A hidrografia da Marinha do Brasil é um dos setores que compõem a base operacional da força naval. Além disso, os militares hidrógrafos são verdadeiros cientistas à serviço da nação brasileira e eles são o tema deste artigo que o Estratégia Militares preparou para você!
A Marinha do Brasil tem como missão preparar e empregar o poder naval a fim de contribuir para a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais, a garantia da lei e da ordem, o cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em lei e para o apoio à política externa brasileira.
A navegação pelos rios do país é desafiadora, necessitando, portanto, que os profissionais conheçam a hidrografia da região e também tenham informações sobre o monitoramento do clima. Os responsáveis pelo mapeamento náutico são os militares hidrógrafos da Marinha do Brasil e o dia 28 de setembro é o marco do nascimento de Manoel Antonio Vital de Oliveira, o Patrono da Hidrografia da instituição.
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Vital de Oliveira, o Patrono da Hidrografia da Marinha
Por meio da atividade hidrográfica são obtidas informações para a elaboração de cartas náuticas, que refletem uma representação escalar das águas navegáveis. A atividade oferece suporte ao mapeamento náutico e à entrega de informações de maré, corrente e nível de água para o transporte marítimo seguro, bem como para a conservação marinha, determinando os limites da plataforma continental do Brasil.
Vital de Oliveira foi um oficial da Marinha nascido em Pernambuco, em 28 de setembro de 1829. Tendo ingressado na Marinha aos 13 anos de idade, se destacou por, de forma autodidata, ter estudado a hidrografia do país e desenvolvido estudos e registros dos rios e da costa brasileira.
Nessa época, o mapeamento hidrográfico do Brasil era feito pelos franceses. Contudo, Vital de Oliveira estudou a hidrografia brasileira e chegou a escrever um livro de 370 páginas sobre a costa nordeste do país, descrevendo todo o litoral da região.
Esse livro é chamado “Roteiro”, obra de fundamental importância nos estudos hidrográficos e para o auxílio na interpretação das informações das cartas náuticas.
Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha
A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) é o setor da Marinha do Brasil, que possui em seu histórico muitas contribuições para a sociedade. A organização foi criada pelo Decreto Imperial nº 6113, de 02 de fevereiro de 1876.
Cartografia náutica
No seu início, a Diretoria de Hidrografia e Navegação foi criada com a missão de realizar o levantamento e o mapeamento, nas cartas náuticas, dos rios e lagoas navegáveis. Era previsto que esse trabalho devesse ser extremamente minucioso, devendo o desenhista das cartas seguir regras específicas, previstas no decreto de criação da DHN, tamanha a importância de sua atividade.
Nos dias atuais são muitos produtos disponibilizados pelos militares hidrógrafos à sociedade, dos quais o mais conhecido é a carta náutica, a qual muitos navegantes utilizam. Mas também existem outros, como os aplicativos que informam as previsões de ondas, de marés e de correntes meteorológicas para regiões especiais.
Além disso, é disponibilizado à Marinha do Brasil, recursos operacionais para que a força naval possa cumprir sua missão de manter a segurança e a soberania nacional nos domínios aquáticos brasileiros.
A DHN é um braço científico tecnológico da Marinha. Seus militares são pesquisadores altamente treinados e capacitados, tendo inclusive, nomes icônicos no mundo científico brasileiro, como o Capitão de Mar e Guerra Altineu Pires Miguens, que elaborou diversas obras como “Navegação: a ciência e a arte” e “O Brasil e os recursos do mar”, entre outros.
Meteorologia da Marinha do Brasil
1888 foi o ano da criação da repartição central meteorológica. Ao longo dos mais de cem anos de existência, a Marinha foi uma das pioneiras a desenvolver a atividade no país e atualmente são investidos muitos recursos para o desenvolvimento das pesquisas climatológicas, que garantem a segurança da navegação nos rios e mares.
Geologia e Geofísica da Marinha do Brasil
A Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM) é a unidade responsável pelas pesquisas nas Zonas Costeiras da plataforma continental brasileira e em regiões oceânicas internacionais.
Ela desenvolve e conduz pesquisas de acordo com a Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM), que tem o objetivo de “orientar o desenvolvimento das atividades que visem à efetiva utilização, exploração e aproveitamento dos recursos vivos, minerais e energéticos do Mar Territorial, da Zona Econômica Exclusiva e da Plataforma Continental”.
As pesquisas desenvolvidas favorecem o incremento da operabilidade, da inteligência e da capacidade de defesa, permitindo o atendimento das necessidades específicas da Marinha e contribuindo para a racionalização das atividades de planejamento estratégico.
Dentre os programas e projetos desenvolvidos pela DIGEOM, destacam-se:
- Projeto Plataforma Rasa do Brasil;
- Projeto de Prospecção e Exploração de Depósitos de Fosforitas Marinhas na Plataforma Continental Jurídica Brasileira;
- Projeto de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais na Elevação do Rio Grande – PROERG; e
- Projeto de Prospecção e Exploração de Sulfetos Polimetálicos da Cordilheira Meso-Atlântica – PROCORDILHEIRA.
O poder naval dispõe de meios capazes de detectar, identificar e neutralizar ações que representem ameaças nas águas jurisdicionais brasileiras. Para tal, a Marinha do Brasil é capaz de manter a segurança nas linhas de comunicação marítimas e onde houver interesses nacionais.
O cumprimento desse conjunto de atribuições é efetuado por meio das tarefas básicas realizadas pela Força, como o controle de área marítima, negação do uso do mar, projeção de poder sobre terra e a contribuição para a dissuasão.
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