O Dia do Fico foi um dos episódios mais marcantes da jornada rumo à Independência do Brasil. Nesse post, você entenderá a cronologia dos fatos e o que levou mais de 8 mil pessoas a pedirem formalmente para que o príncipe regente permanecesse no Brasil.
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A volta de Dom João VI a Portugal
Dom João VI e a família real vieram para o Brasil no ano de 1808 devido à expansão do Império Napoleônico. Ao chegar no território brasileiro, várias medidas com o intuito de viabilizar a estadia real e possibilitar a governança do outro lado do oceano foram tomadas. Entre elas, destacam-se:
- Abrir os portos brasileiros às nações amigas, pondo fim ao pacto colonial;
- Decretação do Alvará de 1808, que possibilitava a instalação de manufaturas no Brasil; e
- Elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves.
Além disso, a vinda da família real foi responsável por diversas mudanças estruturais no Rio de Janeiro, a então sede administrativa do país. Várias instituições foram criadas, como:
- Banco do Brasil;
- Casa da Moeda;
- Academia Militar e Hospital Militar;
- Escolas de Medicina na Bahia e no Rio de Janeiro (as primeiras universidades do Brasil);
- Academia Real de Belas Artes;
- Jardim Botânico; e
- Biblioteca Real.
A revolução Liberal do Porto
Insatisfeitos com a permanência de D. João VI no Brasil, os portugueses, inspirados por ideais iluministas, eclodiram, no dia 24 de agosto de 1820, o que foi chamado de Revolução Liberal do Porto. O movimento exigia a volta do monarca a Portugal e a convocação das Cortes portuguesas para a criação de uma Constituição.
A ideia do novo modelo de Constituição era pôr fim ao absolutismo monárquico e dar início à monarquia constitucional, algo semelhante ao que foi feito na Revolução Francesa. Além disso, a intenção era recolonizar o Brasil, já que o crescimento do país não era bem visto pelos portugueses.
Diante dessa situação, Dom João decidiu voltar a Portugal e deixar seu filho, D. Pedro, como regente no Brasil. Na sua despedida, o rei disse ao se filho:
“Se for para perder o Brasil, que seja para ti e não para estes aventureiros”.
A partir desse momento, o medo da recolonização passou a ser uma realidade e a garantia para que isso não acontecesse era a permanência de Dom Pedro.
O Dia do Fico
Já no início de 1822, com a volta de Dom João a Portugal, a independência brasileira começou a ser arquitetada. Era uma unanimidade que Dom Pedro deveria liderar todo o processo e, consequentemente, tornar-se o primeiro imperador do Brasil.
Para tanto, a primeira missão do recém-criado Partido Brasileiro era convencer Dom Pedro a não regressar ao continente europeu. No dia 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao príncipe regente um documento com mais de 8 mil assinaturas. Nele, havia o pedido pela sua permanência no Brasil e o enfrentamento às decisões da corte portuguesa.
Ao receber o documento, na varanda do Paço Imperial no Rio de Janeiro, Dom Pedro proferiu a célebre frase:
“Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”.
O processo de Independência
A permanência de Dom Pedro no Brasil significou que a intenção do mandatário era seguir rumo à Independência.
Claramente, essa atitude irritou muito a Corte portuguesa, que, ao saber da convocação de uma Assembleia Constituinte e dos planos de Dom Pedro para a Independência do Brasil, enviou decretos ao Rio de Janeiro com o objetivo de anular as decisões do príncipe e exigir sua volta a Portugal.
Os despachos foram recebidos por Dona Leopoldina e José Bonifácio, já que Dom Pedro estava viajando em São Paulo. Para deixar o regente a par da situação, a sede enviou o mensageiro Paulo Bregaro.
Às margens do Ipiranga, o mensageiro encontrou Dom Pedro que, ao saber dos posicionamentos da Corte portuguesa, decidiu proclamar a Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822. Assim, o Brasil estava oficialmente separado de Portugal.
Ao chegar na cidade do Rio de Janeiro, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do Brasil, no dia 12 de outubro, sendo coroado em 1º de dezembro do corrente ano.
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