Dia da Aviação de Transporte: conheça a origem do vetor logístico da FAB

Dia da Aviação de Transporte: conheça a origem do vetor logístico da FAB

Você sabia que no dia 12 de junho é celebrado o Dia da Aviação de Transporte na Força Aérea Brasileira (FAB)? 

Se você tem o sonho de ser piloto da Aeronáutica, confira este artigo que o Estratégia Militares preparou para você sobre um dos tipos especiais de aviação que integram a Força!

O início da história da Aviação de Transporte da FAB se dá juntamente com o primeiro voo do Correio Aéreo Nacional (CAN), em 1932. 

A missão de transportar um malote de correspondência entre o Rio de Janeiro e São Paulo pelos Tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nélson Freire Lavenère-Wanderley, a bordo do Curtiss Fledgling, matrícula K263, tornou possível o sonho e o projeto de progresso dos homens daquela época.

Isso se fez possível com o desenvolvimento dos meios aéreos e a criação da Aviação de Transporte, juntamente com o Ministério da Aeronáutica, em 1941.

A criação do Ministério da Aeronáutica

No ano de 1941, o então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas sancionou, em 20 de janeiro, o decreto-lei nº 2.961, que criava o Ministério da Aeronáutica, reunindo as aviações do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil.

O Senador pelo estado do Rio Grande do Sul Joaquim Pedro Salgado Filho, foi o primeiro ministro da Aeronáutica. Coube a ele administrar a aviação civil, a infraestrutura aeroportuária, a indústria aeronáutica nacional, as escolas de formação e o braço armado do Ministério.

A primeira ação do Ministério da Aeronáutica foi a criação da Diretoria de Rotas, a fim de promover o desenvolvimento da infraestrutura e a segurança da navegação aérea brasileira. Assim, foram encomendados 100 aviões Fairchild PT-19 – uma aeronave para dois tripulantes, com asa baixa – para a instrução de pilotos brasileiros.

Além disso, foi incorporado ao Ministério da Aeronáutica a fábrica de aviões de Lagoa Santa (MG) – onde hoje está localizado o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS) –  para a produção das aeronaves North American T-6, o qual serviram a FAB de 1952 a 1976, quando foram desativados.

Criação das Escolas de Formação da FAB

Visando a formação dos pilotos brasileiros em território nacional, o Ministério da Aeronáutica investiu na criação de Escolas de Aviação, visando suprir a necessidade de mão de obra qualificada para a manutenção, operação e desenvolvimento de projetos da indústria aeronáutica brasileira. 

A Escola de Aeronáutica dos Afonsos e a Escola Técnica de Aviação de São Paulo, passaram a formar os pilotos. A Escola de Aeronáutica e a Escola de Especialistas de Aeronáutica, que anteriormente pertenciam ao Exército e à Marinha, respectivamente, passaram a formar a mão de obra técnica.

Ainda em 1941, o Ministério da Aeronáutica criou o esquadrão aéreo responsável pela Aviação de Transporte. Contudo, por ter nascido dentro de um conflito mundial – a Segunda Guerra Mundial – e sob orientação norte-americana, a FAB passou por um rápido processo de atualização de meios e práticas aéreas.

Aeronaves da Aviação de Transporte da FAB

Em 5 de outubro de 1944, foi criado o 1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte – Esquadrão Gordo, sediado no Rio de Janeiro – o qual recebeu os primeiros Douglas C-47 Dakota, oriundos dos Estados Unidos. As aeronaves foram utilizadas em missões de transporte de carga e de pessoal. 

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os C-47 Dakota passaram a operar as linhas do CAN a partir de 1946 até sua desativação, em 1983. 

Os 82 aviões Douglas C-47 da FAB foram responsáveis por expandir ainda mais as linhas do CAN, chegando ao então território do Acre, Peru, Uruguai, Equador, Estados Unidos e Chile. Por muitos anos, a aeronave foi o principal instrumento de trabalho do Correio Aéreo.

Anos mais tarde, em 1965, chegaram ao país os primeiros exemplares do Lockheed C-130 Hércules.

O quadrimotor era o primeiro vetor verdadeiramente capaz de executar o transporte aéreo tático na FAB. Os Hércules passaram a realizar missões de transporte de veículos, materiais, lançamento de paraquedistas, busca e salvamento (SAR) e reabastecimento em voo. A partir de 1983, os quadrimotores também passaram a suprir a Base Comandante Ferraz, estação científica brasileira na Antártida. 

Em 1968, foram incorporados os bimotores De Havilland Canada DHC-5 Buffalo, aeronave capaz de operar em pistas curtas e rústicas, tendo sido usado por décadas na região amazônica, onde prestou assistência às populações isoladas e às unidades de fronteira do Exército Brasileiro. 

Nos anos 2000 os Buffalo foram retirados de serviço e substituídos pelos EADS CASA C-295, que assumiram as suas funções na Amazônia. 

