A conquista de Fornovo di Taro foi mais um dos trunfos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Nesse post, o Estratégia Militares conta para você como se deu a rendição alemã em território italiano, além de abordar vários outros aspectos da participação da FEB na guerra.
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A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Para saber como se deu a entrada do Brasil na Segunda Guerra é importante entender o cenário do país no momento anterior ao conflito.
Na década de 1930, a Alemanha Nazista tinha como um de seus principais objetivos expandir sua influência para outras regiões do planeta, entre elas a América Latina. Isso fez com que os alemães se aproximassem do Brasil e se tornassem um dos principais parceiros econômicos na época.
A relação entre as nações fez do Estado alemão um dos maiores compradores de café e algodão brasileiro no mundo. Ao passo que o Brasil se tornou um grande importador de armamento alemão, a fim de equipar o Exército Brasileiro.
No mesmo momento, outro país também exercia forte influência em território brasileiro. Os Estados Unidos (EUA), além de grande parceiro econômico, aumentou muito sua influência cultural no Brasil. Como principal exemplo disso temos o desenho produzido pelos estúdios Walt Disney: “Zé Carioca”.
Economicamente falando, podemos destacar algumas ações realizadas entre o governo estadunidense e o brasileiro, como: cessão de borracha para os EUA, construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda (RJ), entre outras.
Na Segunda Guerra Mundial, os EUA faziam parte do grupo dos dos Aliados, que ainda contavam com a participação da Inglaterra, da União Soviética e da França. Em contrapartida, a Alemanha compunha o Eixo ao lado da Itália e do Japão.
O Brasil foi pressionado a se posicionar e acabou optando por romper relações diplomáticas com o Estado Nazista. O presidente Getúlio Vargas declarou a entrada do país no confronto em agosto de 1942, colocando-se ao lado dos Estados Unidos e contra o Eixo.
A criação da Força Expedicionária
Após Getúlio Vargas decretar a entrada do Brasil em um dos maiores conflitos armados de todos os tempos, era preciso organizar um exército capaz de enfrentar tal missão. Nesse momento foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por 25.455 militares das mais variadas Armas, Quadro e Serviços.
A responsabilidade de comandar os pracinhas – apelido dado aos militares da FEB – em território europeu foi incumbida ao General Mascarenhas de Morais.
A principal atribuição dada ao Exército Brasileiro no conflito foi impedir que o Exército Alemão chegasse à França por meio do território italiano.
Ao aterrissar na Itália, a FEB recebeu um treinamento junto ao exército estadunidense, a fim de aprender como se portar em um território totalmente novo para os pracinhas.
Os principais desafios enfrentados por eles seriam as baixas temperaturas (-10 graus Celsius), o terreno montanhoso e vários outros fatores inerentes a uma guerra no território europeu.
A conquista de Fornovo e a rendição alemã
As primeiras vitórias dos pracinhas vieram logo após a chegada no continente europeu. A FEB conseguiu frear e derrotar o exército alemão nas cidades de Monte Castelo, Castelnuovo, Montese, etc.
Após meses de conflito em território italiano e uma brilhante atuação do exército brasileiro, a FEB foi incumbida de coibir a fuga dos alemães, cercando-os no norte da Itália.
Na cidade de Fornovo di Taro, os pracinhas realizaram um grande cerco e bombardearam o exército alemão, que revidou com seus canhões. Já sem munição e não tendo como reagir, o General Otto Fretter-Pico assinou a rendição dos alemães no dia 28 de abril, por intermédio de um padre.
No dia seguinte, os mais de 15 mil alemães rendidos começaram a se apresentar na base brasileira, entregando todas as suas armas e trazendo seus soldados feridos.
Canção da FEB
Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Você sabe de onde eu venho ?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Letra: Guilherme de Almeida
Consequências da participação brasileira na guerra
Com o fim da Segunda Guerra e a brilhante atuação da FEB, os brasileiros ficaram muito orgulhosos e receberam a tropa calorosamente em seu retorno ao país.
No entanto, a postura adotada pelo Estado Brasileiro na guerra gerou enorme insatisfação interna, tendo em vista que o Brasil lutou contra uma ditadura vivendo sob tal regime.
Não resistindo à pressão, Getúlio Vargas renunciou ao cargo de presidente, dando fim ao longo período no poder que ficou conhecido como “Era Vargas”.
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