O término da Insurreição de Canudos foi marcado por intensa violência e muitas polêmicas envolvendo os militares e o governo brasileiro. Esse é um dos assuntos mais cobrados nas provas militares, então confira o artigo que o Estratégia Militares preparou para você!
A Insurreição ou Guerra de Canudos, local conhecido também por Monte Belo, foi um dos movimentos messiânicos ocorridos na República Velha, no interior da Bahia. O messias era uma liderança religiosa que realizava suas pregações nas regiões isoladas e miseráveis pelo interior do Brasil.
A força dos movimentos messiânicos deve-se, em grande parte, ao contexto de crise social em que foi implantada a República brasileira. Houve uma alteração nas relações entre o Estado e a Igreja Católica, e a população pobre e analfabeta brasileira não compreendia os acontecimentos – além de serem explorados pelas elites que comandavam a política local.
A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897, no governo de Prudente de Morais, o primeiro presidente civil depois da monarquia. Morais assumiu o governo em 1894 e teve todo o seu mandato no século XIX, deixando o cargo em 1898.
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Como a insurreição de Canudos pode ser definida?
O conflito foi marcado por quatro expedições militares realizadas pelo governo brasileiro contra o arraial de Canudos, sendo que os sertanejos venceram os três primeiros confrontos. No quarto – e último – confronto, o arraial foi inteiramente destruído pelos militares.
O estopim para a realização da primeira expedição foi em 1985, quando o padre Antônio Conselheiro criou uma igreja e levou estrutura para a região de Belo Monte, que antes era muito pobre.
O padre comprou uma grande quantidade de madeira na cidade de Juazeiro, contudo, esse material não foi entregue aos compradores. Assim, os habitantes de Juazeiro criaram boatos sobre a possível invasão dos moradores de Canudos, os quais eram chamados de revolucionários, para tomarem essa madeira comprada à força.
Assim, os moradores de Juazeiro organizam uma força militar para protegerem a cidade e aguardarem o ataque. Como não houve nenhuma mobilização por parte do povo de Canudos, as tropas marcharam em direção ao arraial de Belo Monte.
Contudo, antes de chegarem ao arraial, as tropas de Juazeiro entram em confronto com os habitantes de Canudos e vencem a batalha.
Porém, a tropa de Juazeiro foi obrigada a recuar, pela quantidade de baixas sofridas. Isso despertou um alerta entre os moradores e a força policial de Juazeiro, o que levou à segunda expedição contra o arraial.
A segunda expedição contra Canudos foi liderada pelo Major Febrônio de Brito, em janeiro de 1897. A operação não apenas fracassou como também levou as tropas a deixarem suas armas para trás.
A partir daí, o governo brasileiro passou a olhar a situação com muita preocupação e enviou tropas do Rio de Janeiro, lideradas pelo Coronel Moreira César, para lutarem contra Canudos em 1897.
Nessa terceira expedição, o Coronel Moreira César, conhecido pela forma bárbara de lidar com seus prisioneiros, proferiu uma das frases mais famosas do conflito: “Vou almoçar em Canudos, e no fim da tarde eu volto!”.
Foi nesse conflito, que durou mais de um dia, que o Coronel Moreira César foi morto por um tiro. A morte do Coronel Moreira César mobilizou o governo brasileiro a reagir com uma força muito maior do que as três expedições anteriores.
Qual foi o fim da Insurreição de Canudos?
A quarta expedição foi liderada pelo Marechal Carlos Bittencourt, Ministro de Guerra do Presidente Prudente de Morais. As tropas do governo somavam mais de 10 mil militares que não pouparam o arraial de Canudos, matando mais de 20 mil pessoas. Chegaram até a utilizar o maior canhão que o Brasil possuía, o qual atirava incessantemente contra o vilarejo e a população.
O padre Antônio Conselheiro, que já passava por problemas de saúde, morreu em setembro de 1897, em decorrência de uma disenteria e foi enterrado nas dependências do arraial.
Porque destruíram Canudos?
A guerra de Canudos durou até 5 de outubro de 1897, quando morreram os quatro últimos defensores. Os prisioneiros, que lutaram pela sobrevivência do arraial, foram degolados e o padre teve seu cadáver exumado. Sua cabeça foi separada do corpo e levada ao Rio de Janeiro para ser apresentada ao Presidente Prudente de Morais como troféu.
Para por fim a qualquer resquício de sobrevivência, o arraial foi imediatamente incendiado pelos militares. Na década de 1960, quando iniciou-se a discussão sobre a reconstrução, rememoração e valorização do povo de Canudos, o que havia sobrado do arraial foi alagado pela construção da represa Cocorobó, apagando os registros desse marcante conflito da história brasileira.
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