OTAN: o que é, quem faz parte e relação com o Brasil
Fonte: U.S. Secretary of Defense

OTAN: o que é, quem faz parte e relação com o Brasil

A Ucrânia e seu relacionamento conturbado com a Rússia voltaram a chamar a atenção do mundo no começo do ano de 2022. O motivo, dessa vez, foi a declaração de que os ucranianos estariam interessados em juntar-se à OTAN, para o desagrado do gigante russo.

A tensão culminou na invasão à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro. O Estratégia Militares reuniu as principais informações sobre a OTAN, uma das peças cruciais no atual conflito, e como o Brasil se relaciona com ela. 

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O que é a OTAN? 

A sigla remete ao nome Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em inglês, no entanto, a organização é chamada de NATO, ou North Atlantic Treaty Organization. Atualmente, ela é a maior aliança militar existente, mas apenas países europeus, além do Canadá e dos Estados Unidos, compõem o quadro de membros da instituição.

A bandeirada organização é composta por um fundo azul-escuro com uma rosa dos ventos em branco no centro. Sua sede localiza-se em Bruxelas, na Bélgica. 

Bandeira da OTAN. Fonte: Wikimedia Commons

A OTAN é uma aliança militar que tem o objetivo de garantir a “liberdade e a segurança” de seus 30 países membros, segundo estabelecido em seus quatro pilares básicos. 

O primeiro deles aponta que a atuação da OTAN é tanto militar quanto diplomática. O segundo, por sua vez, determina que a organização tem como princípio a defesa coletiva.  Ou, em outras palavras: um ataque contra um dos países membros é o mesmo que um ataque contra todos os demais. 

A aliança entre os países da Europa e a América do Norte que a OTAN proporciona é chamada de Ligação Transatlântica e constitui o terceiro ponto básico da entidade. A ideia é que os dois continentes cooperem nas áreas de defesa e segurança, além de comporem operações conjuntas multinacionais em tempos de crises. 

Por fim, o quarto ponto básico é que a OTAN segue os Conceitos Estratégicos que definem as tarefas fundamentais da organização para a próxima década. O Conceito Estratégico em vigor é o de 2010. Representantes de cada localidade se reúnem regularmente para discutir estratégias de defesa. 

Como a OTAN surgiu? 

A OTAN surgiu no período da Guerra Fria, em 4 de abril de 1949. Uma das principais razões para sua criação foi fazer frente ao avanço do poder da União Soviética sobre a Europa, no conturbado contexto pós-Segunda Guerra Mundial. 

Os países europeus desejavam que os EUA garantisse suporte militar em caso de outro conflito. No entanto, a potência norte-americana só concordaria com isso se houvesse união entre os países ocidentais. 

Diante disso, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e outros países europeus assinaram, em 1948, o acordo precursor da OTAN: o Tratado de Bruxelas. A ideia era impedir outro conflito em grande escala por conta de rivalidades entre os países europeus, como foi nas duas Grandes Guerras. 

No entanto, a OTAN só seria criada no ano seguinte, com a assinatura do Tratado de Washington. O acordo adicionava mais países europeus à aliança, além dos EUA e do Canadá. Ao todo, a OTAN era formada por 12 países fundadores. 

Como resposta, a União Soviética assinou o Pacto de Varsóvia com os países socialistas aliados, em 14 de maio de 1955. Não houve confrontos militares diretos entre as forças das duas alianças e, ao fim da Guerra Fria, em 3 de dezembro de 1989, o Pacto de Varsóvia foi desmanchado. Desde então, a OTAN tem sido a maior aliança militar e política ativa no mundo.

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A OTAN na História 

Embora a OTAN não tenha atuado militarmente durante a Guerra Fria, nos anos seguintes à queda do muro de Berlim, a aliança fez uso de suas forças em várias guerras civis ao redor do globo, algumas vezes como suporte da ONU. 

Confira abaixo algumas das mais importantes operações militares realizadas pela OTAN ao longo da história: 

  • Guerra da Bósnia: aconteceu em 1994, durante a invasão da Bósnia e Herzegovina pela Sérvia;
  • Intervenção em Kosovo: ocorreu por volta de 1999, durante a guerra que separou a antiga Iugoslávia; e
  • Guerra do Afeganistão: após o ataque às Torres Gêmeas, a OTAN e os EUA iniciaram uma fase de Guerra ao Terror. 

Depois desses eventos, a OTAN ainda atuou no Iraque, em 2004, e nos conflitos da Primavera Árabe, em 2011. 

Sala de reuniões OTAN
Sala de Reunião da OTAN. Fonte: OTAN

Quais são os países-membros?

Quando a OTAN foi formada, a aliança era composta apenas por 12 países: EUA, Canadá, Reino Unido, Bélgica, França, Noruega, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália e Luxemburgo.

No entanto, ao longo dos anos, mais países se juntaram à aliança, de forma que, hoje, a OTAN conta com 30 países-membros. Veja quais são abaixo, em ordem alfabética: 

  • Albânia; 
  • Alemanha; 
  • Bélgica; 
  • Bulgária; 
  • Canadá; 
  • Croácia; 
  • Dinamarca; 
  • Eslováquia; 
  • Eslovênia;
  • Espanha; 
  • Estados Unidos; 
  • Estônia; 
  • França; 
  • Grécia; 
  • Holanda; 
  • Hungria; 
  • Islândia; 
  • Itália; 
  • Letônia;
  • Lituânia; 
  • Luxemburgo; 
  • Macedônia do Norte; 
  • Montenegro; 
  • Noruega; 
  • Polônia; 
  • Portugal; 
  • Reino Unido; 
  • República Tcheca; 
  • Romênia; e 
  • Turquia.

Brasil e OTAN 

Como mencionado, a OTAN tem como membros apenas países do norte global, no entanto é possível estabelecer acordos com a organização. Aqueles que se aliam à OTAN são chamados de “Major non-NATO Ally”, ou seja, um importante aliado extra-OTAN. 

Os aliados extra-OTAN não se encaixam dentro dos acordos de mútua defesa, mas têm a possibilidade de vantagens militares e financeiras, como acesso preferencial na compra de equipamentos militares dos EUA e participação em pesquisas na área de defesa. 

O Brasil foi indicado como um aliado extra-OTAN em 2019 pelo então presidente norte-americano, Donald Trump. No entanto, esse status não garante que o Brasil será defendido pela entidade em caso de conflito e tampouco significa que nossas Forças Armadas podem ajudá-la em suas guerras. 

Além do Brasil existem outros países nessa categoria, como: Argentina, Austrália, Bahrein, Egito, Israel, Japão, Jordânia, Coreia do Sul, Kuwait, Marrocos, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Tailândia e Tunísia.

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