Teoria literária: conceitos, correntes e abordagens de análise

Teoria literária: conceitos, correntes e abordagens de análise

Aprenda o que é teoria da literatura, suas correntes principais e como aplicá-la na análise crítica de obras literárias.

A teoria da literatura é o estudo científico dos métodos de análise e crítica de obras literárias – e conhecê-la pode ser uma ferramenta estratégica no seu preparo para os concursos militares! Mais do que apenas “ler” um texto, esse campo oferece ferramentas para destrinchar poemas, romances, crônicas ou peças teatrais, e revelar estruturas, simbolismos, vozes narrativas e intenções do autor.

Ao dominar as principais correntes teóricas — como o formalismo, o estruturalismo e mais— e saber aplicar seus métodos, o estudante refina sua interpretação, ganha agilidade na análise textual e se diferencia nas redações e questões discursivas!

Vamos conhecer mais sobre a teoria literária? Se liga no bizu do Estratégia Militares!

Principais correntes da teoria literária

A teoria da literatura desenvolveu múltiplas correntes de estudo ao longo dos anos e cada uma oferece formas distintas de interpretar as obras literárias. Elas propõem um foco – seja no texto, no autor, no leitor ou nas circunstâncias histórico-sociais – o que molda diferentes modos de leitura e análise.

Compreender essas vertentes é fundamental para estudantes que desejam construir um repertório crítico sólido e aprofundar sua competência na análise literária. É importante entender que essas abordagens podem ser combinadas também.

Em vez de escolher apenas uma, o estudante pode usar elementos de diferentes teorias para ampliar sua análise e responder melhor às questões de interpretação. Essa flexibilidade é especialmente útil em provas, quando uma visão mais completa do texto faz toda a diferença.

Vamos conhecer algumas dessas vertentes de estudo?

Formalismo russo

O formalismo russo se desenvolveu no início do século XX, com estudiosos como Viktor Shklovsky e Roman Jakobson. Essa proposta interpretativa priorizava a forma literária, isto é, os aspectos internos da obra, como o estilo, a linguagem, a métrica e a estrutura narrativa.

Os formalistas propunham dissociar completamente a análise literária de fatores extraliterários – como a biografia do autor ou o contexto histórico – e alegavam que o valor estético da obra podia ser compreendido somente em sua configuração textual.

Estruturalismo

Derivado em parte do formalismo, o estruturalismo propõe que os textos fazem parte de um sistema maior de significação. Influenciado por linguistas como Ferdinand de Saussure, o estruturalismo busca identificar estruturas universais subjacentes à narrativa, como gêneros, arquétipos, padrões de enredo e oposições binárias.

Roland Barthes, Claude Lévi-Strauss e Tzvetan Todorov são nomes expressivos dessa abordagem, que teve forte impacto na crítica literária durante a década de 1960.

Psicanálise literária

Fundamentada nas teorias de Sigmund Freud e, mais tarde, de Jacques Lacan, a psicanálise literária interpreta as obras como manifestações do inconsciente. Esse enfoque teórico busca identificar aspectos simbólicos relacionados a desejos reprimidos, medos e traumas, tanto nos personagens quanto na narrativa.

Além disso, a psicanálise literária frequentemente leva em consideração a relação entre o autor e sua obra, ou seja, ela analisa como sua subjetividade pode aparecer nos textos. Um exemplo clássico dessa leitura é a interpretação edípica de “Hamlet”, de Shakespeare.

Marxismo

A crítica literária marxista, formulada por autores como Georg Lukács, Terry Eagleton e Fredric Jameson, analisa as obras como produtos ideológicos que refletem as conexões entre literatura, economia e política.

Essa corrente considera que a arte é influenciada pelas estruturas de classe, os modos de produção e as contradições sociais da época.

A literatura é vista, assim, como espaço de contestação ou reafirmação de ideologias dominantes. Obras que representam relações de poder, exploração ou resistência costumam ser analisadas de modo a revelar suas implicações sociais e históricas.

Feminismo e estudos de gênero

Desde o final do século XX, as abordagens feministas se tornaram cada vez mais relevantes no estudo literário. Críticos como Elaine Showalter, Hélène Cixous e Judith Butler passaram a questionar a representação da mulher e das identidades de gênero na literatura.

Essas teorias têm por objetivo evidenciar as estruturas patriarcais e “heteronormativas” presentes nos textos, bem como recuperar a produção literária de autoras e escritores marginalizados. Além disso, o campo dos estudos “queer” tem se consolidado como um desdobramento importante, o que amplia a análise para questões sobre sexualidade, identidade e performance de gênero.

Estudos pós-coloniais

Essa corrente teórica examina como a literatura trata as relações de dominação e resistência entre países colonizadores e colonizados. Autores como Edward Said, Homi Bhabha e Gayatri Spivak investigam maneiras pelas quais o discurso literário constrói imagens do “outro”, trazendo questionamentos sobre os efeitos da colonização na identidade cultural.

A análise pós-colonial foca na presença de elementos como hibridismo, resistência cultural, diáspora e subalternidade, especialmente em literaturas africanas, asiáticas e latino-americanas.

Correntes contemporâneas e interseccionais

Além das abordagens mais tradicionais, teorias literárias mais recentes têm adotado perspectivas interseccionais, nas quais se procuram integrar aspectos de raça, classe, gênero e sexualidade em uma leitura abrangente do texto literário.

Correntes como os estudos “decoloniais latino-americanos”, a “crítica racial” e a “ecocrítica” também ganham espaço. Assim, os estudantes podem analisar a literatura através de múltiplas lentes, considerando suas implicações éticas, políticas e filosóficas.

O Estratégia Militares explica para você sobre algumas dessas correntes contemporâneas!

Pós-estruturalismo e desconstrução

O pós-estruturalismo surgiu como uma crítica ao modelo estável e objetivo do estruturalismo. Teóricos como Jacques Derrida, Michel Foucault e Roland Barthes (em sua fase pós-estruturalista) defendem que o sentido de um texto não é fixo, mas sempre múltiplo, instável e dependente da leitura.

Derrida propõe a desconstrução como método de evidenciar as ambiguidades do texto e questionar as hierarquias linguísticas. Esse enfoque desafia conceitos como “essência” e “autoridade textual”, e abre caminho para a leitura fragmentária e plural das obras.

Nas análises literárias, o pós-estruturalismo permite a reinterpretação de textos clássicos à luz de novas perspectivas, e acaba incentivando uma abordagem crítica e multifacetada do conteúdo textual.

Estética da recepção

A teoria estética da recepção, desenvolvida principalmente por Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, enfatiza o papel do leitor na construção do sentido da obra. Para essa corrente, o texto literário só se realiza plenamente no ato da leitura, e cada leitor traz uma “expectativa de horizonte” que molda sua interpretação.

Dessa forma, o impacto de uma obra pode variar enormemente de acordo com o tempo histórico, o grupo social e a experiência individual do leitor. Essa abordagem é especialmente valorizada nos estudos de leitura em sala de aula e na didática literária voltada ao ensino, pois coloca o estudante como protagonista na interação com o texto.


Agora que você sabe as principais correntes da Teoria Literária, treine sua interpretação de texto e a leitura crítica nas provas e nas questões de Literatura!

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