Povos indígenas brasileiros: quem eram, onde viviam e muito mais!
Brasília – O dia do índio, celebrado no Brasil em 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540 de 1943, A data de 19 de abril foi proposta em 1940, pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México

Povos indígenas brasileiros: quem eram, onde viviam e muito mais!

Os povos indígenas brasileiros são o mais recente tópico cobrado pelos concursos militares do Brasil. Confira neste artigo que o Estratégia Militares preparou as principais informações para você conquistar seu sonho de se tornar um militar das Forças Armadas brasileiras.

A chegada dos portugueses à costa brasileira representou, assim como na América Espanhola, uma catástrofe para os povos nativos da região. Ao longo do processo de instalação da sociedade colonial, eles foram vítimas de violências físicas e simbólicas, submetidos ao trabalho compulsório e retirados de suas estruturas socioculturais.

Quantos indígenas existiam no Brasil em 1500?

Segundo dados apresentados pela FUNAI – Fundação Nacional do Índio, mais de três milhões de índios viviam na faixa territorial que hoje se define como o Brasil. 

As comunidades locais não apresentavam a complexidade das altas culturas da América Espanhola, como os Incas e os Astecas. Mas isso não significa que elas não apresentavam culturas complexas. 

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Quais povos indígenas habitavam o Brasil em 1500?

Os portugueses encontraram dois grandes grupos de nativos na região da América Portuguesa: os Tupi-Guarani e os Tapuia.

Quais regiões viviam os povos indígenas brasileiros?

Os Tupis, também chamados de Tupinambás, ocupavam praticamente toda a costa brasileira. Concentravam-se, todavia, na região litorânea do Norte do Brasil até Cananéia, no sul do atual estado de São Paulo. 

Os Guaranis, por sua vez, ocupavam o litoral sul do Brasil e a Bacia Paraná-Paraguai. 

Em algumas regiões da costa brasileira e majoritariamente no interior existiam povos indígenas que não seguiam as características culturais e linguísticas dos Tupi-Guaranis. Tais povos ficaram conhecidos como Tapuias.

O termo tapuia é uma terminologia tupi que possui a ideia simbólica de bárbaro, do forasteiro, do inimigo. Ou seja: aquele que não compartilha da cultura tupi-guarani. Assim, o termo tapuia foi incorporado pelos portugueses sob a perspectiva tupi-guarani.

Alguns historiadores optam por referir-se ao povo tapuia utilizando o termo Macro-jê, a fim de desconstruir o discurso de poder e soberania europeia sobre os nativos brasileiros.

Os Aimoré encontravam-se no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo, os Goitacá, na foz do Rio Paraíba e os Tremembé, na faixa entre o Ceará e o Maranhão.

Índio tradicional brasileiro

Quais as principais características dos povos indígenas brasileiros?

Mesmo dispersos por um território tão extenso, os povos indígenas brasileiros falavam dialetos semelhantes, que seriam interpretados pelos padres missionários – especialmente pelos jesuítas – como uma língua comum: o tupi-guarani.

Os padres da Companhia de Jesus criaram, na segunda metade do século XVI, uma escrita e uma gramática tupi-guarani. Isso foi preciso para fins de evangelização, uma vez que os povos indígenas eram ágrafos, ou seja, não conheciam a escrita como forma de comunicação. 

Para além da língua, os povos Tupi e Guarani apresentavam várias outras semelhanças culturais.

Como era o estilo de vida dos povos indígenas brasileiros?

Os povos indígenas brasileiros viviam da caça, da pesca, da agricultura de subsistência e da coleta de frutas. Preparavam frequentemente o solo, utilizando as queimadas, técnica agrícola que recebeu o nome de coivara. Ela teve longa permanência na história da agricultura brasileira, sendo praticada por colonos portugueses, quilombolas e populações ribeirinhas em geral. 

