Hospitais militares: conheça a história das primeiras organizações de saúde militares

Hospitais militares: conheça a história das primeiras organizações de saúde militares

Você já pensou o que seria das tropas militares se não houvesse o apoio de médicos e dos hospitais militares? Conheça a história dos principais hospitais militares do Brasil nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!

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Os hospitais no Brasil colônia

Após a chegada dos portugueses à recém-descoberta Terra de Santa Cruz, o desbravamento do território para a ocupação foi auxiliado pelos jesuítas, da Companhia de Jesus. 

A presença dos jesuítas no território não se limitava somente ao apoio religioso e na catequização dos indígenas, mas se estendia para o campo da medicina. Alguns jesuítas saíram de Portugal já formados na área médica, porém a grande maioria agia informalmente, aprendendo, na prática, o ofício médico.

Muitos desses jesuítas aprendiam, desenvolviam e se atualizavam por meio das correspondências entre Lisboa e o território brasileiro, cuja sede localizava-se na cidade de Salvador (BA). Homens como José de Anchieta, João Gonçalves e Gregório Serrão se destacaram no exercício da medicina colonial.

O apoio prestado pelos jesuítas não se limitava aos livros e ao conhecimento vindos da Europa. A troca de conhecimentos com os nativos sobre plantas e ervas medicinais, na que foi chamada farmacopédia brasileira, contribuíram muito para o atendimento dos doentes e feridos, fazendo com que os jesuítas fossem indispensáveis para a continuidade da colonização portuguesa.

Todo esse conhecimento adquirido foi transcrito em obras que foram armazenadas nas bibliotecas dos colégios jesuítas da época. Um dos maiores destaques foi o colégio jesuíta da província do Maranhão, que contou com cerca de cinco mil obras dedicadas à medicina.

Surgimento dos hospitais militares no Brasil

Antes que fossem construídos ou estabelecidos prédios dedicados à atividade hospitalar, os jesuítas eram quem prestavam o apoio como médicos. No século XVI, os jesuítas receberam o reforço das irmandades da misericórdia, que fundaram hospícios, oficinas, casas de recolhimento, de criação e educação de deficientes, hospedarias e hospitais.

O primeiro Hospital da Misericórdia foi fundado em 1543 na cidade de Santos. Porém, ao longo dos anos, com a expansão e desenvolvimento da sociedade colonial brasileira, as instalações hospitalares chegaram à cidade do Rio de Janeiro, onde foram instaladas enfermarias militares em casas na rua dos quartéis da Armada.

Com a expulsão dos jesuítas pela corte, devido aos problemas entre a coroa e os monges das colônias de Sacramento e dos Sete Povos das Missões, o Marquês de Pombal determinou que os edifícios dos colégios utilizados pelos jesuítas fossem transformados em hospitais militares.

Segundo documentos históricos, os primeiros hospitais militares surgiram no território brasileiro no século XVIII, mais precisamente no ano de 1768, no Morro do Castelo, na cidade do Rio de Janeiro. O Hospital Real Militar e Ultramar da Corte do Rio de Janeiro foi instalado num casarão que pertencia à Companhia de Jesus.

O Hospital Real Militar permaneceu com esse nome até meados de 1808, quando documentos oficiais passaram a chamá-lo de nomes variados, como:

  • Hospital Militar e da Marinha;
  • Hospital Militar da Corte;
  • Hospital Real Militar da Corte; e
  • Hospital Real Militar da Corte do Rio de Janeiro.

Outros registros históricos relatam a criação do Hospital Real Militar da Bahia, na data de 4 de outubro de 1799, nas dependências do antigo Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus. 

Nessa época já existia a Santa Casa de Misericórdia, localizada na cidade de Salvador. Os tratamentos médicos das tropas militares eram feitos nesse estabelecimento, sendo que a cada soldado ou marinheiro atendido, a instituição recebia o ressarcimento com os gastos médicos.

Porém as reclamações das tropas eram constantes devido à precariedade do atendimento, que foi ocasionado por dívidas. Os problemas que a Santa Casa de Misericórdia acumulava se uniram com o temor da possibilidade da invasão espanhola e com o surto de epidemias, como a varíola, na época.

A fim de resolver os problemas, foram montados nas antigas instalações jesuítas, no hospício da Palma e no Colégio dos Jesuítas de Salvador, o Hospital Militar do Quartel da Palma e o Hospital Real Militar da Bahia.

