Morfologia: o que são e como se classificam os Substantivos?

Morfologia: o que são e como se classificam os Substantivos?

A disciplina de língua portuguesa é uma das poucas que são cobradas em todos os concursos militares de nível médio do país. Para lograr êxito nesses certames, é fundamental dar uma atenção especial para esta matéria, apoiando-se não só na teoria, mas também na resolução de questões. 

Nesse post, o Estratégia Militares aborda aspectos importantes a respeito da classe gramatical mais importante, ao lado dos verbos, na construção de frases: o substantivo. Ao final do artigo, você encontrará algumas questões para aplicar o que aprendeu.  

O que são os substantivos?

Todas as palavras da língua portuguesa estão divididas em dez classes gramaticais: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções e interjeições. 

Dentre as classes, o substantivo é o nomeador. Ele dá nome a tudo o que existe, ao que imaginamos existir ou a coisas abstratas, como: saudade, amor, pobreza etc. Além disso, é classificada como variável, já que varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). 

Curiosamente, não são só os verbos que indicam ações ou os adjetivos que indicam qualidades. Essas funções também podem ser exercidas pelos substantivos. Desenvolvimento e vingança são dois exemplos de substantivos que indicam ações, ao passo que, fidelidade é um exemplo de substantivo que expressa qualidade.

Classificações dos substantivos

Dentro dessa classe gramatical há subdivisões que chamamos de classificações. Os substantivos podem ser classificados de acordo com a forma ou sua significação.

Classificação de acordo com a formação 

  • Primitivo – Não apresenta afixos. Ex.: caderno, fuzil, mesa, palito;
  • Derivado – Apresenta afixos. Ex.: pedreiro, leiteiro, fuzileiro, cachorrada, paliteiro;
  • Simples – Conta somente com um radical. Ex.: samba, enredo, tempo, sol; e
  • Composto – É formado por mais de um radical. Ex.: samba-enredo, médico-cirurgião, passatempo, girassol.

Classificação de acordo com a significação 

  • Comum – Indica todos os seres de uma espécie. Ex.: bairro, país, remédio, aluno;
  • Próprio – Representa especificamente um determinado elemento da espécie. Ex.: São Paulo, Estratégia, Brasil, Lucas.
  • Concreto – Apresenta coisas, pessoas, animais, lugares de existência própria, ou seja, não dependem de nós para existirem. Ex.: luz, som, eco, chuva, saci, Deus.
  • Abstrato – São os seres que só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, logo, designam ações, estado ou qualidades, tomados como seres. Ex.: beijo, toque, fé, ira.

Substantivos coletivos

Os substantivos coletivos são substantivos comuns que, apesar de se encontrarem no singular, designam um grupo de seres da mesma espécie.

Substantivos
Biblioteca é um substantivo coletivo que representa um conjunto de livros.

Há milhares deles e conhecer os principais é de extrema importância, já que, por diversas vezes, esse tema foi cobrado em concursos. Seguem alguns exemplos:

  • Acervo: de obras artísticas;
  • Álbum: de fotografias, de selos;
  • Alcateia: de lobos;
  • Antologia: de canções ou trechos literários selecionados;
  • Armada: de navios de guerra;
  • Arquipélago: de ilhas;
  • Assembleia: de parlamentares;
  • Atilho: de espigas de milho;
  • Atlas: de mapas;
  • Baixela: de objetos de mesa;
  • Banca: de examinadores;
  • Banda: de músicos;
  • Bando: de pessoas, animais;
  • Batalhão: de soldados;
  • Buquê: de flores;
  • Cacho: de frutas;
  • Cáfila: de camelos;
  • Cancioneiro: de canções ou textos musicados;
  • Caravana: de viajantes, peregrinos;
  • Cardume: de peixes;
  • Caterva: de animais ou pessoas, sentido pejorativo;
  • Clero: de religiosos;
  • Colmeia: de abelhas;
  • Constelação: de estrelas;
  • Cordilheira: de montanhas;
  • Corja: de ladrões;
  • Coro: de cantores;
  • Elenco: de artistas;
  • Enxame: de abelhas;
  • Enxoval: de roupas;
  • Esquadra: de navios de guerra;
  • Esquadrilha: de aviões;
  • Falange: conjunto de tropas, de soldados, de anjos;
  • Fato: de cabras;
  • Feixe: de lenha, de capim, de raios luminosos;
  • Frota: de navios, veículos;
  • Galeria: de objetos de arte;
  • Girândola: de fogos de artifícios;
  • Horda: de bandidos;
  • Legião : de soldados;
  • Manada: de animais, de grande porte;
  • Molho: de chaves;
  • Nuvem: de insetos;
  • Orquestra: de músicos;
  • Panapaná: de borboletas;
  • Pelotão: de soldados;
  • Plantel: de animais de raça, de atletas;
  • Récua: de animais de carga;
  • Réstia: de alho, cebola;
  • Revoada: de pássaros;
  • Romanceiro: de poesias populares;
  • Súcia: de desonestos;
  • Tropa: de soldados;
  • Vara: de porcos;

Flexão dos substantivos

Como já dito anteriormente, o substantivo é uma classe variável e, por isso, pode ser flexionado em gênero, número e grau.

