Socialismo científico: saiba mais sobre a origem e seus pensadores!

Socialismo científico: saiba mais sobre a origem e seus pensadores!

O socialismo é uma das doutrinas políticas que integram a geopolítica mundial e seus conceitos e filósofos são cobrados nas provas militares. 

Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, a origem, os teóricos do socialismo científico, informações e curiosidades.

Quem são os pensadores do socialismo científico?

Karl Marx e Friedrich Engels são os principais pensadores do socialismo científico. Eles entendem que as condições materiais da existência humana são definidoras das estruturas políticas e sociais de uma sociedade. Logo, um ente político, como o Estado, não atua de forma neutra em sua função de zelar pelo cumprimento das leis, por exemplo.

Como a sociedade capitalista se baseia em torno de uma divisão de classes, o Estado se torna um instrumento para manter a dominação da burguesia sobre o proletariado. Com o advento da revolução proletária, o Estado não teria sua razão de existir.

Isso ocorreria em função do fato do Estado ser um elemento da superestrutura, ou seja, um reflexo das relações econômicas. Elas, por sua vez, baseiam-se na oposição entre os proprietários dos meios de produção e aqueles que vendem sua força de trabalho para eles. 

O Estado deixaria de ser necessário porque a revolução socialista aboliria a divisão entre proletariado e proprietários dos meios de produção. Logo, o Estado, como um elemento de dominação da classe burguesa, não encontraria na sociedade elementos materiais para a sua existência. 

O que é o socialismo revolucionário ou científico?

A proposta do socialismo feita por Marx e Engels ficou conhecida como socialismo revolucionário, ou científico. Em relação às correntes do socialismo utópico, o socialismo científico apresenta uma maior consistência teórica e, consequentemente, uma análise mais apurada sobre o desenvolvimento do capitalismo e seus efeitos.

Na teoria de Marx e Engels, dois conceitos são de fundamental importância para a compreensão do desenvolvimento capitalista:

  • o materialismo histórico; e
  • a luta de classes.

Esses dois conceitos demonstram como o capitalismo e a divisão social do trabalho criam condições, determinadas historicamente, para o surgimento dos aspectos políticos e culturais de uma sociedade.

Se, de acordo com o materialismo histórico, o conflito de classes é inerente às sociedades humanas, o fim da exploração do homem pelo homem somente se daria a partir do momento em que uma sociedade mais igualitária fosse estabelecida – ou seja, uma sociedade em que não houvesse classes e nem a coerção do Estado.

Para os socialistas utópicos, uma sociedade harmônica não excluía a existência das classes e das hierarquias sociais. Segundo sua concepção, a ordem e a harmonia social seriam mais importantes que a questão da igualdade entre os indivíduos.

De acordo com Karl Marx, os seres humanos transformam a realidade ao buscarem satisfazer suas necessidades para sobreviver. Em conjunto com outros indivíduos, eles desenvolvem modos de transformar a  natureza ao seu redor. Dessa maneira, necessidades básicas da vida material, como comer, beber, vestir e ter um local para se abrigar, são satisfeitas.

O trabalho, entendido como a ação humana de transformação da natureza, é a atividade humana básica constitutiva do ser humano. Ao buscarem a satisfação de suas necessidades, os indivíduos passam a exercer domínio sobre a natureza e, a partir dele, passam a produzir os bens materiais necessários à sua existência.

A estrutura de uma sociedade surge como consequência da produção desses bens e da forma como os indivíduos se organizam para realizar essa produção.

Biblioteca com bustos de filósofos e pensadores

Estrutura de produção e organização social de Marx

Essa estrutura, que corresponde às formas como se dão as relações econômicas de uma determinada sociedade, pode ser entendida também como a relação entre dois importantes conceitos na teoria de Marx:

  • Forças produtivas; e
  • Relações sociais de produção.

