Você já ouviu falar do Dia das Operações? A data faz alusão à criação da Esquadra de Evoluções, no dia 19 de agosto de 1884. Ela foi a responsável por desenvolver o poderio naval da Marinha do Brasil da época. Nesse post, você vai saber como se desenvolveu todo o projeto, além de vários outros detalhes deste importante episódio da Força Naval.
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A criação da Esquadra de Evoluções
Com o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, a Marinha do Brasil iniciou um processo de reestruturação. A princípio, era importante recuperar suas embarcações, que estavam presentes em diversos triunfos brasileiros daquela guerra, com destaque para a grande Batalha Naval do Riachuelo.
Após os reparos feitos nos navios, a Força Naval adquiriu alguns outros, a fim de melhorar ainda mais a Armada Imperial Brasileira. Dentre os novos Torpedeiros, Cruzadores e Monitores, a aquisição de maior destaque da época foram os Encouraçados de alto mar Riachuelo e Aquidabã, construídos na Inglaterra.
Para oficializar e amparar o processo de evolução da Marinha, no dia 19 de agosto de 1884, o então Ministro dos Negócios da Marinha, Almirante Joaquim Raymundo de Lamare, criou, por meio do Aviso n.º 1541A, a Esquadra de Evoluções. Os objetivos do projeto descritos no documento eram:
- Habilitar os oficiais da Armada na aplicação dos princípios da moderna tática naval;
- Exercitar oficiais e praças no uso das armas ofensivas e defensivas da guerra marítima, bem como nas operações de desembarque e ataque de fortificações;
- Estudar a melhor tática a ser adaptada nas Flotilhas de Torpedeiras, quer operem estas isoladamente, quer de combinação com os navios de combate;
- Organizar um novo regimento de sinais adaptados à tática naval moderna; e
- Manter, em toda a Esquadra, o mais vivo espírito militar e a mais severa disciplina.
Composta pelas melhores 16 embarcações da Força, a esquadra foi submetida ao comando do Chefe-de-Esquadra Arthur Silveira da Mota, o Barão de Jaceguai.
Uma das principais metas era aperfeiçoar nossos marinheiros, implementando novas táticas de operação, tomando como base, além de outros princípios, o que foi aplicado na Batalha de Lissa. Essa evolução na doutrina naval brasileira se fazia necessária em vista dos avanços nas embarcações e táticas usadas ao redor do mundo na época.
O que foi a Batalha de Lissa?
A Batalha de Lissa aconteceu no ano de 1866, predominantemente nas águas do Mar Adriático, próximo à ilha de Vis, que, por sua vez, era considerada um ponto estratégico na região. As forças navais italianas e as austríacas batalharam intensamente na região, sagrando-se vitoriosa a Marinha do Império da Áustria.
O principal motivo da Esquadra de Evoluções escolher a Batalha de Lissa como referencial para o seu treinamento se deve ao fato de que, neste episódio, foram usados os navios couraçados, semelhantes aos recém-adquiridos pelo Brasil.
Além disso, chamava atenção o fato de a Áustria, que se encontrava em número de militares e embarcações inferior, ter vencido a forte Marinha italiana.
O fim da Esquadra de Evoluções
Apesar da grandiosidade do projeto, a Esquadra de Evoluções não resistiu por muito tempo. O período em que João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe, presidiu o Conselho de Ministros foi suficiente para dissolver a Esquadra de Evoluções.
Enfurecido, o comandante Arthur Silveira da Mota alegou perseguição por parte do Barão de Cotegipe, visto que Arthur era abolicionista e João escravocrata. Contudo, o Senador justificou sua atitude com base em aspectos econômicos.
Fato é que esse episódio foi muito importante na história da Marinha do Brasil, que decidiu homenageá-lo celebrando, no dia 19 de agosto, o Dia das Operações.
O legado deixado pelos envolvidos, que buscavam aperfeiçoar e engrandecer ainda mais a Força Naval, inspira a Marinha do Brasil, que, atualmente, trabalha incessantemente na busca pelo que há de mais moderno para sua esquadra.
Como grande projeto da Força nos últimos anos, destaca-se o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), criado em 2008, com o intuito de desenvolver e construir submarinos de propulsão diesel-elétrica e submarinos de propulsão nuclear, em solo brasileiro.
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