República Oligárquica: saiba mais sobre a República do Café com Leite!

República Oligárquica: saiba mais sobre a República do Café com Leite!

Confira nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você a história da República Oligárquica e do fenômeno da República do Café com Leite. Confira as informações e curiosidades sobre a história da República do Brasil!

As contradições existentes nos espaços urbano e rural demonstram como é complexo o universo brasileiro nos primeiros anos do século XX. A elite rural no controle da máquina pública convivia com uma classe média urbana emergente. 

Essa nova classe urbana estava desejosa de mudanças políticas e sociais, fruto da sensibilidade em relação às transformações do mundo ao redor.

Assim, a República Oligárquica – maior porção do período da história política brasileira conhecida como República Velha (1889-1930) – se inicia com hegemonia dos coronéis e seus latifúndios, mas se encerra com uma nova perspectiva urbana construída por uma elite seduzida pelas novidades das cidades.

A política da República Oligárquica

Encerrada a República da Espada, uma pequena parcela da sociedade brasileira com cidadania política exerceu, pela primeira vez, o direito de voto para a Presidência da República, elegendo Prudente de Morais, representante dos cafeicultores do Sudeste.

Apesar da instabilidade do país nos primeiros anos da República, ocorreu uma lenta consolidação do novo regime, fruto da organização política que garantiu os interesses dos grupos oligárquicos da sociedade. 

Embora ocorresse uma certa instabilidade política, o Brasil enfrentou transformações econômicas, lutas, inserção de novos conceitos políticos e até divisões entre os setores condutores da nação

A política dos governadores e o Coronelismo

Apesar da liberdade de escolha garantida pela Constituição, o sistema republicano não concretizou a sonhada liberdade que propunha. 

Os eleitos para o mais importante cargo executivo eram políticos comprometidos com os grupos controladores das principais atividades econômicas do país – como foi o caso do primeiro presidente civil, Prudente de Morais, representante dos cafeicultores paulistas. 

A construção da estrutura de “cartas marcadas” da política brasileira foi realizada pelo segundo presidente eleito, Campos Sales, por meio da articulação da Política dos Governadores. 

Nesse sistema, ocorria a troca de favores entre o Governo Federal, os governos estaduais e as oligarquias locais, permitindo que os mesmos grupos detentores do poder econômico mantivessem o controle político da nação.

Para seu bom funcionamento, a Política dos Governadores contava com o papel dos chamados coronéis. Esses indivíduos  garantiam, por meio da influência local, um corpo de eleitores que seguia o rumo eleitoral definido por esse chefe político.

Durante a eleição, as autoridades indicavam  as pessoas que iriam compor as mesas eleitorais. Como não existia fiscalização, o voto aberto tornava possível várias práticas que cerceavam o direito ao voto e constrangiam o eleitor. 

A consequente intimidação e a imposição do voto pelos coronéis aos eleitores, ficou conhecida como o voto de cabresto.

A utilização de nomes de falecidos nas votações (“voto fantasma”), a contagem dos votos contrários a favor do candidato dos grupos oligárquicos, o sumiço das urnas, entre outras práticas faziam parte do dia a dia dos coronéis.

Outra prática do coronelismo era a realização de favores por parte dos coronéis aos seus subordinados. Isso era conhecido como clientelismo e os favores eram, por exemplo, um emprego público ou até mesmo um par de sapatos.

O sucesso desse sistema era garantido, em virtude da pobreza da maioria da sociedade brasileira e da ausência de um sistema público impessoal

O Estado e seus representantes, mais do que cumpridores de um papel legal, eram fornecedores de favores para aqueles que fossem fiéis aos desígnios da oligarquia.

A República do Café com Leite

A chamada Política dos Governadores, associada ao coronelismo e às variadas formas de fraudes eleitorais da Primeira República, permitiu que as oligarquias detentoras da hegemonia econômica no Brasil assegurassem a sua presença nos principais cargos do Governo Federal. 

Assim, o poder de São Paulo e de Minas Gerais, regiões produtoras de café – principal produto de exportação do Brasil – e detentoras de uma considerável concentração de eleitores, foi fortalecido em detrimento do poder dos demais estados, configurando a chamada República do Café com Leite.

Esses dois estados, representados pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM), contavam com a cumplicidade das outras unidades federativas, que se beneficiavam do controle das estruturas do Governo Federal por São Paulo e Minas Gerais.

Deve-se ressaltar que esse acordo entre Minas e São Paulo não foi marcado pela coesão, uma vez que houve divergências que levaram a disputas políticas entre as oligarquias mineira e paulista. Além disso, o Rio Grande do Sul também exercia considerável influência nas determinações políticas do país, por meio do Partido Republicano Rio Grandense. 

Presidentes da República do Café com Leite

Os presidentes que controlaram o Brasil na chamada fase oligárquica foram:

  • Prudente de Morais (1894-1898);
  • Campos Sales (1898-1902);
  • Rodrigues Alves (1902-1906);
  • Afonso Pena (1906-1909);
  • Hermes da Fonseca (1910-1914);
  • Venceslau Brás (1914-1918);
  • Epitácio Pessoa (1919-1922);
  • Artur Bernardes (1922-1926); e
  • Washington Luís (1926-1930).

Prudente de Morais (1894-1898)

Foi o primeiro presidente civil eleito. Foi o responsável pelo massacre da vila de Canudos e pela pacificação da Revolução Federalista.

Campos Sales (1898-1902)

Foi responsável por tentar reduzir os efeitos do Encilhamento por meio do Funding Loan. Criou a chamada Política dos Governadores e estruturou oficialmente a Política do Café com Leite.

Presidente Campos Sales

Rodrigues Alves (1902-1906)

Foi o responsável por realizar uma política higienista de saneamento no Rio de Janeiro e, como consequência, enfrentou a Revolta da Vacina, em 1904.

Presidente Rodrigues Alves

Afonso Pena (1906-1909)

Implementou o Convênio de Taubaté, determinado durante o governo de Rodrigues Alves. Faleceu no final do mandato, que foi encerrado pelo vice, Nilo Peçanha.

Washington Luís (1926-1930)

Último presidente da República Oligárquica. Enfrentou os efeitos da Crise de 1929 na economia cafeeira. Foi deposto pela chamada Revolução de 1930, conduzida por Getúlio Vargas.

Os presidentes citados chegaram ao poder por meio da viciada máquina eleitoral do Brasil, que ainda contava com a Comissão de Verificação dos Poderes. Esse órgão, composto por membros indicados pelo governo oligárquico, era responsável pela entrega dos diplomas aos vencedores das eleições no país.

Dessa forma, garantia-se que o eleitorado não contrariaria os interesses das oligarquias, desautorizando, arbitrariamente, alguns vitoriosos das urnas a assumirem seus mandatos. Os políticos que não se enquadravam nos interesses das elites brasileiras e eram afastados do poder pela Comissão eram referidos como os “degolados” do regime.

Presidentes da República velha

Tamanha estrutura corrupta da política brasileira não impedia situações de competição, como as ocorridas em 1910, 1922 e 1930. Nesses casos, porém, não foi a vontade pública que gerou tal disputa, mas os conflitos existentes entre as várias oligarquias regionais do país.


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