O helenismo é um período de grande destaque da cultura grega e o início do período se dá com uma invasão estrangeira em Atenas. Para saber mais sobre o mundo grego, confira esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!
Aproveitando-se da decadência e da desunião de Atenas e Esparta, o rei da Macedônia, Felipe II, organizou um poderoso exército e atacou os gregos, derrotando-os em 338 a.C., na Batalha de Queroneia.
A morte de Felipe conduziu seu filho, Alexandre, de apenas 20 anos, ao trono. Este, em apenas 12 anos, criou o maior império de que se tem notícia até então: o grande Império Macedônio. Ele se estendia da Grécia até os distantes limites da Índia, passando pelo Egito, pela Mesopotâmia e ocupando regiões da Ásia Central, perto das terras que hoje pertencem ao Afeganistão.
Alexandre procurou fundir em uma só as duas grandes culturas que, até então, predominavam – a grega e a persa. Elas eram o resultado de grandes influências das culturas mesopotâmica e egípcia.
Com isso, ele pretendia criar uma “cultura universal” que servisse de referência para as diversas populações que habitavam seus domínios.
Esse imperador foi o responsável por trazer para o Ocidente muitos valores políticos – como a ideia do “rei-deus”-, religiosos – com o zoroastrismo-, e descobertas científicas dos povos orientais.
Em contrapartida foi o responsável por levar para o Oriente muito da civilização grega, como a língua, a escrita, os valores filosóficos e os padrões artísticos. Essa nova cultura – fruto de fontes tão diferentes – recebeu o nome de cultura helenística e influenciou decisivamente a evolução da civilização romana.
Alexandre faleceu aos 33 anos de idade, em 323 a.C., na Mesopotâmia. Sua morte provocou a fragmentação de seu império, que foi dividido entre seus generais, os quais se tornaram soberanos à moda oriental.
Eles dividiram o império em quatro grandes regiões:
- Mesopotâmia;
- Egito;
- Ásia Menor; e
- Macedônia, que incluía a Grécia continental e a insular.
Os estados resultantes da divisão do império de Alexandre passaram a ser palco de constantes lutas internas. No século II a.C., enfraquecidos por essas lutas, esses impérios acabaram dominados pelos romanos.
Helenismo e a cultura grega
Ao mesmo tempo em que difundiram sua cultura, com a fundação de várias colônias nas diferentes regiões da bacia do Mediterrâneo, os gregos absorviam elementos dos povos com os quais entravam em contato, como os egípcios e os fenícios.
No entanto, preservaram ao longo dos séculos características que lhes conferiram uma identidade cultural relativamente homogênea entre as diferentes poleis. A cultura grega foi difundida durante a expansão do império de Alexandre e, mais tarde, apropriada pelos romanos, compondo a base da cultura ocidental.
Os gregos se preocuparam em conhecer cada vez mais e melhor o próprio ser humano e, devido a esse fato, toda a cultura grega pode ser chamada de cultura antropocêntrica.
Entende-se por cultura antropocêntrica aquela que considera o homem como centro de interesse, ou seja, trata-se de uma cultura na qual se valoriza o ser humano e suas realizações.
Além disso, deve-se destacar que o equilíbrio, a harmonia, a simetria e a valorização das formas geométricas são constantes em todas as realizações arquitetônicas, poéticas e teatrais da Grécia Antiga.
Essa postura, derivada da preocupação em racionalizar – isto é, em mostrar que tudo é produto da razão ou da inteligência do homem – permitiu que a cultura grega se transformasse em uma cultura padrão ou clássica para outras épocas da evolução da humanidade.
Na religião, por exemplo, os deuses eram projeções dos seres humanos, tinham sentimentos e atitudes humanas. Os deuses habitavam no Monte Olimpo, onde realizavam banquetes repletos de néctar e ambrósia, as fontes da eterna juventude.
A religiosidade grega era permeada de festas e rituais que reforçavam a solidariedade social, unindo os habitantes de cada Polis por meio da consolidação da identidade do ser grego.
Em Atenas, as grandes festas, como as Panateneias e Dionisíacas – dedicadas, respectivamente, a Atena e Dionísio – tinham também significado político, pois mostravam ao mundo grego o esplendor imperial da Polis.
Embora as manifestações religiosas do povo grego apresentem características antropocêntricas, é nas manifestações artísticas que a expressão do ideal grego se evidencia. Elas materializam a concepção estética da beleza, da simetria e da regularidade. São exemplos disso a escultura, a arquitetura e a cerâmica.
O teatro, uma invenção grega, foi um meio popular de atualizar os ideais culturais gregos, por meio das performances de atores – sempre homens – mascarados. As peças dos dramaturgos gregos, que inventaram a comédia e a tragédia, eram vistas por multidões de cidadãos em espetáculos que duravam o dia inteiro.
Nas comédias, satirizavam-se o cotidiano, a política e as personalidades importantes. Já as tragédias abordavam temas grandiosos, com enredos que mostravam heróis e heroínas em luta contra instituições sociais e contra o destino implacável.
A filosofia – do grego philos, amigo ou amante, e sophia, saber; logo amigo ou amante do saber -, também é uma importante invenção grega e constitui uma forma de conhecimento estritamente racional. Os filósofos da Grécia afastaram as explicações religiosas de suas considerações sobre a verdade e sobre o homem e procuraram explicações racionais que a inteligência humana pudesse compreender melhor.
Helenismo e a ciência grega
As ciências gregas investigaram a natureza, considerando tudo aquilo que a razão humana pudesse compreender como objeto de investigação. Algumas áreas, como a Matemática, desenvolveram-se desde cedo nesse povo.
Tales de Mileto e Pitágoras, importantes nomes da Matemática até os dias de hoje, foram também filósofos de destaque no período arcaico. Outras áreas do conhecimento, como a Medicina, a Anatomia, a Astronomia, a Geometria e a Dinâmica, desenvolveram-se mais no período helenístico, após o amadurecimento do pensamento racional grego e por meio do contato mais intenso com os povos orientais.
A sociedade grega foi a primeira a produzir registros do passado com base racional. Por isso, diz-se que os gregos foram os inventores da História. Os historiadores gregos – entre os quais se destacaram Heródoto, o pai da História, e Tucídides – escreveram narrativas que diferenciaram-se dos mitos por tomar por base testemunhos e procurar investigar fatos e relações de poder.
Os esportes na Grécia Antiga
Outra invenção grega bastante presente nos dias de hoje é o esporte. Com as manifestações esportivas, os gregos celebravam o ideal estético da beleza simétrica por meio da exibição dos corpos dos atletas.
Essas competições esportivas eram modos de se preservar a saúde e serviam de ocasiões para dar vazão às rivalidades e ao gosto por lutas, além de serem um meio para demonstrar beleza e força.
Um exemplo dessas manifestações esportivas são as Olimpíadas, que eram grandes espetáculos de jogos com significado religioso. Elas aconteciam na cidade de Olímpia e eram celebrações em honra a Zeus, deus supremo entre os gregos.
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