Rússia x Ucrânia: Quais os riscos de um acidente nuclear?

Rússia x Ucrânia: Quais os riscos de um acidente nuclear?

Após uma série de ataques russos na região de Enerhodar, na Ucrânia, um incêndio foi desencadeado na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. O Estratégia Militares vai te ajudar a entender como isso aconteceu e quais os riscos de um acidente nuclear causada pela guerra. 

Incêndio em Zaporizhzhia

Após ser atingido por um ataque russo, o prédio de treinamento, localizado na área externa da usina nuclear de Zaporizhzhia, pegou fogo. As tropas russas tomaram o controle da instalação logo pela manhã. No bombardeio, parte do conjunto foi incendiada.

As chamas foram controladas pela manhâ, com os responsáveis pela usina afirmando que ela já estaria operando normalmente. Por sorte, Zaporizhzhia não sofreu nenhum prejuízo grave. Seus reatores nucleares não foram atingidos pelo bombardeio.

Porém, apenas uma das seis unidades de geração de energia manteve o funcionamento e, muitos equipamentos técnicos foram atingidos.

Todo medo de um possível desastre nuclear era válido, já que especialistas afirmaram que uma explosão em Zaporizhzhia seria até 10 vezes pior que a de Chernobyl

O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica), Rafael Grossi, informou que não houve vazamento de material radioativo, mas que dois funcionários ficaram feridos depois do embate com os russos.

Sergyi Kyslytya, embaixador da Ucrânia, afirmou, durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, que os russos cometeram “terrorismo nuclear” ao dominar  Zaporizhzhia.

Por meio das redes sociais, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky publicou um vídeo mostrando o momento em que Zaporizhzhia foi atingida, confira: 

https://www.instagram.com/tv/CaqbuW7IX2a/?utm_source=ig_web_copy_link

Vale lembrar que, segundo as convenções internacionais, atacar uma usina nuclear é considerado um crime de guerra.

Quais os riscos de um acidente nuclear?

Quando ocorre um acidente nuclear, há uma liberação de diversas substâncias radioativas no meio ambiente. Esse material é responsável pela contaminação de tudo que está em sua volta. 

usina nuclear

As consequências de um acidente nuclear têm extensa duração, tanto para o meio ambiente quanto para a população que habita o local. Isso porque os níveis de radiação permanecem fortes na área contaminada por décadas. Entre as principais consequências para a vida estão o surgimento de câncer e as mutações genéticas, que podem acontecer em plantas, animais e em humanos. 

Quando ocorreu o ataque russo à usina de Zaporizhzhia, no conflito entre Rússia x Ucrânia, o temor era de que um novo acidente nuclear como o de Chernobyl acontecesse.

Acidente de Chernobyl: O maior da história 

O maior acidente nuclear da história, ocorreu no dia 26 de abril de 1986, em Chernobyl, localizada na cidade de Pripyat, no norte da Ucrânia. Após falhas humanas e o descumprimento de diversos protocolos de segurança, o reator 4 da usina explodiu. 

A princípio, dois operários vieram a óbito. Mas o acidente matou, oficialmente, 31 pessoas e causou sequela em várias outras. 

O desastre de Chernobyl ocorreu por causa de um teste que se baseava em estipular quanto tempo as turbinas conseguiam girar após uma queda brusca de energia. 

O mesmo teste já havia sido realizado um ano antes, quando os funcionários verificaram que as turbinas haviam parado muito rapidamente. A solução veio de forma rápida. Novos mecanismos foram instalados ao longo do ano, porém ainda precisavam de testes.

O responsável pelo teste, o engenheiro ucraniano Anatoly Diatlov, e sua equipe cometeram diversos erros fundamentais durante o processo. Além de desativar o mecanismo de desligamento automático do reator, foram desligadas quatro das oito bombas de água que o refrigeravam. 

No momento em que o operador se deu conta da situação em que o reator estava, já era tarde. A reação nuclear era muito instável e a quantidade de energia produzida ultrapassava 100 vezes a sua força habitual.

Após a primeira explosão, uma segunda explosão expeliu fragmentos das pastilhas de combustível. O núcleo do reator derreteu e, por conta das fortes temperaturas, gerou um grande incêndio

As chamas duraram dias, e foram responsáveis por jogar um intenso volume de material radioativo na atmosfera. O vento levou uma grande quantidade para o oeste e norte de Pripyat, além de outras regiões

Países como a Polônia, a Áustria, a Suécia e a Bielorrússia foram os primeiros a sentir os altos níveis de radiação na atmosfera. Seu poder era tão forte que afetou até mesmo países em outro continente, como Estados Unidos e Canadá.

Helicópteros despejaram em média 300 toneladas de água para tentar controlar a temperatura do reator. Sem contar as quase 5000 toneladas de boro, dolomita, areia, argila e chumbo que foram usadas na tentativa de deter a emissão de partículas radioativas.

Cientistas realizaram pesquisas onde estipulam que a região de Chernobyl deverá permanecer desabitada por até 20 mil anos, até se tornar segura para a residência humana novamente.

A maioria da população que teve contato com a radiação recebeu pensões e tratamentos médicos, disponibilizadas pelos governos dos países afetados. Nesse grupo estavam: 

  • Pessoas infectadas que adoeceram pela radiação; 
  • Liquidadores (bombeiros, operários, militares e voluntários que participaram do combate ao incêndio na usina; 
  • Pessoas que trabalharam na região de Chernobyl em anos seguintes; 
  • Pessoas que permaneceram em áreas contaminadas; e 
  • Pessoas evacuadas das áreas contaminadas.

Antes da guerra da Rússia contra a Ucrânia, Chernobyl estava aberta para visitação de turistas. Os passeios eram feitos com níveis de exposição à radiação controlados. Em 2019, a HBO lançou uma série sobre o acidente chamada Chernobyl.

chernobyl

Apesar de não se ter uma resposta exata, estudos apontam que, ao longo dos anos, mais de 90 mil pessoas podem ter morrido por conta do maior acidente nuclear da história. 

O Estratégia Militares está trazendo diversos conteúdos sobre o conflito que está acontecendo no leste europeu. Esta guerra pode ser tema de questões de prova ou redações nos Concursos Militares deste ano. Por isso, não deixe de acompanhar e, principalmente, estudar para as provas das Forças Armadas brasileiras! Prepare-se com nosso banco de questões clicando abaixo!

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