Regionalização brasileira: características gerais da região norte!

Regionalização brasileira: características gerais da região norte!

A região Norte do Brasil é a que apresenta os mais baixos indicadores socioeconômicos do país, além das menores taxas de urbanização. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou, as características da região Norte para você se preparar para as provas militares!

Quais as características da região Norte do Brasil?

A região Norte do Brasil apresenta o maior conjunto de terras de baixas altitudes do país, a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia do Rio Amazonas, e a mais densa e extensa área florestal do globo, a Floresta Amazônica. 

O clima quente e úmido e os rios extensos e caudalosos, drenando terras de altitudes geralmente pouco elevadas, são alguns dos aspectos naturais presentes na região.

A região Norte é a região do Brasil onde a paisagem natural mais interfere na ocupação do espaço. Seu relevo é predominantemente formado por planícies e depressões. Está localizada na região geoeconômica da Amazônia, entre o Maciço das Guianas (ao norte), o Planalto Central (ao sul), a Cordilheira dos Andes (a oeste) e o Oceano Atlântico (a nordeste).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a região Norte possui:

  • Área de 3.869.637 km²; 
  • População estimada de 16.313.163 habitantes, em 2012;
  • PIB equivalente a 5,35 do PIB nacional;
  • PIB per capita de R$ 12.701,00; e
  • Expectativa de vida de 72,4 anos.

Nessa região, estão localizados os dois maiores estados do Brasil – respectivamente, o Amazonas e o Pará – além do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins. É também nessa região que se observa o maior município do mundo em área territorial – Altamira, no Pará – com 161.445,90 km², maior que os estados de Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.

A Amazônia Legal consiste em uma área que engloba vários estados brasileiros e que corresponde à área de atuação da extinta Superintendência para Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). 

Superintendência para Desenvolvimento da Amazônia

A Sudam foi instituída para facilitar a administração e a aplicação de programas socioeconômicos, além de planejar o desenvolvimento da região da Amazônia com base em análises estruturais e conjunturais da região.

Atualmente, a área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e o oeste do estado do Maranhão.

Essa área apresenta uma superfície de aproximadamente 5.217.423 km², cerca de 61% do território brasileiro.

Vale destacar que essa região apresenta diversas denominações que possuem significados distintos – ou seja, não são sinônimos.  Vamos recapitular, então: 

  • Amazônia Internacional: a área total do domínio Amazônico, tanto no Brasil quanto em países vizinhos; 
  • Amazônia Legal: zona criada pelo Governo para o desenvolvimento de ações da Sudam; e 
  • Região Norte: divisão administrativa do país, efetuada pelo IBGE.
Rio Amazonas

Aspectos humanos e econômicos da região Norte

A região Norte é marcada por uma grande disparidade quanto à concentração populacional, como pode ser evidenciado na comparação entre o número de habitantes do Pará e de Roraima, por exemplo. Corresponde também à região de menor densidade demográfica do país, sendo um dos espaços menos povoados do Brasil.

Segundo dados do IBGE, a região Norte possui o segundo menor grau de urbanização do país – cerca de 73,5%, maior apenas do que a região Nordeste, cerca de 73,1% -, embora tenha sido uma das áreas que mais se urbanizou nos últimos anos.

Atualmente, a população nortista tem crescido mais que a média nacional e, na economia, também tem apresentado alguns avanços. Grande parte dos estados constituintes da região enfrenta problemas relativos à falta ou a ineficiência das redes de esgoto e de água tratada, o que acaba resultando em uma situação de risco à saúde da população.

Entre os estados da região Norte, o Pará é o que possui a economia mais dinâmica e diversificada, destacando-se a criação de gado bovino em São Félix do Xingu e a mineração em Barcarena e Parauapebas, região do Complexo dos Carajás. 

Zona Franca de Manaus

O estado também conta com algumas indústrias alimentícias, têxteis, madeireiras e metalúrgicas. No estado do Amazonas, destaca-se a Zona Franca de Manaus, que atraiu empresas pela isenção de impostos de importação de componentes para a montagem de bens de consumo duráveis, benefício que deve durar até 2023.

Além disso, o estado conta com a exploração petrolífera em terra, no município de Coari, e com uma importante reserva de gás natural, em Urucu. Em Rondônia, o setor que mais se destaca é o agropecuário. Nos demais estados – Acre, Amapá, Roraima e Tocantins -, predomina o setor terciário.

Para alguns pesquisadores, a região Amazônica constitui uma riqueza que precisa ser preservada e que deve permanecer intacta, porém o modelo econômico adotado pelo Brasil não permite que esse anseio seja realizado.

Por esse motivo, um dos grandes desafios da atualidade consiste justamente em conciliar povoamento, exploração econômica e conservação ambiental.

População da região Norte

A Amazônia, durante muito tempo, ficou conhecida pelas expedições que visavam a aprisionar índios ou a buscar as drogas do sertão que eram vendidas à Europa e rendiam lucro aos exploradores. Assim, sua ocupação se deu de diversas maneiras ao longo do tempo.

No século XVII, a instalação de uma fortificação portuguesa na foz do Rio Amazonas, o Forte Presépio, deu origem à cidade de Belém. No século XVIII, chegaram as missões religiosas, que tinham o objetivo de catequizar os índios, e várias expedições militares, organizadas para defender o território.

A exploração da borracha, produto que passou a ser muito usado na Europa e nos Estados Unidos, começou no fim do século XIX. Como a procura era grande, houve uma valorização significativa no mercado mundial, promovendo a intensificação da extração do látex das seringueiras nativas na região e a consequente migração de população para mão de obra. 

Já no início do século XX, centenas de imigrantes japoneses instalaram-se em núcleos coloniais, principalmente no Pará, e introduziram a agricultura comercial da pimenta-do-reino.

Com a decadência do ciclo da borracha, a população da região Norte praticamente se estabilizou. A partir de 1960, a integração com o restante do país começou a se intensificar por meio de medidas governamentais de caráter econômico e infraestrutural. Dentre elas, vale destacar:

  • a criação de órgãos, como a Sudam e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa);
  • o investimento na construção de grandes rodovias, como a Transamazônica (BR-230), a Cuiabá-Porto Velho (BR-364), a Cuiabá-Santarém (BR-163), a Porto Velho-Manaus (BR-319) e, ainda, a Belém-Brasília (BR-010);
  • a instalação de projetos de exploração mineral, como o Grande Carajás, iniciado na década de 1980;
  • a criação e instalação de projetos militares, como o Calha Norte, que objetivavam controlar a fronteira norte do país, identificar riquezas minerais e favorecer a ocupação da região.

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