EADS C-295 CASA da FAB
Divulgação: Sgt. Batista / FAB

A pequena aeronave de produção nacional, o Embraer EMB-110 Bandeirante, entrou em serviço na FAB em 1973, sendo atualmente a aeronave de transporte mais numerosa da Força. Ela equipa os sete esquadrões de transporte aéreo da FAB. Nos anos 1980, se juntaram à Força os EMB-120 Brasília e EMB-121 Xingu. 

Embraer C-97 Brasília da FAB
Divulgação: Ten Enilton / FAB

Recentemente, a FAB incorporou o Embraer KC-390 Millennium, transportador bimotor a jato e maior aeronave já fabricada no Brasil, que substituirá os C-130 Hércules. Com 28 encomendas, a Força planeja estabelecer um novo padrão para o transporte aéreo tático, tendo a aeronave a capacidade de levar em seu porão de carga os veículos blindados Guarani e o lançador de foguetes Astros II.

Todas as aeronaves C-130 Hércules estão reunidas no 1º/1º Grupo de Transporte – Esquadrão Gordo – sediado na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Ao todo são nove aeronaves operacionalmente disponíveis, sendo:

  • C-130M
    • 2467;
    • 2471;
    • 2472;
    • 2473;
    • 2475;
    • 2476; e 
    • 2477.
  • KC-130M (para reabastecimento em voo)
    • 2461; e 
    • 2462.

Missões realizadas pela Aviação de Transporte da FAB

A FAB ampliou sua capacidade de emprego dos vetores de Transporte Aéreo Logístico, cujo objetivo é apoiar as atividades operacionais e administrativas das Forças Armadas e da sociedade brasileira como um todo. 

Os desafios que a pandemia de COVID-19 impôs à população fez com que a FAB pudesse empregar a Aviação de Transporte e testar o recém incorporado KC-390 Millennium em sua capacidade máxima. 

Distribuição de vacinas pela Aviação de Transporte

Depois da aprovação do uso emergencial da vacina contra a COVID-19 no Brasil e com a chegada do primeiro lote oriundo da Índia, no início de janeiro de 2021, ocorreu a distribuição das doses. 

Levando o insumo para os estados brasileiros, as aeronaves da FAB passaram a cumprir diversas missões, com os helicópteros H-36 Caracal e H-60L Black Hawk e o avião C-98A Caravan, que transportaram vacinas para populações indígenas e para outros moradores de localidades de difícil acesso. 

Transporte de pacientes pela Aviação de Transporte da FAB

Com a superlotação dos hospitais de Manaus (AM), devido a pandemia de COVID-19, a FAB passou a atuar no transporte de pacientes internados na capital amazonense para outras unidades da federação. 

A bordo das aeronaves C-105 Amazonas, C-99 e C-97 Brasília, diversos pacientes foram transportados para cidades como Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Natal (RN), Goiânia (GO), Brasília (DF), Belém (PA), Vitória (ES), entre outras.

Embraer C-99 da FAB
Divulgação: CB V. Santos / FAB

Transporte de oxigênio e de respiradores hospitalares

Ainda com foco no atendimento ao sistema de saúde do Amazonas, as aeronaves C-130 Hércules, C-105 Amazonas e KC-390 Millennium passaram a realizar, diariamente, missões para Manaus (AM) e outras localidades do estado. 

Desta vez, a carga a bordo eram  cilindros de oxigênio, tanques de oxigênio líquido e, também, usinas de oxigênio. Em uma dessas missões, em janeiro de 2021, o KC-390 realizou pela primeira vez o transporte de cinco tanques de oxigênio líquido – cerca de 5.500 kg de carga – da Base Aérea de São Paulo (BASP) para a Base Aérea de Manaus (BAMN), na capital amazonense.

Com o avanço da pandemia no Brasil, o Ministério da Saúde, por meio do Ministério da Defesa, passou a solicitar à FAB o transporte de respiradores para equipar hospitais do País. 

Uma aeronave do Grupo de Transporte Especial (GTE) foi adaptada a fim de ampliar a capacidade de carga para o transporte de respiradores. Outras aeronaves, como o C-95 Bandeirante, atuaram na Operação, levando equipamentos para manutenção com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e, em seguida, distribuídos para unidades hospitalares pelo Brasil. 

Resgate de brasileiros em Wuhan, China

Em fevereiro de 2020, a Aviação de Transporte, por meio do GTE, foi acionada mais uma vez para resgatar 34 brasileiros e familiares estrangeiros que estavam em Wuhan, na China, epicentro do Coronavírus. Ao retornarem para o Brasil, as pessoas ficaram em quarentena, na Base Aérea de Anápolis (ALA 2), onde receberam apoio, como hospedagem, alimentação, realização de exames, além de cuidados médicos.

Ao longo dos seus 91 anos de existência, a Aviação de Transporte da FAB operou diversas aeronaves que, atualmente, encontram-se angariadas no acervo do Museu Aeroespacial da FAB, no Rio de Janeiro, e podem ser visitadas gratuitamente.


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