No dia 18 de setembro de 1865 chegava ao fim a resistência paraguaia no Brasil. A rendição do exército paraguaio em Uruguaiana, motivada por doenças e pela fome, representou uma das vitórias mais importantes dos Aliados na Guerra do Paraguai.
Para você ficar por dentro desse tema, o Estratégia Militares preparou um artigo com o que aconteceu de mais importante nesse episódio e quais foram as suas consequências para o maior conflito armado da América Latina.
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O que foi a Guerra do Paraguai?
A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi o maior conflito entre países da América Latina. Entre as nações envolvidas estão o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Para entender quais motivos levaram ao estopim do confronto, é importante saber qual a situação de cada um dos países envolvidos.
O Brasil tinha como seu imperador D. Pedro II. O imenso território era predominantemente rural e a população, em sua grande maioria, era analfabeta. O Exército Brasileiro era reflexo de um país recém-independente e com limitações financeiras, ou seja, não possuía uma estrutura condizente com o tamanho e importância do seu território.
O Paraguai tinha à frente de seu governo o ditador Francisco Solano López, homem que tinha ambição de tornar seu país uma potência na América Latina. Contudo, um de seus grandes empecilhos era não ter saída para o mar, algo fundamental para a circulação de mercadorias e pessoas.
Para conseguir desembocar no Oceano Atlântico, os paraguaios dependiam da harmonia entre os países que circundam a Bacia do Prata, já que seus navios precisavam navegar pelos rios Paraná e Uruguai.
Assim como o Paraguai, o Brasil, com capital no Rio de Janeiro, também fazia uso desses rios para se comunicar com o Mato Grosso. Devido às condições de trajeto da época, era bem mais rápido chegar à região pelo mar do que por terra.
Já o Uruguai passava por um cenário de disputa política. O país era governado pelo partido dos Blancos, que, por serem apoiadores de Solano López, permitiam a livre navegação dos paraguaios por suas águas.
Contudo, o partido de oposição – os Colorados – estava crescendo cada vez mais e, com o apoio de países que o apoiavam, sonhava em chegar ao poder. Em 1865, Venâncio Flores, líder do partido Colorado, assume a presidência do país, contando com a intervenção brasileira e argentina no país.
A intervenção no país visava questões econômicas. Para o Brasil, os Colorados no governo beneficiam muito o charque no rio grandense, já que acabaria com os conflitos envolvendo uruguaios e gaúchos na região. Para a Argentina, a chegada de Flores oferecia diversas vantagens ao Comércio de Buenos Aires.
As atitudes brasileiras e argentinas no território uruguaio enfureceram Solano López, que passou a se sentir ameaçado, já que sua principal rota de saída para o mar poderia estar comprometida.
O pontapé inicial dado por Solano López
O fato de o Brasil ter invadido o Uruguai para estabelecer seus interesses, fez Solado pensar que Dom Pedro II também poderia fazer o mesmo com o Paraguai. Além disso, a deposição do seu aliado também contribuiu para a atitude tomada pelo ditador.
No final do ano de 1864, Solano decidiu afirmar sua presença na região sequestrando um navio com o presidente do Mato Grosso e, posteriormente, invadindo o território brasileiro. Foi dado, assim, o pontapé inicial na Guerra do Paraguai.
Como foi a Rendição Paraguaia em Uruguaiana?
Após a invasão ao Mato Grosso, as tropas paraguaias pretendiam recolocar os Blancos no poder. Para chegar ao Uruguai, o ditador pediu permissão ao governo argentino para atravessar seus territórios. A permissão não foi concedida, o que não foi bem recebido por Solano, já que o Brasil pôde realizar o mesmo trajeto.
Diante disso, o ditador paraguaio também decide invadir a Argentina, mais precisamente na região de Corrientes. Além de querer alcançar o Uruguai, ele também tinha o objetivo de chegar ao Rio Grande do Sul.
Com muita luta, as tropas paraguaias, sob o comando de Antonio de la Cruz Estigarribia, conseguiram chegar à Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Entretanto, seu desgaste era grande devido às derrotas na Batalha do Jataí e na Batalha Naval do Riachuelo. Só continuavam sustentados pelo patriotismo.
Nesse momento, as tropas da Tríplice Aliança – compostas por brasileiros, uruguaios e argentinos – montaram o cerco a fim de sufocar os paraguaios em Uruguaiana.
Foram feitas algumas tentativas de acordo de rendição com Estigarribia, mas sem sucesso. O comandante paraguaio relutava em se entregar. Porém, a fome, as doenças não lhe deram outra escolha.
No dia 18 de setembro de 1865, quando o exército da Tríplice Aliança se preparava para atacar e pôr fim à estadia paraguaia no Brasil, Manuel Marques de Sousa, comandante brasileiro, envia uma última proposta de rendição a Estigarribia que, finalmente, aceita.
Os militares paraguaios, com exceção dos Oficiais Superiores, foram incorporados ao Exército da Tríplice Aliança ou vendidos como escravos. Esse episódio foi um dos que levou à vitória brasileira na Guerra do Paraguai.
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