Dia Mundial da Hidrografia: conheça a Organização Hidrográfica Internacional

Dia Mundial da Hidrografia: conheça a Organização Hidrográfica Internacional

O Dia Mundial da Hidrografia e da Organização Hidrográfica Internacional é celebrado no dia 21 de junho. Confira nesse artigo as curiosidades que o Estratégia Militares preparou para você, a importância dessa atividade e da Organização para a Marinha no Brasil.

Você pode se surpreender ao saber o quanto a hidrografia é importante em nossas vidas cotidianas. Mais de um bilhão de toneladas métricas de carga entram e saem dos portos do Brasil anualmente. 

Como é possível manter o sistema de transporte marítimo brasileiro funcionando de maneira segura, eficiente e ambientalmente correta? Por meio da Hidrografia. 

A hidrografia sustenta as atividades nos mares, oceanos, zonas costeiras, lagos e rios, incluindo o desenvolvimento econômico, a segurança e defesa, a pesquisa científica e a proteção ambiental. 

A atividade oferece suporte ao mapeamento náutico e à entrega de informações de maré, corrente e nível de água para transporte marítimo seguro, bem como conservação marinha, determinando os limites da plataforma continental do Brasil. 

Por meio da atividade hidrográfica são obtidas informações para a elaboração de cartas náuticas, que refletem uma representação escalar das águas navegáveis, contendo dados e informações, como: 

  • Profundidade aquática;
  • Altura de solo;
  • Detalhes da costa;
  • Natureza do fundo marítimo; e 
  • Perigos de navegação.
Barco velejando no rio

O que é a Organização Hidrográfica Internacional?

Em 1921, o Bureau Hidrográfico Internacional surgiu com o único propósito de fornecer um mecanismo seguro de consulta entre governos sobre assuntos relacionados à navegação segura, normas técnicas e proteção. Em 1970, a nomenclatura foi alterada para a forma atual, Organização Hidrográfica Internacional (IHO).

Em 2005, a Organização Hidrográfica Internacional teve a ideia do Dia Mundial da Hidrografia para celebrar o trabalho dos hidrógrafos. Esta ideia foi acolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução A/RES/60/30, sobre os oceanos e o direito do mar. A data 21 de junho foi escolhida para marcar o aniversário da fundação da Organização Hidrográfica Internacional

A visão por trás do Dia Mundial da Hidrografia é promover a importância da hidrografia e divulgar o trabalho dos hidrógrafos.

A cada ano, um novo tema é escolhido para comemorar este dia. No ano de 2020, o tema do Dia Mundial da Hidrografia foi “A hidrografia permitindo tecnologias autônomas”, que visava destacar o papel crucial da hidrografia nas tecnologias autônomas.

Projeto Landsat

Para que os hidrógrafos possam realizar seu trabalho, um dos instrumentos é o satélite Landsat II. Ele foi o primeiro satélite de sensoriamento remoto no mundo e levou a bordo, em sua primeira missão, duas câmeras de alta resolução, especialmente projetadas para  a captura de imagens detalhadas e auxílio no mapeamento de regiões.

 O Landsat II operou por um período de cinco anos, fotografando mais de 300.000 imagens, com repetidas coberturas da superfície da Terra. Atualmente, o programa trabalha com o Landsat VIII, o qual possui grandes avanços de captura e geomonitoramento, quando comparado aos seus antecessores.

Hidrografia do Rio de Janeiro

A maior bacia hidrográfica do Brasil

O resultado do trabalho dos hidrógrafos é o mapeamento atual das bacias hidrográficas brasileiras. O Brasil, em razão de sua grande extensão territorial e da predominância de climas úmidos, possui uma extensa e densa rede hidrográfica. Pelo território brasileiro, escoam-se cerca de 15% da água superficial existente na Terra. 

Os rios brasileiros têm diversos usos, como o abastecimento, a irrigação, o lazer, a pesca, a geração de energia e o transporte, que embora pouco utilizado vem adquirindo cada vez  mais importância no país. 

Em regiões planálticas, os rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante explorado no Centro-Sul e nos rios São Francisco e Tocantins, com tendência de crescimento na Amazônia e Centro-Oeste.

Bacia Hidrográfica Amazônica

A Bacia do Rio Amazonas (ou Amazônica) é a maior bacia hidrográfica do planeta. Drena 56% do território brasileiro – cerca de 3,8 milhões de km2. – e tem suas vertentes delimitadas pelos divisores de água da Cordilheira dos Andes, pelo Planalto das Guianas e pelo Planalto Central. 

Segundo pesquisas recentes feitas com auxílio de imagens de satélite, seu rio principal nasce no córrego Apacheta no Peru, onde o curso de água recebe ainda os nomes de Lloqueta, Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali. O rio passa a ser denominado Solimões a partir da fronteira brasileira até o encontro com o Rio Negro e, a partir daí, recebe o nome de Amazonas. 

Barco no Rio

É o rio mais extenso do mundo, com 6.992 quilômetros no total, e o de maior volume de água do planeta. Sua vazão média é de cerca de 132 mil m³/s e representa cerca de 18% da água doce que todos os rios do planeta lançam no oceano e 68% do volume de toda água escoada pelo país. 

Esse fato é explicado pela presença de afluentes nos dois hemisférios (Norte e Sul), o que permite dupla captação das cheias de verão. Os afluentes do Rio Amazonas nascem, em sua maioria, no Planalto das Guianas e no Planalto Central, contando com o maior potencial hidrelétrico disponível do país. 

Ao atingirem as terras baixas, tornam-se rios navegáveis. O Rio Amazonas, que corre no centro da planície amazônica, é inteiramente navegável. Em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, o Rio Amazonas percorre mais de 3 mil km e tem uma variação altimétrica de 65 metros.

Problemas ambientais da bacia amazônica

Um dos problemas ligados à Bacia Amazônica está na ocupação humana dessa região. A mineração potencializou o assoreamento dos rios e a contaminação das águas. 

A construção da usina hidrelétrica de Balbina (a principal usina da região), localizada no Rio Uatumã, no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, foi considerada o maior desastre ecológico da região.

Construída para fornecer energia elétrica para a cidade de Manaus, a usina de Balbina é apontada por cientistas como emissora de dez vezes mais metano (CH4) e gás carbônico (CO2) do que uma termelétrica movida a carvão mineral com o mesmo potencial energético. 

Isso se explica pelo fato da usina de Balbina ter sido construída em área florestada, o que provocou uma intensa decomposição do material orgânico no fundo do lago – milhões de árvores que tiveram suas raízes submersas não foram retiradas e apodreceram, emitindo assim uma grande quantidade de gases estufa. 

O lago tem cerca de 30 metros de profundidade e não há oxigênio no fundo, o que favorece o aumento da atividade de bactérias anaeróbias, processo denominado eutrofização.

A usina de Balbina é considerada um erro histórico devido à baixa geração de energia em relação à área alagada, uma vez que a energia produzida pela usina, além de ter um custo altíssimo, é insuficiente para abastecer a própria cidade de Manaus, além de ter inundado uma grande área florestal. 

Além disso, os habitantes das margens do rio não puderam mais usar a água, que ficou poluída e ácida. A maioria dos municípios do Amazonas ainda se abastece por geradores movidos a petróleo.

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