O Hospital Militar da Bahia era administrado pelas seguintes personalidades:

  • O médico sargento-mor inspetor Caetano de Abreu de Lima Alvarenga;
  • O cirurgião-mor José Soares de Castro; e
  • O médico Luís Fernandes Alvarenga.

Os hospitais militares da colônia eram subordinados ao governador-geral e ao capitão-geral da capitania, porém a vistoria e inspeção dos hospitais estavam sujeitas aos delegados do Exército da coroa portuguesa.

Com a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte e a transferência da corte portuguesa para a colônia, o Brasil passou por uma grande onda de reformas, construções e adaptações de instalações para a recepção da coroa.

Uma das adaptações realizadas foi a construção da Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador. As atividades teóricas eram realizadas no Hospital Real Militar, enquanto as atividades práticas eram nas enfermarias do Hospital.

Hospitais Militares

Atuais hospitais militares das Forças Armadas

Atualmente, as Forças Armadas brasileiras possuem 42 hospitais militares ativos espalhados por todo o território nacional. Além dos hospitais, o atendimento médico aos militares é fornecido pelos grupamentos e juntas de saúde, que possuem um efetivo e tamanho de estrutura menores por se localizarem em lugares mais isolados dos grandes centros urbanos e em locais de grande demanda.

Hospital das Forças Armadas – HFA

O Hospital das Forças Armadas foi criado pelo Decreto nº 1310 em agosto de 1962 e assinado pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica da época. Sediado em Brasília, foi inaugurado em 27 de março de 1972 e contou com a presença do então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici.

O HFA é subordinado diretamente ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e é o único hospital militar que opera ao mesmo tempo com servidores civis e militares. Além disso, é referência no atendimento de diversas especialidades médicas e conta com uma seção dedicada à clínica oncológica.

Hospital Central do Exército – HCE

O Hospital Central do Exército é a mais antiga organização de saúde da força terrestre. Oriundo do Hospital Real Militar do Rio de Janeiro, o HCE é subordinado ao Comando Militar do Leste, por meio da 1ª Região Militar.

O Hospital é focado no atendimento e na realização de procedimentos de alta complexidade, além de abrigar uma seção de ensino e pesquisa médica hospitalar. Também fazem parte da estrutura do HCE as unidades:

  • Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ);
  • Hospital Militar de Resende (HMR),;
  • Hospital de Campanha (HCamp);
  • Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx);
  • Instituto de Biologia do Exército (IBEx); e 
  • Odontoclínica Central do Exército (OCEx).

Hospital da Força Aérea do Galeão – HFAG

O Hospital da Força Aérea do Galeão foi criado pelo Decreto nº 84,986 de julho de 1980, pelo Presidente da República João Batista Figueiredo e inaugurado em 20 de janeiro de 1981.

O HFAG surgiu devido a demanda que a Força Aérea tinha de atendimentos médicos de quarto escalão e que fosse capaz de receber a alta demanda que o Hospital Central da Aeronáutica (HCA) estava recebendo.

O Hospital proporciona aos usuários o atendimento de especialidades, numa das mais modernas estruturas hospitalares do país. São diversos os procedimentos realizados pela unidade, entre elas:

  • Cirurgia cardíaca;
  • Cirurgia torácica;
  • Cirurgia vascular;
  • Cirurgia plástica;
  • Centro de Tratamento de Queimados (CTQ);
  • hematologia e oncologia;
  • Neurocirurgia;
  • Pneumologia;
  • Medicina Nuclear; e
  • Unidade de Apoio à Criança (UAC).

Hospital Central da Marinha – HCM

O Hospital Central da Marinha é oriundo do antigo Hospital da Armada e Corpo de Artilharia da Marinha, que foi criado pelo Decreto Imperial de 09 de dezembro de 1833. O Hospital se localiza no Rio de Janeiro e teve a atual nomeação alterada em 03 de dezembro de 1908.

O Hospital atualmente é subordinado ao Centro Médico Assistencial da Marinha (CMAM) e tem a missão de prestar o apoio médico-pericial e o atendimento aos militares do Comando do 1º Distrito Naval. Das atividades médicas exercidas pelo HCM, destacam-se:

  • Divisão de Controle Médico-Pericial (DCMP);
  • Espaço Consciência e Cuidado (ECC);
  • Psicologia e psiquiatria;
  • Cardiologia;
  • Oftalmologia;
  • Otorrinolaringologia;
  • Ortopedia; entre outros

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