Já parou para pensar como os movimentos dos corpos celestes influenciam os processos naturais do nosso planeta? Os movimentos que a Terra executa refletem diretamente nas sucessões dos dias e das noites, bem como nas estações do ano.
Outro exemplo é a Lua, nosso satélite natural, cujos movimentos causam consequências como: elevação ou subsidência das marés e eclipse lunar ou solar.
Esses temas não são tão cobrados nos concursos militares; no entanto, é muito importante estudá-los, uma vez que eles estão diretamente relacionados ao fuso horário, à climatologia e à hidrografia.
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Rotação da Terra
O movimento de rotação é aquele em que a Terra gira em torno de si mesma. Ele é realizado de Oeste para Leste (sentido anti-horário). Dessa forma, o Sol nasce a Leste e se põe a Oeste, por isso que o Japão é conhecido como a “Terra do Sol Nascente”, pois é um dos primeiros países a receber a luz solar.
A volta completa do nosso planeta em torno do seu próprio eixo dura 24 horas (dia solar) – mais precisamente, 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 centésimos (dia sideral). Logo, a sucessão dos dias e das noites depende do movimento de rotação.
Considerando que nem todas as partes da superfície da Terra são iluminadas ao mesmo tempo, houve a necessidade de estabelecer horários diferentes em diversos países. A padronização adotada ficou conhecida como fuso horário.
Além disso, a rotação provoca o movimento aparente do Sol. Durante anos, a humanidade acreditou que a Terra era fixa no espaço e que os corpos celestes giravam em torno dela, teoria conhecida como Geocentrismo.
No entanto, cientistas provaram o contrário, isto é: a Terra é quem gira em torno do Sol (Heliocentrismo).
Translação da Terra
O movimento da Terra em volta do Sol é conhecido como Translação e acontece no sentido Oeste para Leste.
Essa trajetória, também chamada de percurso ou órbita – possui um formato elíptico (“esfera achatada”) que dura 365 dias para fechar uma volta completa. Mais precisamente, 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 2 segundos.
Esse excedente além dos 365 dias é o responsável pelos anos bissextos, isto é, um dia a mais a cada 4 anos, fazendo com que o mês de fevereiro tenha 29 dias.
Diferentemente do movimento de rotação, o movimento de translação não é uniforme e possui uma velocidade muito maior, em torno de 110 mil km/h.
Dependendo do ponto (local) em que a Terra está na trajetória elíptica de translação, nosso planeta está mais perto do Sol (periélio) ou mais afastado (afélio).
Em outras palavras, a distância varia entre, aproximadamente, 148 e 153 milhões de km. O periélio ocorre em torno do dia 4 de janeiro (maior velocidade do movimento de translação) e o afélio ocorre por volta do dia 4 de julho (menor velocidade).
Estações do ano e inclinação da Terra
Então, quando estamos no periélio é verão e quando estamos no afélio é inverno?
Não, pois graças ao eixo de inclinação da Terra (23°45’), as estações do ano não são as mesmas nos hemisférios Norte e Sul. Na verdade, elas são opostas.
Um exemplo: nas decorações de Natal mostradas nos filmes sempre vemos bonecos de neve, não é mesmo? Isso ocorre porque é inverno no hemisfério Norte, mas, no fim do ano, é verão no hemisfério Sul. O mesmo acontece com a primavera e com o outono.
Além disso, a incidência da radiação solar não é a mesma ao longo do ano nos diversos pontos da Terra. Isso também acontece por causa do eixo de inclinação. Para tanto, existem dois nomes específicos:
- Equinócio: dia e noite com a mesma duração, acontece quando o raio solar incide perpendicularmente na Linha do Equador. Ocorre entre 20 e 23 de março, quando se inicia o outono no hemisfério Sul (primavera no hemisfério Norte) e entre 20 e 23 de setembro, quando se inicia a primavera no hemisfério Sul (outono no hemisfério Norte); e
- Solstício: maior diferença de duração entre os dias e as noites, quando a luz solar incide perpendicularmente em um dos trópicos (Câncer ou Capricórnio). Ocorre entre 20 e 23 de junho, quando se inicia o inverno no hemisfério Sul (verão no hemisfério Norte) e entre 20 e 23 de dezembro, quando se inicia o verão no hemisfério Sul (inverno no hemisfério Norte).
