Civilizações clássicas: mitologia grega, Édipo e a caixa de Pandora

Civilizações clássicas: mitologia grega, Édipo e a caixa de Pandora

A mitologia fez parte da cultura e da religião praticada na Grécia Antiga! O conjunto de histórias envolvendo os deuses e as inúmeras entidades sobrenaturais adoradas pelos antigos gregos é o tema que o Estratégia Militares aborda hoje 

Confira mais informações sobre as mitologias gregas e os contos de Édipo e da caixa de Pandora!

O que é mitologia?

As histórias que moldavam a crena e a cultura da Grécia Antiga são chamadas de mitos, isto é, narrativas transmitidas através de várias gerações e criadas para dar sentido a elementos da realidade, já que não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos, por exemplo, a razão dos tremores de terra e dos maremotos.

A mitologia grega, preservada pelos poemas épicos de Homero, pelas peças de teatro dos dramaturgos atenienses e recolhidas da tradição oral por sábios do período helenístico, ainda encanta pessoas de todo o mundo. Isso porque as personagens dos mitos – deuses, semideuses, heróis e ninfas – são humanizadas, ou seja, apresentam sentimentos e comportamentos humanos, constituem família e lutam entre si.

Mito de Édipo Rei

Além disso, esses personagens são representações humanas na forma idealizada da mulher e do homem comuns. Uma história clássica é a de Édipo – retratada na obra Édipo Rei, de Sófocles -, famoso por matar o pai e se casar com a mãe.

Em uma das passagens da história, conta-se um dos grandes desafios enfrentados pelo protagonista, a Esfinge – um monstro com cabeça de mulher e corpo de leão -, que propunha enigmas aos viajantes e devorava quem não os decifrasse. Édipo conseguiu se salvar decifrando o enigma proposto pelo monstro:

“Qual animal que anda sobre quatro pés de manhã, sobre dois ao meio-dia e sobre três à noite?”

Você saberia responder à Esfinge?

Édipo usou o seguinte raciocínio para responder à Esfinge: os três momentos do dia poderiam ser entendidos como os três estágios da vida de um ser humano. Pela manhã, ou seja, quando criança, o homem caminha sobre quatro pés, pois engatinha. 

Já ao meio-dia, isto é, na idade adulta, o homem caminha ereto e sobre dois pés. À noite, quando a velhice chega, o homem necessita de uma bengala para servir de apoio ao caminhar, tendo, portanto, três pés.

Colunas gregas

Mito da caixa de Pandora

O conto da caixa de Pandora inicia num dia em que o deus supremo dos gregos chamou Hefesto e pediu-lhe um trabalho, uma obra-prima: que fizesse uma jovem belíssima, semelhante às deusas imortais.

Hefesto, o divino ferreiro, ficou surpreso e um tanto indeciso e confuso, afinal não sabia como poderia satisfazer o desejo de seu pai, e não poderia desobedecê-lo. Assim, concordou com um aceno de cabeça e obedientemente encaminhou-se para a forja.

Logo, o divino ferreiro fez a figura de uma mulher, dando-lhe um rosto magnífico, o qual adornou com esplêndidos cabelos, concedendo-lhe como alma uma faísca do fogo divino, sendo chamada de Pandora.

Zeus, então, colocou nas mãos de Pandora uma caixa cinzelada, confiando a ela a guarda, sob a condição de nunca abri-la para ver o que continha. Disse à Pandora que a caixa continha todos os males dos homens, e se um deles escapasse, seria um desastre para a humanidade.

Pandora prometeu que nunca abriria a caixa e agradeceu o presente. Com o passar do tempo, a mulher ficava cada vez mais impaciente, e o desejo de abrir a caixa aumentava cada vez mais.

Certo dia, pensando sobre a caixa, a dúvida brotou em sua mente. Pandora passou a questionar sobre o poder da caixa em armazenar o mal de todos os homens, logo pensou que, na verdade, a caixa continha algum poder mágico que a tornaria tão poderosa quanto Zeus.


Atormentada pela curiosidade profunda e atroz, não conseguiu resistir em manter a caixa fechada. “Abrirei a caixa apenas por um momento, olharei rapidamente seu interior e, no mesmo instante, fechá-la-ei com todo o cuidado. Zeus nem sequer suspeitará do que farei”, pensou Pandora, abrindo nervosamente a caixa.

Da caixa saíam vapores, fumaças escuras, que se estenderam pelo mundo e obscureceram o sol. A jovem, desesperada, tentava fechar a caixa mágica, porém não o conseguia. Disso, os males, os vícios, os sofrimentos se espalharam pelo mundo.

Quando a fumaça se dissipou, Pandora lançou um tímido olhar para o fundo da caixa. Lá, no fundo, a um canto, repousava ainda um passarinho verde e azul, que fugiu, em seguida, a gorjear. Era a esperança, o único bem que Zeus concedia aos homens, no meio de tantas amarguras.

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Referência

ENCICLOPÉDIA. O livro dos nossos filhos. Rio de Janeiro: Alfa, 1959. p. 11.

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