Presidentes contemporâneos do Brasil: o governo de Itamar Franco

Presidentes contemporâneos do Brasil: o governo de Itamar Franco

O governo de Itamar Franco durou de 1992 a 1994 e foi marcado pelo Plano Real, o plebiscito e a sucessão democrática após o impeachment de seu antecessor. Confira nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você como foi esse período.

Itamar Franco, vice-presidente de Fernando Collor de Mello, assumiu interinamente a presidência em outubro e se efetivou no cargo em 29 de Dezembro de 1992, depois do impeachment

O governo de Itamar Franco

O novo presidente chegou ao poder com amplo apoio político e marcou presença com um estilo de vida que contrastava com o de Collor. A imprensa associava sua pessoa ao pão de queijo, como uma referência à sua origem mineira, o que causou uma identificação com o homem comum.

Em fevereiro de 1993, embora não tivesse ainda definido claramente sua política econômica, Itamar deixou claro que era contrário à recessão e à prática dos juros altos. Essas eram as características da política adotada por Marcílio Marques Moreira, a quem coubera o comando da economia depois da gestão Zélia Cardoso de Mello. 

O Plano Real e a Unidade Real de Valor (URV)

A entrada de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e acadêmico, na direção do Ministério da Fazenda, foi importante na criação do novo plano econômico para combater a inflação. O projeto passou a ser conhecido como Plano Real.

Seu objetivo era reduzir a persistente inflação por meio de novo padrão monetário que estaria atrelado ao dólar. A chamada Unidade Real de Valor (URV) transformou-se em um elemento de conversão monetária estável, que, após alguns meses, foi transformado em uma nova moeda, o Real.

Com isso, a inflação foi automaticamente reduzida, já que a política de câmbio fixo mantinha a moeda com o preço atrelado ao dólar. Quando ocorria algum tipo de especulação que levasse ao aumento do preço da moeda estadunidense, o Banco Central vendia os dólares de sua reserva para controlar o aumento súbito. Assim, a vinculação da economia a uma moeda forte, reduziu a inflação.

O sucesso do plano só foi possível graças ao controle dos gastos públicos, ao fluxo de capital estrangeiro, obtido pelos setores públicos e privados, e ao  crescimento da economia nacional, que permitiu uma boa arrecadação pelo governo brasileiro. 

Os aspectos negativos foram o aumento dos gastos com importações, devido ao baixo valor do dólar, gerando problemas estruturais na balança comercial brasileira, a desarticulação da indústria nacional e a dependência do cenário econômico internacional

Esse cenário poderia provocar a redução da vinda de recursos para a economia brasileira, como ocorreu durante as crises do México e dos tigres asiáticos na década de 1990. 

A solução encontrada nesses momentos foi a elevação da taxa de juros para atrair o capital de risco para o Brasil, o que acarretou um expressivo aumento da dívida pública do país.

No intervalo entre 1942 a 1994,  o Brasil mudou sua moeda dez vezes. O auge dessa mudança se concentrou nas décadas de 1980 e 1990, quando ocorreram seis modificações. 

Em algumas situações, a mudança não era compatível com a capacidade técnica de emitir o novo papel moeda, exigindo que as notas fossem carimbadas com o novo padrão monetário.

A modificação da moeda foi encerrada em 1994, com o lançamento do Plano Real. Apesar da desconfiança da população em relação ao novo plano, visto as experiências frustradas ocorridas nos anos anteriores, a nova moeda lançada nos últimos meses do governo Itamar Franco consolidou-se e hoje faz parte de nosso dia a dia.

Itamar Franco
Local – Salão Negro Do Senado Federal Data – 29/09/1988 Assunto – Assinatura da Constitutição Participantes – Sen Itamar Franco Env-287 Neg – 31 Fotografo – Celio Azevedo

Curiosidades sobre o Plano Real

É natural que, após algumas décadas, mudanças no percurso tenham ocorrido. As curiosidades são muitas, por exemplo, desde 2006 não é mais emitida a nota de um real. Ela foi substituída definitivamente pela moeda, considerada menos dispendiosa para o Banco Central, já que não precisa ser substituída após um período curto de circulação, como ocorria com a nota. 

Já em 2000, o Banco Central lançou uma nota de dez reais diferente do modelo padrão. Além de ter uma estampa diferenciada, em homenagem aos 500 anos de descobrimento do Brasil, a nova cédula era de plástico e teria uma duração maior do que as outras notas que circulavam no país. 

Passada mais de uma década dessa experiência, não se tem mais notícias dessas notas, que são apenas comercializadas como raridades nos sites de compra. A última mudança do Real ocorreu em 2010, quando foram lançadas as notas de 100 e de 50 da chamada “nova família do Real”. 

Além de contarem com tamanhos diferentes segundo o valor, facilitando a vida dos deficientes visuais, a tecnologia de segurança das novas cédulas contribuiu para evitar falsificações.

O plebiscito no governo de Itamar Franco

O governo Itamar Franco também foi marcado pela realização de um plebiscito sobre a forma de governo, ocorrido em 21 de abril de 1993, previsto na Constituição de 1988. 

Os eleitores deveriam escolher entre o parlamentarismo e o presidencialismo e entre o regime republicano e a restauração da monarquia. O plebiscito confirmou a manutenção da forma republicana e do regime presidencial no país.

Quanto à sucessão presidencial, o ministro Fernando Henrique Cardoso foi eleito Presidente da República ainda no primeiro turno, como consequência do sucesso do Plano Real, derrotando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, representante da oposição do governo. 

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Referência

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