A crise do regime na década de 1920: saiba mais sobre o fim da República Velha

A crise do regime na década de 1920: saiba mais sobre o fim da República Velha

O fim da República Velha foi marcado por diversos movimentos sociais e, principalmente, políticos. Confira esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você, e descubra as causas para o fim da era Café com Leite no Brasil.

Uma das questões mais importantes da Primeira República foi a eclosão de vários movimentos sociais, tanto no campo quanto na cidade, que desafiavam as autoridades da época.  

Muitos elementos já davam claro indício de fragilidade das estruturas políticas da República Velha, marcada pela concentração de renda e pela injustiça. A Reação Republicana foi uma evidência desse cenário. Outros eventos também engrossaram o coro dos insatisfeitos e acabaram por derrubar esse modelo político na Revolução de 1930.

A Reação Republicana e o fim da República Velha

As articulações da Política do Café com Leite já davam sinais de crise nos anos 1920. Nas eleições que substituiriam o Presidente Epitácio Pessoa, as elites de Minas Gerais e de São Paulo indicaram o mineiro Artur Bernardes.

O candidato dessas oligarquias enfrentou o ex-presidente Nilo Peçanha, apoiado pelos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, protagonistas da chamada Reação Republicana.

No cenário de uma eleição acirrada, Artur Bernardes foi envolvido no “episódio das cartas falsas”. Trata-se de algumas publicações no jornal Correio da Manhã que eram ofensivas aos militares e que foram atribuídas ao candidato apoiado pelo governo, fato não comprovado posteriormente.

A vitória de Artur Bernardes, o fechamento do Clube Militar e a decretação da prisão de Hermes da Fonseca exaltaram os ânimos dos militares de baixa patente, que tentaram impedir a posse do Presidente com a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, repelida pelas forças fiéis ao governo.

Movimento Tenentista

Sendo uma manifestação de desgaste da arcaica política das oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, o Movimento Tenentista pode ser entendido como uma nítida oposição de alguns setores das Forças Armadas ao regime que vigorava no país.

O Tenentismo, de origem urbana, representava a luta pela implementação de um novo projeto de modernização no Brasil. 

Apresentava como bandeira a reorganização moral do Estado, propondo o voto secreto, o fim da corrupção, a defesa do nacionalismo, a modernização econômica com o rompimento de uma economia meramente agroexportadora e a reformulação na educação. 

Nesse sentido, o desejo marcante do movimento era a eliminação das estruturas da República Oligárquica.

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

Após o “episódio das cartas falsas”, os tenentes não se conformaram com a vitória de Artur Bernardes para a presidência e resolveram impedir sua posse.

Rebelando-se em Copacabana, os amotinados foram vítimas da reação das tropas fiéis ao governo. Conseguiram escapar do Forte e marcharam pelas ruas do Rio de Janeiro, acreditando que conseguiriam derrubar o presidente.

Novamente foram alvejados pela reação das forças governamentais e massacrados. Sobreviveram apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Revolta de 1924

Na cidade de São Paulo, após dois anos do fracassado episódio de Copacabana, os tenentes voltaram a se rebelar. Liderados por Isidoro Dias Lopes, os revoltosos chegaram a controlar a cidade por 23 dias. O fim se deu com os membros da revolta fugindo para o Sul do país, engrossando a chamada Coluna Prestes.

Coluna Prestes

Partindo do Sul do Brasil e contando com o apoio dos revoltosos de São Paulo, a Coluna, liderada pelo Tenente Luiz Carlos Prestes, acabou por levar o nome do principal comandante. Percorrendo o país entre 1924 e 1927, a Coluna chegou a atravessar 25 mil quilômetros do território brasileiro.

Tenente Luís Carlos Prestes na República Velha

Seus membros esperavam encontrar a melhor chance para derrubar a presidência e, enquanto as condições se mostravam desfavoráveis, percorriam o Brasil divulgando as ideias do Movimento Tenentista, buscando a mobilização popular contra o governo oligárquico.

O governo passou a combatê-los por meio de uma tropa formada por polícias estaduais, exército e por jagunços dos coronéis. O movimento foi encerrado em 1927, quando a Coluna foi desfeita ao se exilar no território boliviano. Apesar disso, o movimento contribuiu para o desgaste da ordem oligárquica.

Fundação do PCB e do BOC durante a República Velha

A década de 1920 também testemunhou o nascimento do Partido Comunista Brasileiro (PCB), um claro reflexo do sucesso dos episódios ocorridos na Rússia nos últimos anos e do amadurecimento do movimento operário no Brasil.

O Partido Comunista foi colocado na ilegalidade várias vezes durante a República Oligárquica, o que mostrava a insatisfação do governo quanto à existência de uma oposição de esquerda, que, embora recém-criada, incomodava o Estado Oligárquico.

Deve-se considerar que, a partir da criação do PCB, tomou forma mais nítida o sentimento anticomunista, que viria a ser sistematicamente reforçado, ao longo do século XX, na sociedade brasileira.

Membros da Coluna Prestes na República Velha

Já o Bloco Operário Camponês (BOC), lançado em 1927, representava os interesses dos variados movimentos de esquerda no Brasil. Como espaço partidário, o BOC elegeu alguns deputados nas eleições de 1928 e lançou Minervino de Oliveira como candidato ao cargo de presidente da República em 1930, recebendo uma quantidade pouco expressiva de votos.

É constatado que, apesar da intensa luta promovida nos anos 1920 contra o sistema político brasileiro, o país apresentou uma ruptura da ordem a partir de uma crise provocada pelo próprio núcleo dirigente, que acabou por culminar na Revolução de 1930.

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