As forças produtivas são o modo como os homens obtêm da natureza o que é necessário à sua subsistência. Desse modo, qualquer processo humano de produção de um determinado bem necessita de alguns instrumentos – como a enxada é necessária, por exemplo, para plantar. Além disso, é necessária a própria energia dos indivíduos para trabalhar na lavoura, ou em qualquer outra atividade produtiva humana.

O trabalho humano é o principal elemento de construção da realidade social, os seres humanos constroem seu mundo à medida que transformam a natureza para a satisfação de suas necessidades, e estas se tornam cada vez mais sofisticadas.

Já as relações sociais de produção se referem diretamente ao modo como se dá a organização dos indivíduos em torno das atividades produtivas. São as relações sociais de produção que determinam os proprietários das matérias-primas, os instrumentos necessários à execução de um trabalho, aqueles que terão que vender sua força de trabalho, entre outros.

O estágio produtivo de uma sociedade determina o modo como se dá a relação entre o ser humano e a natureza. Assim, os homens estabelecem suas relações de produção em um sistema que não depende de suas vontades. 

Se na antiguidade as relações de produção eram escravistas, atualmente, no mundo moderno, as relações de produção são relações capitalistas, baseadas na mão de obra assalariada, na maioria dos casos

Os modos de produção correspondem à esfera material da existência humana, ou seja, o modo como os indivíduos trabalham e, consequentemente, elaboram sua existência.

A mudança nos modos de produção de uma sociedade se dá a partir do momento em que as forças produtivas se desenvolvem de modo mais rápido que as relações sociais de produção.

Manifesto comunista de Marx e Engels

O desenvolvimento das forças produtivas gera também mudanças nas instituições políticas, jurídicas e sociais. O avanço da produção capitalista dividiu a sociedade em duas classes distintas, os burgueses e os proletários.

O socialismo científico de Marx e Engels ressalta o modo como o proletariado se torna a classe explorada no sistema capitalista e como poderia ser possível a superação desse estado de exploração. Essa é a principal preocupação de Marx e Engels ao lançarem o Manifesto do Partido Comunista, em 1848.

Para Marx e Engels, o próprio modo de produção capitalista carregava as raízes da sua superação. O capitalismo apresenta uma contradição constitutiva: uma vez que é o trabalho o elemento que gera valor à produção de mercadorias, evidentemente a produção se tornaria cada vez mais dependente dos trabalhadores, aumentando o caráter social da produção.

Crítica de Marx e Engels ao socialismo utópico

Nesse sentido, o capitalista se torna menos necessário à produção em si. No entanto, a apropriação dos lucros se concentraria em suas mãos.

Essa percepção de modo de funcionamento do capitalismo, calcada na análise de conceitos – como forças produtivas e relações sociais de produção – era o fundamento da crítica de Marx e Engels ao socialismo utópico. 

Segundo Marx e Engels, os socialistas utópicos se deixavam levar por suas paixões e desejos frente à desigualdade capitalista sem, no entanto, atentar para as condições reais de funcionamento do sistema capitalista. 

O conhecimento real do modo de produção capitalista é de fundamental importância para que o proletariado se organize como classe para atingir seus objetivos políticos.

A junção do conhecimento a respeito da realidade capitalista e a atuação política é a chave para que ocorra a transformação da sociedade capitalista e, consequentemente, a superação das desigualdades sociais. 

Na concepção materialista da história, a luta de classes é a força motriz de superação das contradições sociais. E, nesse sentido, a mudança estaria sempre a cargo da classe explorada.

No caso do capitalismo, a consciência de classe induziria a formação de sindicatos, partidos e outras formas de associação entre os indivíduos.

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Referências bibliográficas

  • MARX, Karl Heidrich. Crítica à economia política. In: Contribuição para a crítica da economia política. Lisboa: Estampa, 1973.
  • MARX Karl Heidrich; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução de Conceição Jardim e Eduardo Nogueira. v.2. Lisboa: Presença; São Paulo: Martins fontes, 1976. 

_______. Manifesto do Partido Comunista. In.: Obras escogidas de Marx y Engels. v.2. Madrid: Fundamentos, 1975.

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