A economia  era voltada para a subsistência, sendo comum entre os nativos apenas a troca de mulheres e de alguns bens valorizados, como penas e pedras para ornamento.

As variadas comunidades indígenas espalhadas pelo litoral e pelo interior organizavam-se por meio de complexas redes de aliança e de inimizade que determinaram a eclosão das guerras de vingança entre as tribos. 

A vingança era um elemento simbólico central na cultura indígena, pois permitia a captura de inimigos, que eram mortos posteriormente em ações ritualizadas de canibalismo, prática comum dos povos Tupi e Tapuia. 

A antropofagia indígena- prática de comer carne humana a fim de absorver as virtudes, ligadas à guerra do morto – tinha a forma de importante festa ritualística entre os povos nativos do Brasil. Ela foi duramente estigmatizada pela Igreja Católica e combatida pelos padres jesuítas que desembarcaram na América Portuguesa a partir de 1548.

A chegada dos portugueses foi tratada pela maioria dos grupos locais com relativa resistência. Em alguns casos, com enfrentamento armado. A exploração pelos portugueses das rivalidades locais, apoiados pela amizade com as comunidades indígenas mais afeitas a eles, foi fundamental para a garantia da colonização.

Foi o caso dos índios Tupi no combate dos portugueses contra os índios Tamoios, que tentaram destruir os primeiros núcleos de colonização na região de São Paulo.

Os tupinambás, parte dos tupiniquins, os carijós e os guaranis das regiões de São

Paulo e Rio de Janeiro, com o apoio dos franceses, fizeram uma grande aliança de guerra que recebeu o nome de Confederação dos Tamoios.

Tamoio na língua tupi significa nativo, velho, do lugar. Ou seja: era uma guerra dos antigos do lugar, dos donos da terra, contra os portugueses, os invasores e inimigos dos indígenas.

Esta guerra durou cinco anos, de 1562 a 1567. Vários líderes tupinambás se destacaram, principalmente Cunhambebe e Aimberê. Os ataques tiveram altos e baixos e o grande aliado dos portugueses foi certamente a varíola. 

Comunidade indígena reunida em uma oca

Por volta de 1564 a epidemia atacou todo o litoral brasileiro. Centenas de indígenas morreram, inclusive o líder Cunhambebe. 

Com a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, a Confederação dos Tamoios foi enfraquecendo, pois já não tinha de quem receber armas de fogo.

Os portugueses jogaram pesado, não só enviando um grande reforço militar de seu país como também envolvendo os jesuítas nessa guerra violenta. A participação dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta foi decisiva para a vitória lusitana. 

Por meio deles, aconteceu o Tratado de Paz de Iperoig, que na realidade tornou-se um tratado de morte para os Tupinambás.

 O final da guerra foi desigual e violento. Três mil sobreviventes desta campanha militar foram levados para algumas aldeias dirigidas pelos jesuítas, no Rio de Janeiro e na Bahia.

Tal encontro de culturas possibilitou, além da violência e da destruição indigena, a integração de hábitos culturais diversos, como práticas econômicas, hábitos alimentares e a apropriação de palavras do vocabulário nativo. 

A intensa miscigenação também seria uma particularidade que distinguiu os povos portugueses dos espanhóis e ingleses durante os séculos seguintes à colonização.

Para o concurso de 2023, a ESA fez algumas modificações em seu edital. Você pode conferir mais sobre as mudanças acessando o canal do Estratégia Militares no YouTube. 

O que diz a Constituição sobre os povos indígenas brasileiros?

“Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.” 

[…] – Trecho retirado da Constituição Federativa da República do Brasil de 1988

A Constituição de 1988 reservou alguns artigos, como o 231, para tratar da questão indígena no Brasil. O objetivo central da lei é garantir o respeito aos povos indígenas tanto em sua estrutura cultural quanto em seu espaço de ação. Contudo, houve um grande atraso das autoridades brasileiras em reconhecer a importância dos nativos na história do país. 

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