No dia 29 de dezembro de 1864 foi travada, na Colônia Militar de Dourados, localizada na província do Mato Grosso, uma das primeiras batalhas entre o exército de Dom Pedro II e o de Solano López na Guerra do Paraguai.
O combate marcou a primeira invasão ao território brasileiro na condição de Império e, devido a sua importância, o Estratégia Militares preparou um post que aponta quais fatores levaram metade de um continente à guerra e como se deu o Combate da Colônia Militar dos Dourados.
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Quais motivos levaram à Guerra da Tríplice Aliança?
Para entender o porquê da invasão do exército paraguaio à província de Mato Grosso, é importante analisar a situação de cada um dos países que se envolveram na Guerra do Paraguai.
Na década de 1860, o Brasil já era uma nação independente e tinha como seu mandatário D. Pedro II. O país de dimensões continentais e população predominantemente rural e analfabeta, contava com um exército bem limitado, comparado ao paraguaio e a tropas europeias, por exemplo.
O outro lado do confronto tinha o ditador Francisco Solano López em seu comando. O líder paraguaio era uma pessoa extremamente militarizada e que tinha a ideia de tornar seu país uma potência na América Latina.
No entanto, Solano encontrava uma grande barreira para seu objetivo: seu país não tinha saída para o mar, algo fundamental para a circulação de mercadorias e pessoas.
Para desembocar no Oceano Atlântico, os navios paraguaios precisavam navegar na Bacia do Prata, composta pelos rios Paraná e Uruguai. Logo, ficava exposta a necessidade paraguaia de uma certa harmonia entre os países da região do Prata.
Além do Paraguai, quem dependia da livre navegação na bacia também era o Brasil, que usava dos rios para se comunicar com o Mato Grosso, já que era bem mais rápido sair do Rio de Janeiro e chegar à região pelo mar.
O palco dos primeiros momentos de tensão entre os países envolvidos no confronto foi o Uruguai. O país era governado pelo partido dos Blancos, que possuía uma parceria importantíssima com Solano López, já que, além de apoiadores do ditador, eles permitiam a livre navegação do Paraguai por suas águas.
Contudo, a década de 1860 marcou a ascensão do partido de oposição ao governo – os Colorados – que eram apoiados pelo Brasil.
Em 1865, Venâncio Flores, líder do partido Colorado e grande parceiro do presidente argentino, conseguiu assumir a presidência do país, graças a uma intervenção brasileira, fazendo com que Uruguai, Argentina e Brasil se aproximassem.
A parceria com Flores beneficiou diretamente o Brasil, principalmente com o charque Riograndense, já que eram muitos os conflitos envolvendo uruguaios e gaúchos na região. Para os argentinos, a presidência de Flores beneficiava muito o Comércio de Buenos Aires.
Toda essa movimentação fez com que o Paraguai passasse a se sentir ameaçado, já que sua principal rota de saída para o mar poderia estar comprometida. Além disso, Solano López achava que, assim como o Brasil invadiu o Uruguai para estabelecer seus interesses, também poderia fazer o mesmo no Paraguai.
O Combate da Colônia Militar dos Dourados
O pontapé inicial da Guerra do Paraguai foi dado pelo exército de Solano López, que, em novembro de 1864, sequestrou o presidente da província mato-grossense.
No mês seguinte, as tropas paraguaias invadiram o território brasileiro – mais precisamente na província do Mato Grosso – e lá aniquilaram as tropas do Exército Brasileiro, que, por se tratar de uma região periférica do Brasil, encontravam-se em efetivo reduzido.
O Comandante da Colônia Militar de Dourados era o Tenente Antônio João Ribeiro, que, no dia anterior ao ataque, recebeu a informação de que, muito em breve, tropas inimigas com um efetivo muito superior chegariam à região.
Demonstrando preocupação com os moradores da região, o militar ordenou que todos os moradores da região saíssem dali e decidiu que, junto dos seus homens, permaneceria e lutaria até o fim, sacrificando-se em defesa da Pátria.
Nesse momento, ele proferiu a seguinte frase:
“Sem ordem do governo imperial não me renderei de forma nenhuma.[…]Eu sei que morro, mas o meu sangue, e os de meus camaradas, servirão de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria.”
Os 365 inimigos chegaram como o anunciado e, com apenas 13 homens, o Tenente Antônio João foi derrotado e morto em campo de batalha.
O conflito ficou marcado como um dos principais da história do Exército Brasileiro pelo imenso patriotismo demonstrado pelos militares que lá estavam.
Apesar de Solano López ter “largado na frente” na Guerra do Paraguai, a Tríplice Aliança se sagrou vitoriosa no maior conflito bélico da América Latina, quando o ditador paraguaio foi morto em campo de batalha anos mais tarde.
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