Infantaria da FAB: formação, atuação e mais!

Infantaria da FAB: formação, atuação e mais!

Você sabia que o dia 11 de dezembro é o dia da infantaria da aeronáutica? Confira esse post que o Estratégia Militares preparou para você e veja a importância da infantaria da FAB e as principais missões que esses militares participaram ao longo dos últimos anos.

Em 2021, a Força Aérea Brasileira comemora 80 anos de criação das primeiras companhias de infantaria, no então Ministério da Aeronáutica. A criação das companhias visava a proteção das instalações militares, principalmente os aeródromos.

A formação dos infantes da FAB

Atualmente, a FAB possui duas unidades para a formação de militares de carreira para exercerem a função de infantes. A Academia da Força Aérea (AFA) é a responsável pela formação dos futuros oficiais infantes da FAB. 

Na AFA, os cadetes estudam as disciplinas obrigatórias de instituições de nível superior, mas também recebem instruções específicas de infantes, como:

  • Matemática;
  • Física e química;
  • Português;
  • Inglês e espanhol;
  • Sociologia e filosofia;
  • Informática;
  • Ordem unida;
  • Tiro tático;
  • Tática de combate terrestre;
  • Ações policiais; e
  • Estágio de guerra em biomas brasileiros – Selva, montanha, caatinga, entre outras.

As instruções militares compõem o currículo de formação dos cadetes e visam capacitá-los para liderarem as tropas. Elas têm ainda o objetivo de oferecer a oportunidade de aplicação das táticas e das técnicas aprendidas ao longo do curso acadêmico.

Também são realizados diversos intercâmbios com outras academias militares de nações amigas, como os Estados Unidos, a Argentina, o Uruguai, entre outros, a fim de promover o enriquecimento cultural do cadete.

Ao final dos quatro anos de formação o cadete é declarado aspirante a oficial, ele devolve o espadim de cadete e empunha definitivamente a espada de oficial da Força Aérea Brasileira, na formatura de conclusão de curso.

Já os sargentos da FAB – também denominados como graduados – são formados na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá, no estado de São Paulo. Os sargentos que pertencem à infantaria da FAB recebem instruções específicas durante os dois anos de curso na EEAR e no fim da formação são declarados especialistas em guarda e segurança.

Infantes da fab
Divulgação: Sgt. Johnson / Força Aérea Brasileira

Durante o curso de formação, os alunos de guarda e segurança da EEAR estudam as seguintes matérias:

  • Ações diretas;
  • Bloqueio e controle de vias;
  • Busca e apreensão;
  • Contraterrorismo;
  • Controle de acesso;
  • Controle de distúrbios;
  • Controle de trânsito;
  • Defesa antiaérea;
  • Defesa de bases aéreas;
  • Emprego de cães de guerra;
  • Escolta de batedores;
  • Escolta motorizada;
  • Guiamento aéreo avançado;
  • Guarda de presos e prisioneiros de guerra;
  • Medidas de controle no solo;
  • Motopatrulhamento;
  • Perícia criminal;
  • Policiamento montado;
  • Policiamento ostensivo;
  • Posto de segurança estático;
  • Proteção de estruturas estratégicas;
  • Proteção de meios aéreos desdobrados;
  • Reconhecimento especial;
  • Segurança de autoridades;
  • Vigilância eletrônica; entre outras.

Ao fim do curso de formação, o aluno recebe o diploma de especialista em guarda e segurança e é declarado terceiro-sargento da Força Aérea Brasileira. O militar é, então, distribuído para as unidades da FAB no território nacional de acordo com a sua classificação geral.

Áreas de atuação da infantaria da FAB

Hoje, a infantaria possui três áreas de atuação:

  • Segurança e Defesa;
  • Defesa Antiaérea; e 
  • Operações Especiais.

Elas agrupam um conjunto de ações específicas da FAB. As ações de segurança e defesa incluem a segurança das instalações, Polícia da Aeronáutica (PA) e a autodefesa de superfície.

As ações de defesa aérea correspondem a ação de autodefesa antiaérea. Já as operações especiais abrangem as ações diretas em terreno inimigo, o reconhecimento especial, o contraterrorismo e o guiamento aéreo avançado.

A infantaria atua, ainda, na área de busca e salvamento (SAR, do inglês Search And Rescue), integrando as equipes de resgate e participando das missões de busca e salvamento e de busca e salvamento em combate.

A infantaria da aeronáutica está presente em todas as regiões do território nacional. Ao todo, são 28 unidades de segurança e defesa, sendo dez grupos, 13 esquadrões, quatro esquadrilhas e um elemento de segurança e defesa.

