E aí, guerreiro? Já ouviu falar da Arma de Engenharia? O Estratégia Militares trouxe um artigo que te conta tudo sobre o protagonista dessa arma na história do Exército Brasileiro: João Carlos de Villagran Cabrita, o Patrono da Engenharia!
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O que é a Engenharia Militar?
A Arma de Engenharia possui atribuições fundamentais para a tropa, seja em tempos de guerra ou em tempos de paz. No conflito, a Engenharia é responsável pela locomoção da tropa, apoiando as Armas de Infantaria e Cavalaria.
Essa arma constrói e mantém pontes, estradas, ferrovias, portos, entre outros. Além disso, tem papel fundamental para retardar o avanço do inimigo, destruindo e colocando obstáculos na infraestrutura da tropa adversária.
Em tempos de paz, a Arma de Engenharia auxilia na infraestrutura e desenvolvimento nacional. É responsável por construir e manter estradas, pontes, ferrovias entre outras construções fundamentais para o deslocamento terrestre.
Para os jovens que desejam ingressar na Arma de Engenharia do Exército Brasileiro, há duas possibilidades de concurso público anual: Concurso ESA e Concurso EsPCEx. Ambas as escolas possuem o curso de Engenharia no Período de Qualificação.
Quem foi João Carlos de Villagran Cabrita?
João Carlos de Villagran Cabrita, militar de mais destaque na Arma de Engenharia na história do Exército Brasileiro, nasceu em Montevidéu, no dia 30 de dezembro de 1820. Villagran Cabrita, como é mais conhecido, possuía histórico militar na família, pois seu pai, Francisco de Paula Avelar Cabrita, era Major do Exército Português.
A vida militar de João Carlos de Villagran Cabrita
Sua vida militar inicia aos 22 anos, quando é declarado Alferes-Aluno. A princípio, serviu ao Batalhão de Artilharia do Exército, mas anos depois seguiu seu sonho e deu um passo importante para sua carreira como Engenheiro Militar: se graduou em Matemática e Física, no estado de Pernambuco.
Em 1855, participou da criação do 1° Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro, situado na cidade do Rio de Janeiro. Nesse Batalhão, Villagran Cabrita tinha a função de Fiscal Administrativo, já que possuía amplos conhecimentos matemáticos.
Em 1865, Villagran Cabrita parte junto ao 1° Batalhão de Engenharia rumo à Guerra da Tríplice Aliança. No ano seguinte, no decorrer da guerra, o Major Villagran Cabrita assumiu o Comando do 1° Batalhão de Engenharia.
Como Comandante, em abril de 1866, Villagran Cabrita deu um grande passo para se eternizar na história do Exército Brasiliero. Naquele momento da batalha, as tropas brasileiras marchavam rumo ao território inimigo. Em dado momento da marcha, os combatentes se depararam com um obstáculo: o caudaloso Rio Paraná.
No meio da travessia desse rio, que ligava o território argentino ao paraguaio, havia uma ilha, onde Villagran Cabrita visualizou uma grande oportunidade para surpreender o inimigo. O Comandante Villagran Cabrita ordenou que seus 900 homens armassem sua defesa naquela ilha, a fim de surpreender o inimigo e assim foi feito.
Às 4 horas do dia 10 de abril de 1866, as tropas inimigas que atravessavam o rio foram surpreendidas por uma atuação impecável do Exército Brasileiro, contra os mais de 11 mil adversários.
Porém, no decorrer do dia, após a brilhante vitória da tropa brasileira, Villagran Cabrita redigia os dados do conflito, quando foi surpreendido com uma bala de canhão que tirou sua vida. Aos 45 anos, Villagran Cabrita morre em campo de batalha e é interrompida de forma precoce a carreira de um dos engenheiros mais brilhantes do Exército Brasileiro.
Reconhecimento a João Carlos de Villagran Cabrita
Após sua morte, várias homenagens foram prestadas, com destaque à insígnia de Cavaleiro da Ordem de Cristo, cedida pelo Governo Imperial.
Atualmente, o 1° Batalhão de Engenharia, em que João Carlos de Villagran Cabrita fez história, é conhecido como Batalhão Villagran Cabrita.
No dia 13 de março de 1962, por meio do decreto 51.429, foi concedido o maior reconhecimento possível a Villagran Cabrita: o de patrono da Engenharia.
Além disso, a data de sua morte, 10 de abril, foi escolhida como o Dia da Engenharia no Exército brasileiro.
Canção da Engenharia
Outra bela homenagem a Villagran Cabrita é feita na canção da Engenharia, em que seu nome é lembrado e cantado.
Canção da Engenharia Quer na paz, quer na guerra, a Engenharia Fulgura, sobranceira, em nossa história Arma sempre presente, apoia e guia As outras Armas todas à vitória. Nobre e indômita, heroica e secular Audaz, na guerra, ao enfrentar a morte, Na paz, luta e trabalha, sem cessar, Pioneira brava de um Brasil mais forte. O castelo lendário, da Arma azul-turquesa Que a tropa ostenta, a desfilar, com galhardia É um escudo de luta, é o brasão da grandeza E da glória sem fim, com que forja a defesa E é esteio, do Brasil, a Engenharia. Face aos rios ou minas, que o inimigo Mantém, sob seu fogo, abre o engenheiro A frente para o ataque e, ante o perigo, Muitas vezes, dos bravos é o primeiro. Lança pontes e estradas, nunca falha, E em lutas as suas glórias ressuscita, Honrando, em todo o campo de batalha, As tradições de Villagran Cabrita. O castelo lendário, da Arma azul-turquesa Que a tropa ostenta, a desfilar, com galhardia É um escudo de luta, é o brasão da grandeza E da glória sem fim, com que forja a defesa E é esteio, do Brasil, a Engenharia. Letra: Aurélio de Lyra Tavares Música: Hildo Rangel
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