26 de janeiro: capitulação final dos holandeses na Campina do Taborda

26 de janeiro: capitulação final dos holandeses na Campina do Taborda

A capitulação final dos invasores holandeses na Campina do Taborda, em Pernambuco, foi um marco de resistência dos habitantes da colônia brasileira durante as invasões holandesas. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, como foi o desfecho desse importante fato na história e que pode ser cobrado em sua prova militar!

A dominação portuguesa sobre a América, desde a Restauração de 1640 até o século XIX, não se deu de forma pacífica. 

A América Portuguesa foi marcada por rebeliões que demonstraram que os colonos – mineiros, cariocas, baianos, pernambucanos, mas ainda não brasileiros – não admitiriam facilmente as imposições metropolitanas que ferissem o que consideravam seus direitos e privilégios.

Disputa pelo trono de Portugal

Após a morte de D. Henrique, rei de Portugal, em 1580, a dinastia de Avis foi encerrada e iniciou-se a disputa pelo trono português. Filipe II, rei da Espanha, venceu a disputa, invadiu o país vizinho e uniu as coroas de Portugal e Espanha na chamada União Ibérica, que durou cerca de 60 anos, até 1640.

Durante o início do reinado de Filipe II sobre Portugal, foi mantida certa autonomia do país na gestão direta do seu povo e de suas colônias. Com o passar dos anos, o rei flexibilizou as fronteiras, que foram firmadas no Tratado de Tordesilhas, e o envio de missionários católicos espanhóis a fim de combater as práticas judaizantes que ocorriam na colônia portuguesa americana.

Invasores holandeses a Campina do Taborda

Independência dos Países Baixos e o embargo espanhol

A Holanda e outros territórios do norte da Europa eram domínios do rei espanhol no século XVI. Em 1581, os flamingos conquistaram sua independência, com a Proclamação da República das Províncias Unidas, cuja capital passou a ser a cidade de Amsterdã, na época um dos mais importantes centros comerciais da Europa.

Como represália, Filipe II proibiu os comerciantes de suas colônias de comercializarem  com os holandeses. Essa proibição é conhecida como Embargo Espanhol.

O Embargo Espanhol prejudicou muito as relações comerciais entre os portugueses e os holandeses, que arcaram com o maior prejuízo. Estes últimos dependiam do açúcar produzido pelos escravos no Brasil, bem como de outros produtos coloniais como o pau-brasil, algodão e couro.

Invasão dos holandeses no Brasil

Como reação ao embargo, os holandeses decidiram invadir algumas regiões dominadas pelo rei Filipe II, como as costas africana e americana. No Brasil, a primeira cidade a ser invadida foi Salvador, em 1604.

Para contornar o bloqueio, a Holanda criou a Companhia das Índias Ocidentais, em 1621, a qual recebeu o monopólio do comércio com regiões da costa oeste africana e da América, incluindo o Brasil.

Para a conquista de Pernambuco – a capitania mais atraente da época – pelos holandeses, foi necessário o investimento de uma poderosa esquadra. A frota contava com 56 navios e chegou ao litoral pernambucano em 14 de fevereiro de 1630.

Campina do Taborda Atualmente
Região do Boqueirão atualmente. Divulgação: Wikicommons

Conflitos entre os holandeses e os colonos em Pernambuco

Após a luta pela conquista, a Companhia das Índias Ocidentais concentrou-se em reorganizar a administração da região conquistada. Para isso, a Companhia enviou para a região o conde João Maurício de Nassau-Siegen, nomeando-o governador-geral da ocupação holandesa.

O fim da União Ibérica representou também o fim do governo de Nassau na província de Pernambuco. Em 1645, os luso-brasileiros descontentes com a administração de Nassau – o qual acusavam de colocar os interesses holandeses acima dos interesses dos colonos – iniciaram uma luta  pela expulsão dos holandeses. O movimento ficou conhecido como a Insurreição Pernambucana.

Ao todo foram dois períodos de conflitos entre colonos luso-brasileiros e holandeses. O primeiro ficou marcado pelo confronto travado no Morro dos Guararapes, no qual os invasores saíram derrotados.

A Capitulação Final dos holandeses na Campina do Taborda

O segundo confronto entre os colonos e os holandeses iniciou-se em 19 de fevereiro de 1649. Este conflito ficou marcado pelos episódios ocorridos na Guerra da Restauração e na Insurreição Pernambucana, a qual culminou no fim das invasões holandesas.

A capitulação final dos invasores holandeses foi marcada anteriormente pela mobilização e o conflito das tropas. Os holandeses tinham um  exército experiente com cerca de cinco mil homens, bem armados e treinados. Além disso, contavam com indios, negros escravizados e marinheiros que se ofereceram para lutar contra os luso-brasileiros.

A batalha ocorreu no mesmo local do primeiro confronto, uma região nomeada de “Boqueirão”. Participaram desse conflito João Fernandes Vieira – que comandou uma tropa de 800 homens -, Henrique Dias, Diogo Camarão, Francisco Figueiroa, André Vidal, Dias Cardoso e Antônio Silva, responsável pela cavalaria.

Os luso-brasileiros resistiram à invasão por meio das suas espadas. Após a tomada dos canhões e das peças de artilharia dos inimigos, os luso-brasileiros renderam os holandeses.

Assinatura do Tratado de Taborda na Campina do Taborda

O fim do conflito e a expulsão dos holandeses deu-se com a assinatura do Tratado de Taborda, no Campo do Taborda, em Recife, às 23h do dia 26 de janeiro de 1654. Participaram da negociação Gilsbert de With, chefe do Conselho de Justiça do Brasil Neerlandês. 

As condições do tratado envolviam a abdicação completa das posses da Companhia das Índias Ocidentais na colônia luso-brasileira e a evacuação, que iniciou-se em abril de 1654. 

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