Também integram a infantaria o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) e as Unidades de Defesa Antiaérea (UDA), que abrangem a Primeira Brigada de Defesa Antiaérea (1ª GDAAE) e seus três Grupos de Defesa Antiaérea (1º, 2º e 3º GDAAE).

Ações e exercícios militares da infantaria da FAB 

Uma característica importante que os infantes da FAB possuem é agirem em conjunto com militares de outras forças armadas e auxiliares. A interoperabilidade dessas ações e dos exercícios que os membros da FAB participam, proporciona a hegemonia e integração das forças armadas.

A interoperabilidade é a medida na qual as organizações e indivíduos conseguem atuar de maneira conjunta para o alcance de um mesmo objetivo. Esse conceito apareceu, primeiramente, na Organização do Tratado do Atlântico do Norte (OTAN), como sendo a habilidade de concentrar unidades e forças de vários países com o objetivo de exercerem atividades militares, elevando o nível de efetividade da ação militar.

Nos últimos anos, a realização dos grandes eventos realizados no Brasil, como os Jogos Mundiais Militares, a Copa América, a Copa do Mundo 2014, os Jogos Olímpicos 2016 e vários outros, aumentaram significativamente a ocorrência de operações e exercícios conjuntos, elevando o nível da interoperabilidade entre as Forças Armadas brasileiras.

Esses eventos, junto com a troca de informações e treinamentos, produziu grandes reflexos na infantaria da aeronáutica, que resultou na redefinição dos equipamentos utilizados pela tropa, a padronização de técnicas, táticas e procedimentos aplicados a diversas atividades.

Infantes da FAB
Divulgação: Sgt. Batista / Força Aérea Brasileira

Nos últimos anos, a infantaria da aeronáutica tem participado de operações e exercícios junto à Marinha do Brasil e ao Exército Brasileiro, dentre eles:

  • Operações de Paz, integrando o Batalhão Brasileiro de Operações de Paz na Missão da ONU, no Haiti; 
  • Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com destaque para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro; 
  • Situações críticas vivenciadas pela sociedade brasileira em Natal (RN) e Vitória (ES); 
  • Intervenção Federal no Rio de Janeiro;
  • Operações de Garantia Da Votação e da Apuração (GVA) em diferentes processos eleitorais; e
  • Nas operações Ágata, Amazônia, Ostium, Gota e diversas outras.

Cabe destaque também à ação dos militares da infantaria da aeronáutica, em conjunto com o Exército e a Marinha, que integraram as equipes especializadas de instrução no Congo e na República Centro Africana, contribuindo, dentro do contexto das Missões de Paz da ONU (MONUSCO e MINUSCO) para o preparo das Forças Armadas daqueles países.

Em 2020, a participação da tropa de infantaria nos exercícios conjuntos promovidos pelo Ministério da Defesa permitiu à FAB a continuidade do preparo dos infantes em meio às circunstâncias impostas pela pandemia do coronavírus. 

Nesse contexto, foram realizados exercícios de combate em ambiente urbano, envolvendo as Unidades de Segurança e Defesa (USD), exercícios de Salto Livre Operacional (SLOP) e exercícios de Operações Aeromóveis, conduzidas a partir do navio Porta-Helicópteros Multi Propósito (PHM) Atlântico, da Marinha do Brasil, com participação do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR).

A infantaria da aeronáutica também esteve presente nas operações COVID-19 e Verde Brasil 2. A estrutura instalada na Ala 2, em Anápolis (GO), para o recebimento dos brasileiros repatriados da China (Operação Regresso à Pátria Amada Brasil), contou com uma infraestrutura de segurança, por meio de uma Central Móvel de Vigilância Eletrônica (CMVE). 

A chegada ao Brasil da primeira aeronave F-39E Gripen, pelo porto Navegantes (SC), contou com meios de segurança e defesa da infantaria da aeronáutica, atuando junto aos militares e aos servidores federais, estaduais e municipais. A segurança da aeronave foi desenvolvida em um modelo de interoperabilidade dos envolvidos, o que exigiu a integração de meios e procedimentos para que tudo ocorresse em segurança.

Atualmente, com a desaceleração da pandemia, os cursos e estágios de especialização foram retomados em todas as unidades da FAB, dentre eles, se destacam:

  • o Curso de Operações de Controle de Distúrbios;
  • o Curso de Adestrador de Cães de Guerra;
  • o Curso de Guia Aéreo Avançado;
  • o Curso de Segurança e Proteção de Autoridades;
  • o Curso de Motociclista Militar e Batedor; e 
  • o Estágio de Polícia da Aeronáutica, para a especialização de cabos e soldados.

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