Napoleão Bonaparte: o bloqueio continental e a resistência europeia na França!

Napoleão Bonaparte: o bloqueio continental e a resistência europeia na França!

A França de Napoleão Bonaparte conseguiu a façanha de ser adorado por classes favorecidas pelo seu governo, que viam nele o suporte contra o radicalismo. Para saber mais sobre o bloqueio continental e a resistência europeia contra Bonaparte, confira esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!

Os burgueses apoiavam o governo de Napoleão radicalmente, pois identificavam nele a habilidade de persuadir os camponeses com seus discursos de educação à doutrina revolucionária. O incentivo a um novo patriotismo tornou-se o símbolo da vitória e a esperança de um futuro glorioso.

O bloqueio continental da França contra a Inglaterra

Enquanto Bonaparte obtinha êxitos expressivos em terra, no mar evidenciava-se a superioridade inglesa com sua extensa marinha de guerra e sua posição insular, por ser uma ilha.

Napoleão reconheceu que seria muito difícil vencer os ingleses pelos meios militares tradicionais, já que a tentativa de invasão da Inglaterra foi um fracasso que resultou na derrota de Trafalgar.  Assim, ele decretou o bloqueio continental,  instituído pelo decreto de Berlim, em novembro de 1806.

O bloqueio continental consistia, basicamente, na proibição de países europeus comerciarem com a Inglaterra, seja comprando produtos ou vendendo matérias-primas, sob pena de invasão pelo exército francês.

O objetivo do imperador francês era isolar economicamente sua rival, enfraquecendo sua economia e, consequentemente, sua estrutura política, tornando-a fraca, vulnerável e fácil de ser destruída. 

Ele queria sufocar a Inglaterra, impedindo seu comércio com o resto da Europa pela proibição do acesso de seus navios aos portos do continente. Isso iria exaurir suas reservas de ouro e permitir à França saquear e confiscar seus bens.

Napoleão pretendia incentivar a indústria francesa a ponto de poder substituir a inglesa no mercado europeu. Entretanto, os acontecimentos demonstraram que a economia francesa não possuía a estrutura necessária para substituir a Inglaterra nas relações econômicas do continente.

Napoleão

Acordo entre a França e a Rússia

Ao vencer a Quarta Coligação, Napoleão obteve da Rússia a assinatura do Tratado de Tilsit, 1807,  no qual o czar reconhecia os termos de bloqueio continental. Nessa época, o império de Napoleão achava-se no auge da sua força.

Além da Rússia, a Áustria e a Prússia estavam submetidas ao império francês. A Itália fazia parte do império e Nápoles era governada por José Bonaparte, irmão de Napoleão. Luiz Bonaparte era rei da Holanda e Jerônimo Bonaparte governava a Westfália. A Dinamarca e a Noruega eram aliadas da França.

Como os países da península ibérica não se encontravam sob o domínio napoleônico, a Inglaterra procurou garantir mercados junto aos tradicionais aliados portugueses e propôs alianças aos espanhóis. 

Embora aliada da França, desde 1804, a Espanha acabou ocupada por tropas francesas e o rei bourbon Carlos IV  foi destituído do trono, que passou a ser ocupado por José Bonaparte a partir de 1808.

Em seguida, Napoleão mandou invadir Portugal. Ao fugir, o rei português mudou o status da colônia, que passou a ser sede da monarquia portuguesa e, consequentemente, do império colonial português. Tal mudança garantiu que o rei português mantivesse voto no conselho europeu e mantivesse as relações comerciais com outros países europeus.

A resistência europeia à Napoleão 

Um aspecto importante da dominação francesa é que, por onde passava, Napoleão implantava constituições, adotava o código civil e procurava modernizar suas estruturas econômicas, destruindo a antiga ordem aristocrática.

Assim, inicialmente, a burguesia dos países dominados recebeu os exércitos napoleônicos como libertadores. Porém, a continuidade das , somada às diversas modernizações proporcionadas pela administração francesa contribuiu para o despertar progressivo da consciência nacional em várias regiões da Europa

Assim, muitos dos grupos que antes louvavam os exércitos napoleônicos como emissários da Revolução Francesa voltaram-se contra os ocupantes, considerando-os, agora, opressores estrangeiros.

A resistência espanhola

O primeiro grande foco da revolta contra o império napoleônico foi a Espanha, cuja população não aceitou a imposição de José Bonaparte como rei e passou a organizar governos populares locais que armavam tropas para combater os invasores. 

A luta popular pela independência espanhola também teve forte caráter reformista, evidente nas decisões das várias juntas provinciais organizadas pela população, que instalaram medidas de reforma social e política de longo alcance na Espanha.

As sucessivas derrotas dos exércitos espanhóis, aliados dos ingleses, deixaram claro a necessidade de uma nova estratégia de combate, uma vez que o exército napoleônico mostrava-se muito forte e eficiente para ser vencido em uma batalha aberta tradicional.

A partir de 1809, os espanhóis começaram a quebrar o mito da invencibilidade dos exércitos napoleônicos, após serem auxiliados pelos ingleses comandados pelo Duque de Wellington.

Napoleão foi obrigado a deslocar suas tropas para região, enfraquecendo outras posições, mas, mesmo assim, não conseguiu derrotar os espanhóis, e foi vencido na batalha de Bailén. 

Enquanto isso, na Áustria, em meados de 1809, desencadeou-se um movimento nacionalista de libertação que obrigou Bonaparte a abandonar a Espanha para enfrentar a Quinta Coligação, formada por Inglaterra e Áustria. A França saiu vencedora na batalha de Wagram, contra os austríacos.

Por outro lado, o bloqueio continental não produziu os efeitos esperados. A Inglaterra, a princípio, teve uma queda de suas exportações. Porém, tal situação durou pouco, já que as esquadras britânicas comerciavam com as colônias do continente americano e impediam a França de obter matérias-primas no Novo Mundo.

Além disso, os países europeus passaram a estimular o contrabando com a Inglaterra, uma vez que a França não tinha uma infraestrutura industrial que permitisse que seus produtos substituíssem, com vantagens, o grande comércio em inglês. 

Nessa conjuntura, Napoleão começava a perder a confiança dos grupos portugueses e das camadas médias da população francesa.

Os países que acataram o bloqueio continental e passaram a sofrer a falta do mercado inglês eram, na sua maioria, nações agrícolas e dependiam da exportação de suas matérias-primas em troca das manufaturas inglesas.

Uma prova dessa situação foi a atitude da Rússia. Esse país, de economia essencialmente agrícola, viveu uma crise econômica devido ao excesso de produção de cereais, que não podiam ser trocados pelos produtos Ingleses. 

Em consequência, o czar Alexandre I, desprezando as ameaças de Napoleão, abriu os portos russos aos ingleses ao romper com o Tratado de Tilsit, em dezembro de 1810. Em resposta, Napoleão determinou a invasão da Rússia.

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