A seguir, abordaremos os aspectos mais importantes para cada uma das flexões.

Flexão de gênero

Todo substantivo é do gênero feminino ou masculino. Para saber, basta observar o artigo que o acompanha ou a sua terminação (desinência de gênero).

Podemos classificá-los de algumas formas, observando o modo como essas palavras se flexionam.

Biformes

São os que mudam a sua forma para representar gêneros diferentes, logo, observamos desinências diferentes. Ex.: moço – moça, poeta – poetisa, filho – filha.

Além desses, também existem os biformes heterônimos, que mudam o seu radical para flexionar o gênero. Ex.: homem – mulher, genro – nora, cavalheiro – dama.

Uniformes

Nesse caso, usa-se apenas uma palavra para os dois gêneros. Existem alguns tipos de substantivos uniformes. Um deles é o epiceno, cujo sexo é determinado pelas palavras macho e fêmea. Ex.: o sabiá (macho e fêmea), a cobra (macho e fêmea).

Além do epiceno, existe o sobrecomum, que designa pessoas de ambos os sexos sem mudar de gênero. Ex.: a criança (do sexo masculino ou feminino), o carrasco (do sexo masculino ou feminino).

Por fim, o comum de dois gêneros, que designa pessoas de ambos os sexos mudando o gênero. Tal mudança pode ser observada pelo elemento determinante (geralmente, o artigo). Ex.: o/a dentista, o/a jornalista, o/a cabo, o/a cadete.

Flexão de número

Os substantivos podem estar no singular ou no plural. Para estudarmos a pluralização – tema já cobrado em concursos militares – de forma mais didática, devemos separá-los em simples e compostos.

Para a flexão de substantivos simples, que apresentam apenas um radical, deve-se seguir as recomendações a seguir.

  • Terminados em vogal, ditongo (diferente de -ão) e “n” acrescentam “s”. Ex.: livro – livros, hífen – hífens;
  • Os terminados em “m” mudam para “ns”. Ex.: ferragem – ferragens;
  • Aos que terminarem em “r” e “z”, acrescenta-se “es”. Ex.: mulher – mulheres, juiz – juízes, arroz – arrozes;
  • Terminados em “al”, “el”, “ol”, “ul” trocam o “l” pelo “is”. Ex.: jornal – jornais;
  • Terminados em “il” trocam por “is” (oxítonas) ou “eis” (paroxítonas). Ex.: funil – funis, projétil – projéteis; e
  • Terminados em “ão” trocam por “ões”, “ães” ou “ãos ”. Ex.: mão – mãos.

Para pluralizar substantivos no diminutivo, terminados em “zinho” ou “zito”, há a necessidade de flexionar o substantivo primitivo para o plural e, posteriormente, usar essa terminação, sem o “s”, para formar o plural do substantivo no diminutivo. 

Ex.: florzinha – flor – flores – flore – florezinhas 

Por fim, vamos entender como funciona no caso dos substantivos compostos, ou seja, formados por mais de um radical. Os que não são separados por hífen variam como os substantivos simples. Ex.: girassol – girassóis, vaivém – vaivéns.

No caso dos que são separados por hífen, deve-se observar as seguintes regras:

  • Variam ambos: substantivo + substantivo; substantivo + adjetivo; adjetivo + substantivo; numeral + adjetivo. Ex.: couves-flores;
  • Varia o primeiro: quando o segundo termo é determinante do primeiro ou quando segundo termo é ligado por preposição. Ex.: bananas-prata; e
  • Varia o segundo: quando primeiro termo é verbo ou palavra invariável. Ex: guarda-chuvas.

Grau dos substantivos

O grau do substantivo diz respeito à variação de tamanho, já que ele pode ser aumentado ou diminuído. Existem dois graus: o aumentativo e o diminutivo. Ambos podem ser classificados em analítico e sintético. 

Na forma analítica, um adjetivo é juntado ao substantivo, de modo que ele aumente ou o diminua. Ex: obra gigantesca, menino pequeno. 

na forma sintética, há o acréscimo de sufixos. Ex.: boca – bocarra, pedra – pedregulho.

Questões

(EEAR – 2020) Relacione as colunas e, em seguida, assinale a alternativa com a
sequência correta dos substantivos coletivos.

1 – inimigos, soldados ( ) turma
2 – plantas de uma região ( ) atilho
3 – trabalhadores, alunos ( ) flora
4 – feixe de espigas de milho ( ) hoste

a) 3 – 4 – 2 – 1

b) 3 – 1 – 2 – 4

c) 1 – 4 – 3 – 2

d) 4 – 2 – 1 – 3

(EEAr) Qual afirmativa está incorreta?

a) Baleia é um substantivo epiceno.

b) Omoplata é um substantivo masculino.

c) Cônjuge é um substantivo sobrecomum.

d) Gerente é um substantivo comum-de-dois.

Gabarito

Primeira questão tem como gabarito a letra A e a segunda questão a letra B

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