A Batalha do Passo do Rosário representa uma das piores derrotas sofridas pelo Exército Brasileiro. Ela foi um dos conflitos que marcou a famosa Guerra da Cisplatina (12 de outubro de 1825 a 27 de agosto de 1828). Nesse post, o Estratégia Militares te conta tudo sobre os principais aspectos dessa disputa por territórios no sul do Brasil.
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O que era a região da Cisplatina?
Portugal e Espanha foram as duas grandes potências imperialistas na América do Sul. A demarcação de limites, com o intuito de dividir o território entre os dois países, sempre foi motivo de muita discussão entre eles. Isso se evidencia pelo grande número de tratados assinados pelas nações, dentre os quais destacam-se:
- Tratado de Tordesilhas: acordo assinado em 1494 que “dividia” a América com uma linha imaginária localizada a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Todas as terras localizadas à esquerda seriam da Espanha e, as localizadas à direita, de Portugal; e
- Tratado de Madrid: assinado em 1750, pôs em prática o princípio do “uti possidetis”, que determinava a ocupação efetiva da terra como reconhecimento de posse da mesma. Ou seja, a nação que estivesse ocupando o território seria o seu possuidor.
Mesmo com a existência desses tratados que delimitavam o território de maneira formal, algumas batalhas por terras foram travadas. Uma das mais conhecidas foi a Guerra da Cisplatina, que colocava em cheque uma região no sul do Brasil, onde hoje está localizado o Uruguai.
Na época, o controle dessas regiões próximas ao Rio do Prata era fundamental justamente pela importância daquelas águas. Elas eram responsáveis tanto pela comunicação da região central do país com a capital, quanto para o escoamento de mercadorias.
As principais causas do conflito
A princípio, o nome da região não era Cisplatina e sim Colônia de Sacramento. Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, D. João VI ordenou que suas tropas a tomassem para o domínio de seu Império. Neste momento ele a nomeou Cisplatina.
A forma autoritária com que as tropas portuguesas tomaram o local desagradou muito os moradores daquela região. Além disso, também aumentou a tensão que havia entre o Reino de Portugal e as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina).
Com a declaração de Independência do Brasil em 1822, houve a oficialização da Província Cisplatina em nosso território, todavia a contragosto da população daquela região.
A insatisfação dos moradores da Cisplatina fez com que eles, apoiados pelas Províncias Unidas do Rio da Prata, declarassem-na independente do Brasil no ano de 1825.
Por sua vez, no mesmo ano, o Imperador brasileiro D. Pedro I declarou guerra às Províncias Unidas e enviou tropas ao local com o intuito de recuperar o controle da região.
Vale ressaltar que naquela época o Exército Brasileiro era bem modesto. Além disso, o Brasil se encontrava em uma crise financeira. Mesmo assim, D. Pedro I investiu tudo o que podia no conflito, contratando inclusive mercenários europeus.
Entretanto, enfrentou um exército melhor preparado e acostumado com esse tipo de conflito. O que fez com que o Exército Brasileiro colecionasse derrotas.
A Batalha do Passo do Rosário
A Batalha do Passo do Rosário, também conhecida como Batalha Ituzaingó, foi precedida pelas importantes Batalha de Rincão das Galinhas e Batalha Juncal, nas quais o Brasil foi duramente derrotado.
Ela ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1827, em uma região onde hoje está localizada a cidade de Rosário do Sul (RS). A tropa brasileira, predominantemente representada pelas Armas de Infantaria, Cavalaria e Artilharia, foi comandada pelo Visconde Barbacena. Enquanto o exército adversário foi comandado por Carlos Maria de Alvear.
A batalha durou mais de 10 horas e, dado o fato de mais uma derrota iminente e mais de mil homens mortos, o Exército Brasileiro decidiu recuar. A partir daí, com ambos os exércitos desgastados após meses de conflito, foi assinado um acordo de paz.
Quais foram as principais consequências do conflito?
As consequências da guerra não foram satisfatórias nem para o Brasil nem para a Argentina (Províncias Unidas). O intuito da Argentina era anexar a Cisplatina ao seu território e o do Brasil era continuar com o território sob seus domínios.
Entretanto, a Província da Cisplatina se declarou independente, dando origem à república uruguaia.
Além da perda da região, o Império brasileiro teve que enfrentar o agravamento da crise financeira gerada pela guerra.
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