A crise de 1929: a expansão da crise no mundo e o Keynesianismo

A crise de 1929: a expansão da crise no mundo e o Keynesianismo

Os efeitos da crise de 1929 foram devastadores em todo mundo. O Keynesianismo foi a política econômica adotada pelo presidente dos Estados Unidos para frear a crescente crise ocasionada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque. Confira neste artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, todas as informações sobre esse assunto que pode ser cobrado em sua prova militar!

Em 29 de outubro de 1929, o desastre da quebra da bolsa de valores de Nova Iorque foi inevitável e arrastou os grandes investidores e empresas. Cerca de 16,4 milhões de ações foram subitamente postos à venda. O excesso de oferta e a falta de compradores fizeram com que os preços dessas ações caíssem cerca de 80%.

Efeitos da crise de 1929 nos Estados Unidos

Cerca de 15 bilhões de dólares viraram fumaça. A General Motors perdeu 293 milhões de dólares em ações, e a AT&T, a gigante das telecomunicações, perdeu 448 milhões de dólares.

À medida que as empresas faliam, aumentavam o índice de desemprego e a retração do consumo, provocando novas falências. Progressivamente todos os setores da economia acabaram afetados e o próprio sistema financeiro entrou em colapso

O Estado passou a indenizar os produtores para destruírem plantações, safras de trigo, algodão e milho, automóveis e produtos industrializados em estoque, e dizimarem rebanhos, visando ao controle dos preços. Em seguida, o governo estadunidense cortou o fluxo de empréstimos que vinha concedendo à Europa para que o continente pudesse se reconstruir.

A expansão da crise de 1929

A elevada internacionalização da economia mundial, provocada pelo desenvolvimento do capitalismo monopolista-financeiro e pelo imperialismo desde o final do século XIX, conectou em profundidade até então nunca vista as economias das diversas áreas do globo.

Os Estados Unidos tinham conquistado uma posição hegemônica na economia mundial com o fim da Grande Guerra – o país tornou- se o maior credor, o maior investidor e o maior mercado global. 

Essa internacionalização econômica tornou inevitável que a crise estadunidense contaminasse todos os demais países capitalistas, principalmente os europeus, tornando a Crise de 1929 uma depressão sistêmica global.

Com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, o capital financeiro estadunidense imediatamente recuou para seu país de origem, provocando a insolvência dos grandes bancos europeus, profundamente dependentes do capital ianque desde o fim da guerra.

Bolsa de valores de Nova Iorque

Efeitos da crise de 1929 na Alemanha e na Itália

Com isso, uma onda de falências atingiu praticamente todos os países europeus, mas com maior intensidade a Alemanha. Ela era quem tinha recebido maiores créditos para a sua reconstrução e para o pagamento dos juros da indenização de guerra imposta ao Estado germânico pelo Tratado de Versalhes.

A falência generalizada ocasionou um alto índice de desemprego, resultando em grave crise social. Em 1933, mais da metade dos alemães entre 16 e 30 anos de idade estavam desempregados. Sua grave situação interna contribuiu para o fortalecimento da ideologia nazifascista e o estabelecimento de um regime totalitário.

A consequência geral da depressão na Europa e nos Estados Unidos foi uma drástica redução no comércio internacional, que regrediu até atingir o nível de 1913. 

Com o objetivo de defender suas combalidas economias, todos os países adotaram severas medidas protecionistas. Pesados entraves foram colocados no comércio global, em clara oposição ao ideário liberal, seguido até então como o ordenamento natural das forças econômicas.

Desse modo, caíram as trocas em todos os níveis entre os países, e os mais prejudicados foram aqueles exportadores de produtos com baixo valor agregado, como as matérias-primas e os itens tropicais exportados pelos países periféricos.

Efeitos da crise de 1929 no Brasil

Na América Latina, o Brasil sofreu diretamente com a crise estadunidense, uma vez que os EUA suspenderam a importação do café brasileiro, provocando a falência de muitos fazendeiros. A crise econômica repercutiu na política brasileira e contribuiu para a eclosão da Revolução de 1930, que deu início à Era Vargas.

Por outro lado, a turbulência causada pela Grande Depressão não atingiu a União Soviética, onde, desde 1928, estava em andamento o primeiro plano quinque, que deu início à uma fase de industrialização rápida e intensa. A planificação econômica adotada pelos soviéticos foi uma forma de controlar e orientar a economia de acordo com os interesses do Estado.

Índice da bolsa de valores de Nova Iorque

O que é o Keynesianismo?

O pensamento do economista inglês John Maynard Keynes marcou uma nova era no desenvolvimento da teoria econômica. Sua relevância pode ser percebida pelo fato de que diversos governos pautaram sua política econômica, no período após a Segunda Guerra Mundial, tendo Keynes como referencial teórico.

A prolongada recessão da década de 1930 e o alto nível de desemprego colocavam em xeque a teoria clássica ortodoxa que defendia a ideia de que a economia possuía forças autorreguladoras que ajustavam automaticamente a oferta e a demanda, assegurando que o mercado tendesse permanentemente para o equilíbrio de pleno emprego.

Os clássicos entendiam que o processo de produção capitalista era também o de geração de renda – salários, aluguéis e lucros e, portanto, o processo de criação da fonte de financiamento da demanda (“a oferta cria a sua própria demanda”).

Fenômenos de desemprego seriam temporários, fruto de inovações tecnológicas ou causadas pela impertinência dos sindicatos, que reivindicavam salários irrealistas, desrespeitando as forças automáticas do mercado.

No auge da Grande Depressão, os economistas clássicos sustentavam que o desemprego era resultado da recusa dos trabalhadores em aceitar reduções em seus salários e defendiam que o remédio para conter o desemprego e estimular a economia seria a redução geral dos salários dos trabalhadores.

Entretanto, as altas taxas de desemprego mantinham-se e a depressão prolongava-se, minando a confiança no pensamento clássico e criando um cenário favorável para a divulgação da teoria keynesiana.

De acordo com Keynes, as forças do mercado não condiziam automaticamente com a economia ao equilíbrio do pleno emprego. Na verdade, os níveis de produção e emprego de uma economia seriam determinados pelo nível de demanda agregada. Flutuações na demanda agregada, por sua vez, eram geradas pela decisão de investir e pelo nível de consumo dos que tinham alguma fonte de renda.

A proposta de Keynes para sair da depressão e restabelecer o pleno emprego era de que o Estado aumentasse seus gastos em projetos de obras públicas, já que tal ação geraria renda para os trabalhadores empregados, que iriam gastá-la.

Um maior nível de consumo incrementaria a demanda agregada e teria um efeito estimulante nos níveis de produção e emprego. A teoria keynesiana defende a ação do Estado como um elemento indispensável ao bom funcionamento do capitalismo.

Se, por um lado, havia a proposta de aumentar a participação do Estado por meio de maior controle das decisões de gasto, por outro, tal intervenção deveria manter intactos os princípios fundamentais do sistema capitalista, a começar pela propriedade privada dos meios de produção.

Ao recomendar soluções que afastavam o espectro da depressão e do desemprego, Keynes contribuiu para afastar dos países desenvolvidos a “ameaça comunista”, que poderia atrair adeptos caso uma situação de profunda crise se tornasse permanente.


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