7 de setembro: Independência do Brasil
Independência ou Morte, por Pedro Américo., em 1888.

7 de setembro: Independência do Brasil

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil se tornava uma nação independente de Portugal. Comemorando esse marco importantíssimo na história do nosso país, o Estratégia Militares preparou um artigo que conta como se deu o processo de independência brasileiro: da vinda da família real ao grito do Ipiranga. 

A transferência da Corte portuguesa para o Brasil (1808)

O primeiro passo dado rumo à independência brasileira foi a vinda da corte portuguesa para o Brasil. Essa viagem concederia, pela primeira vez na história, autonomia administrativa ao país, já que, ao chegar aqui, Dom João elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves.

O principal motivo da transferência portuguesa foi a expansão do Império Napoleônico pelo continente europeu. Para entender melhor a relação desses dois episódios, é importante saber que o único país capaz de enfrentar o poderio militar francês era a Inglaterra, que, por sua vez, era a grande parceira econômica de Portugal.

Para enfraquecer seu principal oponente na Europa, a França decretou o Bloqueio Continental, que proibia todos os países de estabelecerem relações comerciais com a Inglaterra.  

A partir daí, o Império Português, sob comando do príncipe regente Dom João, passou a viver um impasse: manter relações comerciais com seu principal parceiro econômico e correr o risco de ter seu país invadido por tropas francesas ou cortar qualquer relação com a Inglaterra, sabendo que essa atitude poderia decretar sua falência. 

Dom João escolheu manter a Inglaterra como sua principal parceira e, sem condições para resistir a um possível ataque francês, rumou com toda sua corte para o Brasil, com o apoio da poderosa marinha inglesa.

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Primeiras medidas portuguesas no Brasil 

Ao chegar ao Brasil em 1808, ainda em uma curta parada em Salvador, Dom João já tomou as primeiras medidas para que governar Portugal daqui fosse algo possível. 

Sua primeira atitude foi abrir os portos brasileiros às nações amigas. Assim, o Brasil passava a poder negociar diretamente com a Inglaterra sem intermédio luso. Essa simples atitude significava o fim do pacto colonial, também conhecido como exclusivo metropolitano.

Ao chegarem ao Rio de Janeiro, várias outras medidas foram tomadas, com destaque para a decretação do Alvará de 1808 e consequente revogação do de 1785. Com isso, abriu-se a possibilidade para instalação de manufaturas no Brasil, dando mais liberdade econômica ao país.

Além disso, o Período Joanino, como ficou conhecido o reinado de Dom João no Brasil, foi responsável por diversas mudanças estruturais no Rio de Janeiro. Para transformar a cidade em sede administrativa, foram criadas várias instituições, dentre as quais destacam-se:

  • Banco do Brasil;
  • Casa da Moeda;
  • Academia Militar e Hospital Militar;
  • Escolas de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro (as primeiras universidades do Brasil);
  • Academia Real de Belas Artes;
  • Jardim Botânico; e
  • Biblioteca Real.

Brasil elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves 

Em 1815, com a derrota definitiva do Império Napoleônico, os países que o derrotaram, participaram do Congresso de Viena. Nele, estabeleceram que todos os reis depostos por Napoleão deveriam retornar aos seus tronos. 

O príncipe D. João não dava sinais de que retornaria para o continente Europeu e, para atender tal exigência, elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, fazendo com que o território passasse a ter o mesmo status que Portugal, adquirindo autonomia administrativa e possibilitando o mandatário a governar daqui. 

Aclamação do Rei Dom João VI do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no Rio de Janeiro.

Esse foi o passo mais importante do início da emancipação política brasileira. 

Revolução Liberal do Porto (1820) 

Insatisfeitos com a permanência de D. João VI no Brasil, os portugueses, inspirados por ideais iluministas, eclodiram o que foi chamado de Revolução Liberal do Porto, movimento que exigia a volta do monarca a Portugal e a convocação das Cortes portuguesas para a criação de uma Constituição. 

Naquele momento, uma Constituição significava o fim do absolutismo monárquico. Diante dessa situação, D. João voltou a Portugal e deixou seu filho, D. Pedro, como regente no Brasil. 

A Independência do Brasil

Pouco tempo após a volta de D. João a Portugal, descobriu-se que a recolonização do Brasil também era um dos planos da Revolução Liberal do Porto. A volta do Príncipe Regente Dom Pedro ao país luso daria início ao processo. 

Nesse momento, brasileiros e alguns portugueses se uniram com o intuito de defender a Independência do Brasil, formando assim, o Partido Brasileiro. Entre as principais lideranças da organização estavam José Bonifácio de Andrada e Silva, Gonçalves Ledo, Cipriano Barata e Januário da Cunha Barbosa.

O dia do Fico

A primeira missão do Partido Brasileiro era convencer Dom Pedro a não abandonar o Brasil. Para isso, no dia 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao príncipe regente um documento com mais de 8 mil assinaturas. Nele havia o pedido pela sua permanência no Brasil e o enfrentamento às decisões da corte portuguesa. 

Ao receber o documento, Dom Pedro disse: “como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”.

O grito do Ipiranga 

A permanência de Dom Pedro no Brasil irritou muito a Corte portuguesa. Ao saber da convocação de uma Assembleia Constituinte e dos planos de Dom Pedro para a Independência do Brasil, os portugueses enviaram decretos ao Rio de Janeiro com o objetivo de anular as decisões do príncipe e exigir sua volta a Portugal. 

Os despachos foram recebidos por Dona Leopoldina e José Bonifácio, que eram os responsáveis pelo governo durante a viagem de Dom Pedro a São Paulo. Para deixar o mandatário a par da situação, a sede enviou o mensageiro Paulo Bregaro. 

Às margens do Ipiranga, o mensageiro encontrou Dom Pedro que, ao saber dos posicionamentos da Corte portuguesa, decidiu proclamar a Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822. Assim, o Brasil estava oficialmente separado de Portugal.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do Brasil, no dia 12 de outubro, sendo coroado em 1º de dezembro do corrente ano.  

Independência do Brasil
Coroação de Dom Pedro I.

As guerras de independência e o reconhecimento externo

Apesar da importância do dia 7 de setembro, a independência brasileira ainda não estava consolidada. Para isso, Dom Pedro I investiu em embarcações e contratou mercenários europeus para atuarem junto à população nas guerras de independência que se concentraram, principalmente, no norte e nordeste do país. 

Após intensas batalhas, os lusos finalmente foram expulsos do Brasil.

O primeiro país a reconhecer a independência brasileira foi os Estados Unidos, seguido do México. Somente em 1825, Portugal reconheceu a emancipação brasileira mediante a assinatura do Tratado de Paz e Aliança. 

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