Movimentos da Lua
Assim como a Terra, a Lua possui rotação, em torno do próprio eixo, e translação, em torno do Sol.
Além desses, existe um movimento chamado revolução, quando a Lua gira em torno da Terra numa trajetória elíptica. Se o nosso satélite natural está mais próximo do planeta, temos o perigeu (superlua) e, quando está mais distante, apogeu.
Tanto o movimento de rotação como o de revolução possuem a mesma duração, fazendo com que a gente fique com a impressão de que a Lua é estática.
Essas trajetórias levam cerca de 28 dias para se completarem, mais precisamente, 27 dias, 7 horas e 43 minutos. Considerando que o movimento de rotação da Lua e da Terra é simultâneo e no mesmo sentido, isso faz com que a gente veja sempre a mesma face lunar. A outra é conhecida como face oculta.
A Lua possui quatro fases: cheia, nova, crescente e minguante. Elas variam conforme seus posicionamentos ao redor da Terra, consequentemente, a incidência do raio solar no satélite natural varia.
Influência da Lua na Terra
Para alguns astrônomos, a Lua é mais do que um satélite natural, haja vista que ela influencia o nosso mundo, sobretudo no que diz respeito às marés.
A força gravitacional exercida pela Lua sobre a Terra é que determina a maior ou menor amplitude das marés. O movimento de revolução faz com que a área de maior massa da Lua fique sempre voltada para o nosso planeta, provocando elevada atração:
- Grandes marés: quando o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados, há Lua Cheia ou Lua Nova, causando as marés altas – também chamadas de maré de sizígia, viva, águas-vivas ou preamar; e
- Pequenas marés: quando o Sol, a Lua e a Terra formam um ângulo de 90°, há Lua Crescente ou Lua Minguante, ocorrendo marés baixas, sem grandes avanços e recuos (marés mortas ou quadratura).
Eclipse
O eclipse solar ocorre na fase da Lua Nova quando nosso satélite está entre o Sol e a Terra. Assim sendo, você deve estar se perguntando, “mas por que o eclipse ocorre eventualmente”? Porque o movimento de revolução da Lua não é alinhado ao movimento de translação da Terra.
Dependendo da sua localização no nosso planeta, o eclipse solar pode ser:
- Total: quando a Lua cobre toda a área de iluminação solar;
- Parcial: quando a Lua cobre parte da luminosidade do Sol;
- Anelar: é como se fosse o eclipse solar total, entretanto, a Lua se encontra mais afastada da Terra, de forma que o sol acaba formando um anel de luz em torno do satélite natural; e
- Híbrido: dependendo da sua localização na Terra, o eclipse será total – sombra total (umbra) – e anelar em outras áreas do nosso planeta – sombra parcial (penumbra).
O eclipse lunar ocorre na fase da Lua Cheia e pode ser:
- Total: quando a Lua está totalmente na umbra, formada pela sombra do nosso planeta. Quando o eclipse total ocorre no perigeu (superlua), esse fenômeno é chamado de Lua de Sangue;
- Penumbral: quando a Lua está totalmente na penumbra, ficando parcialmente escura; e
- Parcial: quando uma parte da Lua está na umbra e a outra na penumbra.
E aí? Gostou desse conteúdo cheio de curiosidades sobre o movimento da Terra e da Lua? Aproveite para ler mais conteúdos interessantes que podem cair em seu Concurso aqui no portal Estratégia Militares
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Conteúdo didático elaborado pelo professor Saulo Teruo Takami.