Povos africanos: a diversidade da população e mais!

Povos africanos: a diversidade da população e mais!

O povo brasileiro é extremamente diverso e uma das grandes influências foi a vinda dos povos do continente africano. Essa integração representa uma das mais extraordinárias e subestimadas etapas do processo histórico de formação do país. 

Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, as principais informações sobre a formação da população do continente africano!

O deslocamento de aproximadamente quatro milhões de africanos por conta do trabalho escravo nas mais variadas atividades econômicas no Brasil resultou na profunda integração entre os dois lados do Atlântico.

Diversidade e formação dos povos africanos

A África não pode ser compreendida como uma unidade, afinal, as grandes variações de língua e religião, bem como a diversidade de povos e de espaços geográficos, fazem dela um continente rico em contrastes

Realidades tão diferentes dentro do continente dificultam a construção de uma identidade africana comum a todos os seus povos e culturas.

As próprias transformações sociais sofridas pelos povos africanos, devido ao contato com outras regiões do planeta, geraram uma reconfiguração das estruturas internas desse continente. 

Os complexos elementos que formam essa sociedade são, na contemporaneidade, objetos de estudo de diversos cientistas, das mais diversas áreas, nos mais variados setores.

O que é Sahel?

A diferença entre as diversas regiões africanas também pode ser percebida por meio da geografia do continente, que delimita suas regiões profundamente distintas, a África Setentrional e a África Subsaariana. 

Entre esses espaços, forma-se uma faixa limítrofe conhecida pelo nome de “Sahel” – a borda do deserto – que cruza a África da costa do Atlântico até o Mar Vermelho.

Nesse espaço, existe um conflito entre doze países que apresentam traços semelhantes ao do Oriente Médio, devido à ocupação árabe na região desde o século VII. São eles: 

  • Senegal;
  • Mauritânia;
  • Mali;
  • Burkina Faso;
  • Níger;
  • A parte norte da Nigéria;
  • Chade;
  • Sudão;
  • Etiópia;
  • Eritréia;
  • Djibouti; e 
  • Somália.

De clima desértico e com religião predominantemente islâmico, esse território é isolado do centro-sul da África pelo gigantesco deserto do Saara, que ocupa um extenso território do continente.

O que é a África Subsaariana?

A África Subsaariana, parte mais extensa do continente, concentra a maior parte da população negra daquela região.

Está presente nesse território grande parte dos problemas sociais da África. Eles são oriundos da:

  • Instabilidade política;
  • Precariedade econômica;
  • Dos baixos investimentos tecnológicos para a superação das barreiras impostas pela geografia inóspita de algumas áreas; e 
  • Do histórico de exploração do continente pelos povos ocidentais, a partir do período moderno.

Atualmente, apesar de disputas políticas e militares, pode-se afirmar que a África é composta de 54 países, distribuídos em uma área de 30,2 milhões de quilômetros quadrados de extensão. 

Ela comporta 9.860,6 milhões de habitantes, com uma taxa de crescimento demográfico de 2,3% ao ano, conforme informações do Fundo de População das Nações Unidas.

Economia do continente africano

A economia distancia-se dos padrões existentes em outros continentes, respondendo por cerca de apenas 2,3% do PIB Mundial. 

A ênfase econômica nos setores primários – como a extração do petróleo e a agricultura de exportação – não configuram possibilidades de grandes investimentos na região, apesar dos esforços empreendidos por nações como Inglaterra, França, Estados Unidos e China.

Houve uma redução dos conflitos, quando comparada às últimas décadas do século XX, período das lutas de independência da maioria dos países africanos contemporâneos. No entanto, a região ainda registra diversos problemas políticos atrelados às rivalidades tribais, além de conflitos de fronteiras e guerras movidas por temáticas religiosas.

Essa situação leva mais da metade da população da África subsaariana a viver abaixo da linha da pobreza, com os rendimentos inferiores a um dólar por dia. 

Além disso, as más condições de vida e os conflitos resultam na disseminação de doenças como a AIDS e a malária, mundialmente conhecidas como responsáveis pela morte de milhares de pessoas todos os dias no continente.

Diversidade da população africana

A diversidade étnica da África é um dos aspectos mais extraordinários do continente. O reflexo desse cenário é uma riqueza cultural que se reafirma e se integra de maneira intensa, apesar do lado perverso dos conflitos diretamente conectados a essa profunda variação populacional. 

Dentre os vários povos africanos, destacam-se:

  • Bérberes: conjunto de povos que vivem no norte da África e que falam as línguas berberes. Convertidos ao islamismo desde o século VIII, essa população se insere nas mais variadas etnias que caracterizam o norte do continente;
  • Pigmeus: caracterizados por apresentarem pequena estatura, os pigmeus se concentraram na região da África Equatorial. Dedicam-se a atividades de coleta e de caça, apresentando uma estrutura econômica primitiva;
  • Koikoi: concentrados no sudoeste da África, são conhecidos pelos europeus como “hotentotes”. Ocupam uma extensa faixa no sul da África, mas hoje estão restritos a pequenos grupos que se destacam pelo exercício da caça;
  • Bantos: predominantes no sul da África, representa um grupo mais numeroso do continente, apesar de ser possível dividi-los em centenas de subgrupos. Possui a mesma estrutura linguística e ocupam, nos dias de hoje, dezenas de países da África;
  • Sudaneses:  dedicados à agricultura, os sudaneses habitam nas savanas localizadas entre a região do Atlântico até o vale do Rio Nilo. Chegaram a apresentar um elevado estágio de desenvolvimento, no contexto das grandes navegações. Como os bantos, os sudaneses foram trazidos para  ao Brasil Império como escravos; e
  • Nilotas:  habitavam a região sul do Rio Nilo e são caracterizados pela elevada estatura.

O contato desses povos com os europeus ocorreu desde a Antiguidade, principalmente no norte da África. Porém, foi somente a partir das grandes navegações do século XV, período marcado pelo esforço luso de empreender no périplo africano, que essas civilizações se integraram de modo mais intenso.

O advento das práticas mercantis e o condenável comércio de escravos representaram a base para essa associação dos dois continentes, provocando o deslocamento de milhões de africanos para as áreas coloniais fundadas na América. 

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Veja também:

Referências

  • COTRIM, Gilberto. História global. Volume único. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
  • VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2011.
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