Dia do Correio Aéreo Nacional: conheça a história dos pioneiros da aviação nacional

Dia do Correio Aéreo Nacional: conheça a história dos pioneiros da aviação nacional

Você sabe que todo brasileiro tem o direito de viajar numa aeronave da FAB gratuitamente? Isso só é possível graças ao Correio Aéreo Nacional, mais conhecido como CAN! Confira neste artigo que o Estratégia Militares preparou para você as informações e curiosidades sobre a aviação militar brasileira.

Diariamente, homens e mulheres da Força Aérea Brasileira (FAB) trabalham em prol do cumprimento da missão constitucional da Aeronáutica. Nas diversas especialidades de aviações e de missões, nos locais mais longínquos do país, os militares da FAB passam horas, dias e anos trabalhando para manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com o objetivo da defesa da Pátria.

O mês de junho é marcado simbolicamente pelo Dia da Aviação de Transporte e pelo Dia do Correio Aéreo Nacional (CAN).

Origem do Correio Aéreo Nacional 

Idealizado pelo General José Fernandes Leite de Castro, Ministro da Guerra, e sob o comando do então Major Eduardo Gomes, o Correio Aéreo Militar expandiu-se pelo interior do país e foi um marco na aviação e na integração nacional. 

A ideia do General José Fernandes e do Major Eduardo Gomes era criar rotas com destino a lugares isolados do Brasil.

A primeira missão do Correio Aéreo Nacional 

As atividades do CAN, na época denominado Correio Aéreo Militar (CAM), iniciaram-se em 12 de junho de 1932, com os Tenentes Casemiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavénère-Wanderley, quando esses decolaram do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, a bordo da aeronave Curtiss “Fledgling” de matrícula K-263, em direção a São Paulo. 

A missão era entregar um malote, contendo duas correspondências, à sede dos Correios e Telégrafos, e, após a entrega, retornar à capital fluminense trazendo outras correspondências.

O voo inicial durou cinco horas e vinte minutos, no qual foi escolhida a rota direta, que passava por cima das montanhas do litoral sudeste. Devido a esse planejamento, a altitude de voo necessitou ser maior, o que ocasionou a perda de potência do pequeno motor da aeronave e a redução da velocidade de voo, que comparada ao solo chegou aos 80 km/h (oitenta quilômetros por hora), atrasando a viagem.

Ao se aproximarem de São Paulo, já ao anoitecer do dia, os pilotos não localizaram o Campo de Marte, local previsto para o pouso. Consequentemente, optaram  por aterrissar no Prado da Mooca, o hipódromo da cidade de São Paulo. 

Para entregar o malote e cumprirem a missão, os pilotos tiveram que pular o muro do hipódromo e tomar um táxi, que os levou até a Estação Central dos Correios, na Avenida São João.

Embraer 110 Bandeirante
Divulgação: Sgt Johanson/Flickr FAB

No dia seguinte, a aeronave foi transportada para o Campo de Marte, de onde os pilotos decolaram e, com a experiência adquirida no voo anterior, a viagem de retorno ao Campo dos Afonsos durou cerca de três horas e meia. 

A nova rota traçada passou pelo Vale do Paraíba até a cidade de Resende (RJ), onde hoje está localizada a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), e dali seguiu para o Rio de Janeiro. 

Essa rota ficou consagrada como o trajeto oficial entre Rio e São Paulo, para os aviões do CAM, até a entrada das aeronaves bimotores anos mais tarde.

A fusão do Correio Aéreo naval e o Correio Aéreo Militar

O serviço de transporte de correspondência em aviões militares, que começou com a denominação de Serviço Postal Aéreo Militar logo teve seu nome mudado para o de Correio Aéreo Militar. 

Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, houve a fusão do Correio Aéreo Naval com o Correio Aéreo Militar, surgindo assim o Correio Aéreo Nacional, que se mantém até os dias atuais.

A entrada em serviço dos aviões bimotores no CAN

A Segunda Guerra Mundial deu um grande impulso na aviação mundial,inclusive no Brasil. Com a entrada em serviço dos C-45 Beechcraft e também dos bimotores Douglas C-47, os serviços do CAN foram aprimorados e ampliados, Atendendo não só a longínqua cidade de Xapuri, no Acre, mas alcançar cidades estrangeiras como Santa Cruz de La Sierra, Cochabamba e La Paz, na Bolívia.

Em 1951, as cidades de Lima e Quito, no Peru, Montevidéu, no Uruguai e até mesmo os Estados Unidos passaram a receber as aeronaves do CAN brasileiro.  

Aeronaves utilizadas pelo CAN

A partir da incorporação do quadrimotor Hércules C-130, em 1965, a capacidade de transporte de passageiros, carga e equipamentos pesados foi ampliada. Assim  a FAB pode atender não só as necessidades dos povos mais isolados, como aqueles do ambiente amazônico, como também desenvolver e atender o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

C-130 Hércules
Divulgação: Sgt Johanson/Flickr FAB

Com a introdução dos notáveis Embraer C-95 Bandeirante e do Cessna C-98 Caravan, aeronaves de grande robustez e com a capacidade de pouso em pistas curtas, o atendimento das linhas aéreas em áreas extremamente isoladas e sem infraestrutura nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia tornou-se possível.

C-98 Cessna Gran Caravan
Divulgação: Sgt Batista/Flickr FAB

O aniversário de 90 anos da primeira missão do Correio Aéreo Nacional, constitui um feito único da história do Brasil, principalmente dos militares que se dispuseram a levar o progresso, o socorro e a esperança nas asas da FAB aos rincões do país.

Como ser um piloto do Correio Aéreo Nacional?

Se o seu objetivo é pilotar os aviões do CAN, é necessário prestar o concurso de admissão à Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica (EPCAR) e lá ser aprovado para o ingresso na Academia da Força Aérea (AFA), onde é ministrado o curso de formação de oficiais aviadores.

Se você já passou da idade limite de ingresso na EPCAR, pode prestar o concurso de admissão para a Academia da Força Aérea diretamente. As provas acontecem todos os anos, entre maio e julho.

O ingresso na AFA ocorre por meio da prestação do exame de admissão. Atualmente a Academia oferece três opções de formação, que são:

As inscrições para o ingresso na AFA geralmente são abertas entre o mês de março e o mês de maio, e o número de vagas é variável, pois depende da quantidade de cadetes oriundos da EPCAR que optaram por prosseguir para a Academia da Força Aérea.

Os cursos de formação da AFA têm duração de quatro anos em regime de internato. Ao fim do período de formação, o Cadete é declarado Aspirante a Oficial e é encaminhado para as unidades de especialização – no caso dos aviadores – e para as outras unidades administrativas e operacionais, no caso dos intendentes e infantes.


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