifica, que geralmente estará no plural.
Concorda com o núcleo da expressão (singular):
- Exemplo: A maioria dos alunos compareceu à formatura.
Concorda com o termo especificador (plural):
- Exemplo: A maioria dos alunos compareceram à formatura.
Concordância nominal: regras essenciais e casos específicos
Você já se viu em dúvida sobre como combinar corretamente as palavras em uma frase? Será que o certo é “meia cansada” ou “meio cansada”? E quando o adjetivo aparece depois de dois substantivos, ele concorda com o mais próximo ou vai para o plural?
Essas pequenas incertezas são comuns e, muitas vezes, surgem da complexidade da concordância nominal, um dos pilares da língua portuguesa. Por isso, é importante aprender as regras essenciais e os casos específicos da concordância nominal.
Adjetivo com múltiplos substantivos
- Adjetivo anteposto (antes dos substantivos): O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.
- Exemplo: Apresentamos excelentes soldado e oficial.
- Adjetivo posposto (depois dos substantivos): O adjetivo pode concordar com o substantivo mais próximo ou ir para o plural, concordando com todos.
- Exemplo 1: O cabo e o soldado destemido.
- Exemplo 2: O cabo e o soldado destemidos.
Pronomes, artigos e numerais
Essas classes de palavras sempre concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.
Exemplos:
- As novas recrutas.
- O jovem soldado.
- Duas viaturas militares.
Expressões de verbo de ligação e Adjetivo
A concordância das expressões “é proibido”, “é bom”, “é necessário” e “é preciso” depende da presença ou ausência de um artigo ou de outro determinante.
- Sem artigo: Permanecem no singular (são invariáveis).
- Exemplos:
- É proibido entrada.
- É bom estudo para as provas.
- Com artigo: Concordam com o substantivo.
- Exemplos:
- É proibida a entrada de civis.
- É boa a leitura para a compreensão.
Palavras com dupla função (Adjetivo e Advérbio)
A função das palavras “meio”, “bastante”, “caro” e “barato” na frase determina a sua concordância.
- Como advérbio (modificam verbo ou adjetivo): São invariáveis.
- Exemplos:
- Ela estava meio cansada. (Não “meia”)
- Os alunos estudaram bastante. (Não “bastantes”)
- Como adjetivo (modificam substantivo): São variáveis.
- Exemplos:
- Comi meia maçã. (Significa “metade”)
- Ele tem bastantes livros. (Significa “muitos”)
Concordância de adjetivos e Particípios específicos
Palavras como “anexo”, “incluso”, “leso”, “quites”, “obrigado(a)”, “mesmo” e “próprio” concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.
- Exemplos:
- Os documentos seguem anexos.
- A aluna disse: “Obrigada!”
- Estamos quites com a instrução.
Expressões coordenativas de gêneros distintos
Quando expressões como “um e outro” ou “nem um nem outro” se referem a substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo que os acompanha vai para o plural masculino.
- Exemplo: Nem um nem outro militar estavam aptos.
Erros comuns e como evitá-los em provas militares
- Fuga da regra do “Haver” e “Fazer” (tempo): Lembre-se, eles nunca vão para o plural nesses casos. “Haviam muitos erros” (ERRADO) vs. “Havia muitos erros” (CORRETO).
- Confusão com “Meio” e “Meia”: Se for “metade”, varia; se for “um pouco”, é invariável. “Ela está meia confusa” (ERRADO) vs. “Ela está meio confusa” (CORRETO).
- Uso inadequado de “Bastante”: “Tinham bastantes problemas” (CORRETO, significa “muitos”) vs. “Elas estavam bastantes cansadas” (ERRADO, “bastante” aqui é advérbio, deve ser invariável).
- Concordância de “É proibido”: Verifique se há artigo. “É proibida entrada” (ERRADO, se não há artigo) vs. “É proibido entrada” (CORRETO). “É proibida a entrada” (CORRETO, com artigo).
- Verbo com sujeito composto posposto: Muitos esquecem a flexibilidade. Em caso de dúvida e para maior formalidade, use o plural.
Portanto, invista seu tempo no estudo aprofundado dessas regras, pratique incansavelmente e sinta a confiança crescer para encarar as provas.
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