A Batalha Naval do Riachuelo é vista como um dos principais confrontos da Guerra do Paraguai. Ela começou na manhã do dia 11 de junho de 1865 e, no fim da tarde do mesmo dia, a Marinha brasileira já havia se sagrado vitoriosa.
Neste artigo, o Estratégia Militares conta como se deu esse evento e todas as suas reviravoltas, além de abordar seus antecedentes.
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Quais são os antecedentes da Guerra do Paraguai?
A Guerra do Paraguai (1864-1870) é considerada o maior conflito bélico entre países da América do Sul, tomando como base, principalmente, o elevado número de mortes.
Na década de 1860, o Brasil já era uma nação independente de Portugal e tinha como seu imperador D. Pedro II. Suas Forças Armadas ainda eram bem limitadas não só no efetivo, mas também no quesito estrutura.
O outro lado do confronto, protagonizado pelo Paraguai, tinha como seu líder o ditador Francisco Solano López, homem dotado de grande conhecimento militar. Ele tinha como principal objetivo transformar seu país em uma potência na América do Sul.
Entretanto, Solano tinha um grande obstáculo: o Paraguai não ter saída para o mar. Não alcançar o Oceano Atlântico dificultava muito a circulação, tanto de pessoas como de mercadorias.
Para atingi-lo, os navios paraguaios precisavam seguir pela Bacia do Prata. Nessa travessia, eles navegavam pelo litoral do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Logo, fica claro que os paraguaios dependiam de uma certa harmonia entre os países da região.
A livre navegação na bacia também era importante para o Brasil, que usava dos rios para se comunicar com o Mato Grosso, já que por terra, a viagem saindo do Rio de Janeiro demorava meses.
O Uruguai também assumiu um papel importante no cenário pré-guerra devido ao seu governo. A princípio, o partido dos Blancos, aliados a Solano López, estavam no poder. Nessa parceria, além de apoiar a ditadura do paraguaio, eles permitiam a sua livre circulação na Bacia do Prata.
A instabilidade na região começou quando Brasil e Argentina interferiram no governo uruguaio, a fim de satisfazer seus interesses. Em 1865, esses países ajudaram a colocar a oposição à frente do poder no Uruguai, quando Venâncio Flores, líder do partido Colorado, assumiu a presidência
Com Flores à frente do poder uruguaio, tanto o Brasil quanto a Argentina se beneficiaram. O primeiro foi auxiliado, principalmente, na situação do charque no Rio Grande do Sul, já que eram muitos os conflitos envolvendo uruguaios e gaúchos na região. Para a Argentina, a presidência de Flores ajudou o comércio de Buenos Aires.
Claramente essa situação incomodou muito Solano López, que não demorou para tomar severas atitudes que foram o pontapé inicial para a Guerra do Paraguai.
O estopim para a Guerra do Paraguai
O enfurecido Solano decidiu afirmar sua presença na região. Em dezembro de 1864, afrontou o Brasil invadindo a província do Mato Grosso e matando boa parte dos moradores. Antes disso, os paraguaios sequestraram e assassinaram o presidente local, Frederico Carneiro de Campos.
Não satisfeito, Solano ordena que seu exército invada a Argentina, devido ao fato de seu presidente não ter autorizado a passagem das tropas paraguaias pelo país. Posteriormente, também invade o Uruguai, na tentativa de recolocar seus aliados no poder.
Aproveitando-se da parceria já firmada quando intervieram no governo uruguaio, Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para reagir ao bem treinado e mais poderoso exército paraguaio. No dia 1° de maio de 1865, eles oficializam o que foi chamado de Tríplice Aliança.
A Batalha Naval do Riachuelo
Na primeira fase da guerra, o Exército paraguaio era superior ao da Tríplice Aliança. Contudo, a grande vantagem brasileira era possuir uma Marinha de Guerra superior à de Solano.
A estratégia inicial adotada pela Tríplice Aliança foi tomar o controle da Bacia do Prata, impedindo a livre movimentação do Paraguai por seus rios.
Para bloquear a passagem das embarcações paraguaias, cerca de 2 mil homens e nove navios de guerra brasileiros – comandados pelo Almirante Barroso – fizeram um cerco no Rio Paraná, próximo à província argentina de Corrientes.
Solano planejou furar o bloqueio brasileiro utilizando-se do fator surpresa no ataque à esquadra. O plano inicial era que os 9 navios de guerra paraguaios, em sua maioria improvisados, atacassem nas primeiras horas do dia 11 de junho de 1865.
Contudo, com o atraso de algumas embarcações paraguaias, o ataque iniciou por volta das 9 horas e 25 minutos.
Mesmo com o atraso, o Paraguai conseguiu surpreender a Marinha brasileira e levar vantagem no início do conflito, danificando os seus navios e causando a morte de muitos tripulantes.
No entanto, o experiente Almirante Barroso tomou uma atitude ousada que poderia reverter a situação. Valendo-se do fato da estrutura dos navios de guerra brasileiros serem construídas predominantemente de aço, ele ordena que as embarcações naveguem em direção aos frágeis e improvisados navios paraguaios e os destruam.
A estratégia deu muito certo e a Marinha brasileira conseguiu reverter o confronto. Ela sagrou-se vencedora com o recuo da força naval paraguaia por volta das 17 horas.
A vitória da Tríplice Aliança na Batalha do Riachuelo representou o controle total da Bacia do Prata, além de iniciar um período de guerra defensiva por parte do Paraguai, que a partir desse momento passou a recuar cada vez mais para dentro de seu território.
Por todo significado da batalha e pela bravura demonstrada pela força naval brasileira, o dia 11 de junho foi escolhido como Data Magna da Marinha do Brasil.
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