Ciclo econômico do café: conheça o ouro negro brasileiro!

Ciclo econômico do café: conheça o ouro negro brasileiro!

O ciclo do café é tido como um dos mais importantes da história brasileira, tendo em vista todas as mudanças estruturais e sociais que ele proporcionou, além da enorme taxa de crescimento econômico proporcionada pelo seu cultivo. 

Nesse post, o Estratégia Militares preparou um resumo com o que há de mais importante a respeito do ciclo do café, desde o sistema de cultivo até a chegada dos imigrantes europeus no Brasil. Ao final, apresentaremos algumas questões de concursos militares para que você possa treinar o que aprendeu!

Quando o café chegou no Brasil?

O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. A fruta tem origem no continente africano, mais precisamente na Etiópia, e chegou ao Brasil trazida por um militar chamado Francisco de Melo Palheta, em 1727.

Inicialmente, o café foi cultivado em Belém, no Pará. Contudo, obteve maior sucesso quando chegou ao Vale do Paraíba – região entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. 

Com a crise na produção de café nas colônias francesas, o Brasil se tornou o principal produtor de café no mundo, em 1830. Desse momento em diante, nosso país apresentou elevadas taxas de crescimento econômico, o que fez o café ser conhecido como o “ouro negro”. 

Com uma demanda cada vez maior pelo fruto, os barões expandiram suas plantações para o Oeste Paulista, onde encontraram o solo de terra roxa, ideal para plantação. Anos mais tarde, na década de 1880, a região se tornou a principal na produção de café no país, ultrapassando o Vale do Paraíba.

ciclo do café

Isso se justifica não só pelo solo e clima ideais para o cultivo, mas também pelos vultosos investimentos feitos pelos barões paulistas na modernização da produção e do escoamento do produto. 

Qual a mão de obra mais usada no ciclo do café?

Assim como nos engenhos nordestinos, o sistema de produção cafeeiro era baseado no plantation, cujas principais características são a monocultura, os latifúnidios e a escravidão. Contudo, há um ponto muito importante quanto à mão de obra usada. 

Diferentemente de outros ciclos econômicos na história do Brasil, o do café conta com dois momentos distintos quando falamos de mão de obra. No primeiro, há predominância de escravos africanos. 

No entanto, com a proibição do tráfico negreiro, em 1850, passou a ser cada vez mais difícil comprar escravos. Como principal alternativa, surgiram os imigrantes europeus, vindos, principalmente, da Itália, Espanha e Alemanha. 

A vinda dos europeus também foi apoiada pelo Império, tendo em vista o ideal de embranquecimento da população – em voga, naquele momento, graças às teorias racistas oriundas do continente europeu. 

Os primeiros europeus vieram por meio do “sistema de parcerias”, no qual os cafeicultores financiavam a vinda dos trabalhadores. Ao chegar, os imigrantes tinham que trabalhar até ressarcir seus “parceiros”, o que se tornava impossível em função dos juros e da dívida que eles contraiam nos armazéns das fazendas em que trabalhavam.

As dívidas impagáveis e os maus tratos fizeram com que o trabalho dos imigrantes fosse considerado análogo à escravidão em algumas fazendo paulistas. Muitos deles fugiram das fazendas rumo às cidades e os europeus passaram a temer a vinda para o Brasil.

Na busca por mudar a imagem negativa causada nesse início, o Império brasileiro junto às províncias passou a financiar a vinda dos trabalhadores europeus, além de oferecer bons salários àqueles que aceitassem vir para o Brasil. 

A crise no Vale do Paraíba 

O Vale do Paraíba despontou como principal produtora de café desde o início do ciclo no Brasil. Contudo, as fazendas da região apresentaram muita dificuldade na transição da mão de obra escrava para a europeia.

Além disso, o esgotamento das terras da região e o envelhecimento dos cafezais fizeram com que, na segunda metade do século XIX, as lavouras do Vale do Paraíba entrassem em crise, perdendo o posto de maior produtor para a região do Oeste paulista.

A Lei de Terras e o crescimento das lavouras de café

Durante o período que o Brasil rumava para o fim da escravidão, na segunda metade do século XIX, foi aprovada a Lei de Terras (1850). Ela estabelecia que, a partir daquele momento, todas as terras desocupadas pertenceriam à Coroa e só poderiam ser adquiridas mediante compra.

O principal efeito da norma foi aumentar ainda mais a concentração fundiária no país e fazer com que os imigrantes e brasileiros pobres continuassem dependentes do emprego e da boa vontade dos grandes latifundiários.

O que foi a Era Mauá?

O sucesso dos barões do Oeste Paulista possibilitou que eles investissem pesado na infraestrutura da região. O setor que mais cresceu nesse período foi o ferroviário. Ele era o foco dos cafeicultores, já que propiciava o escoamento dos grãos para os portos de forma segura e barata. 

A primeira ferrovia, com 14 km de extensão, foi criada por Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como barão ou visconde de Mauá. Entre as décadas de 1840 e 1870, foram construídos mais de 10 mil quilômetros de ferrovias, além de vários outros empreendimentos comerciais e industriais. 

A esse surto industrializante proporcionado pelos lucros do café, os historiadores dão o nome de Era Mauá.

Questões

Agora que você já sabe um pouco mais a respeito do ciclo do café, que tal treinar com algumas questões? As questões a seguir foram cobradas em provas de anos passados do concurso ESA, o que valida a importância desse tema na preparação para os certames de carreiras militares.

1. (ESA) O item da pauta de exportação brasileira do Segundo Reinado que foi considerado um importante fator de modernização da economia foi:

a) O Tabaco.

b) O Café.

c) A Cana de Açúcar.

d) A Soja.

e) O Trigo

2. (ESA) A Lei de Terras (1850) regulamentou questões relacionadas à propriedade privada da terra e a mão de obra agrícola. Tal legislação atendeu aos interesses dos grandes fazendeiros da região sudeste, que cultivavam:

a) cacau.

b) cana de açúcar.

c) soja.

d) café.

e) algodão. 

Gabarito

Questão 1: letra B

Questão 2: letra D

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