Proclamação da República no Brasil: como foi e muito mais!
“O nascimento da República” – Óleo sobre tela

Proclamação da República no Brasil: como foi e muito mais!

Confira como foi a Proclamação da República no Brasil nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você. Nele há muitas informações e curiosidades sobre a história do fim do governo imperial e o início do governo republicano no país.

A proclamação da República não foi algo que aconteceu repentinamente. No decorrer da segunda metade do século XIX, o Império se envolveu numa série de conflitos que desgastaram a imagem e o poder imperial. 

Antecedentes da Proclamação da República 

Contribuíram para a crise do império, entre outros fatores, o movimento republicano, os conflitos do governo imperial com a Igreja e o Exército e, principalmente,

o processo abolicionista.

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Questão Religiosa

A Igreja era submetida ao poder Imperial, fato confirmado na Constituição de 1824 por meio do Padroado e Beneplácito. Isso significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem antes ter sido aprovada pelo imperador.

Em 1864, o Papa Pio IX publicou a Bula Syllabus que ordenava o completo distanciamento da Igreja em relação aos maçons. Porém, diante do poder do Beneplácito, o Imperador não concedeu o Placet – visto de autorização – à Bula.

Em 1872, no entanto, D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e de Belém, respectivamente, seguindo ordens do papa Pio IX, puniram religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II, atendendo a pedidos de grupos maçônicos, solicitou aos bispos que suspendessem as punições. Porém, eles se recusaram a obedecer ao imperador, foram condenados a quatro anos de prisão.

A punição gerou grande revolta entre os católicos. Para superar a crise, os bispos receberam o perdão imperial em 1875 e foram libertados, mas, apesar da soltura, este episódio levou a Igreja a romper com o Império.

Questão Militar 

Ao retornar da Guerra do Paraguai, o Exército Brasileiro adquiriu maior força e expressão política dentro da sociedade brasileira. As escolas militares passaram a ganhar importância, com destaque para a Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

O governo monárquico, no entanto, não percebia essa mudança nem a valorizava, pois até então nunca precisou do corpo militar organizado para se manter no poder, já que podia contar com a Guarda Nacional, criada em 1831.

Nas decisões políticas, o poder dos civis era enorme em relação ao dos militares. Diante disso, parte dos oficiais do Exército não se conformava com a situação e pretendiam se inserir mais ativamente na vida pública, acreditando no patriotismo como meio para conseguir a “salvação nacional”.

O Exército, portanto, passou a questionar a sua condição de exclusão política, chegando a ter dois de seus oficiais participando de eventos na imprensa para criticar essa situação. 

Porém, como essa atitude era proibida e vista como indisciplina, resultou em prisões, o que levou o marechal Deodoro da Fonseca a assinar um manifesto. Junto ao corpo de militares, ele se colocou em oposição ao governo de D. Pedro II.

D. Pedro II

Movimento republicano

As ideias republicanas já faziam parte de diversos movimentos, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador. No entanto, foi só a partir de 1870, com o fim da Guerra do Paraguai, que o movimento republicano estruturou-se de maneira concreta.

Neste ano, líderes republicanos do Rio de Janeiro lançaram o Manifesto Republicano, que em um de seus trechos declarava: 

“Somos da América e queremos ser americanos.”

Era  uma referência ao fato de o Brasil ser o único país que mantinha o regime monárquico no continente americano.

Em 1873, foi fundado o Partido Republicano Paulista, na Convenção de Itu, em São Paulo. Esse partido foi apoiado por importantes fazendeiros de café de São Paulo e logo passou a contar com seguidores no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Questão Social

A luta dos negros contra a escravidão ganhava cada vez mais adeptos na sociedade já que, neste período, o sentimento abolicionista estava presente em diversos setores intelectuais e dos oficiais do Exército, além da própria opinião partidária completamente favorável ao fim da escravatura.

Em 13 de maio de 1888, é assinada a Lei Áurea abolindo definitivamente a escravidão. No entanto, não houve indenizações aos proprietários que, insatisfeitos, romperam com o Império e entraram no PRP – Partido Republicano Paulista -, sendo chamados por isso de republicanos de última hora.

O enfraquecimento do governo imperial

A aliança entre membros do Exército, cafeicultores paulistas e setores médios urbanos, todos sem participação no cenário político do Império, possibilitou o advento do republicanismo, observado passivamente pela Igreja. 

Os membros das aristocracias agrárias tradicionais (nordestina e sulista), por sua vez, viam na abolição da escravidão uma traição do governo imperial. Por isso, distanciaram-se dele a partir de 1888, enfraquecendo ainda mais o regime.

Como foi a Proclamação da República do Brasil?

No final de 1888, D. Pedro II nomeou para o cargo de Primeiro-Ministro, Afonso Celso Figueiredo, com a intenção de que ele pudesse estabelecer reformas que aproximasse o Brasil do projeto republicano.

Entretanto, o parlamento brasileiro, cujos deputados tentavam ainda manter seus privilégios, negou a aprovação das mudanças propostas, o que gerou uma crise com meses de duração. 

Os republicanos aproveitaram a instabilidade para divulgar um boato de que D. Pedro II realizaria uma repressão contra os militares que fossem a favor da República, incluindo a prisão de Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant, crítico do regime.

Na noite de 14 de novembro, as unidades militares que estavam em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, se rebelaram.

"O nascimento da República" - Óleo sobre tela
“O nascimento da República” – Óleo sobre tela

Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, a união entre Civis (cafeicultores articulados em torno do PRP) e Militares, chefiados pelo marechal Deodoro da Fonseca depõem o Ministério Imperial e prendem seu Presidente, o Visconde de Ouro Preto

Naquela noite, constituiu-se o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. D. Pedro II, que estava em Petrópolis durante esses acontecimentos, recebeu

no dia seguinte um documento do novo governo solicitando que ele e a família real se retirassem do país.

Em 18 de dezembro de 1889, o imperador deposto embarcou com a família para a Europa. Proclamada a República, instituiu-se imediatamente um governo provisório, chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca. 

O governo provisório, formado na noite de 15 de novembro de 1889, deveria dirigir o país até que fosse elaborada uma nova constituição.


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