Brasil na 2ª Guerra Mundial e a atuação da FEB

Brasil na 2ª Guerra Mundial e a atuação da FEB

Quer saber tudo sobre como foi a participação do Brasil na 2ª Guerra e a história dos heróis da FEB? O Estratégia Militares trouxe todas as informações sobre a participação brasileira no maior marco histórico do século passado e como o país se tornou herói nas terras italianas.

Contexto histórico da Segunda Guerra Mundial

Após a 1ª Guerra Mundial, os países membros da Tríplice Entente (Aliados), se reuniram na Conferência de Paris, em 1919, onde foi produzido o Tratado de Versalhes, o qual definia os termos de paz e as punições para as nações derrotadas da Tríplice Aliança.

A Alemanha foi o país mais penalizado pelo Tratado de Versalhes, pois, além da imensa multa indenizatória, no valor de 33 milhões de dólares, os alemães perderam parte do seu território continental, suas colônias no continente africano e ultramarinas, e foram obrigados a reduzir o poderio militar de seus exércitos, sendo proibida de constituir a aviação militar.

A Itália, apesar de ter lutado ao lado dos vencedores da 1ª Guerra, não teve atendida as suas reivindicações acerca da distribuição das colônias alemãs na África. O sentimento de traição e a perda da ajuda financeira dos Aliados, desestabilizou a economia e a população. 

Assim, os chamados “Camisas Negras”, grupo de extrema direita criado por Benito Mussolini, ganhou força, com o apoio da burguesia italiana, a fim de manter a ordem capitalista na Itália. Pouco tempo depois, apoiado por diversos setores da sociedade, o grupo deu origem ao Partido Nacional Fascista.

Em 1922, após a Marcha sobre Roma, o rei italiano, Vítor Emanuel II, nomeou Mussolini para o cargo de primeiro-ministro e o Parlamento lhe concedeu plenos poderes para organizar um novo gabinete. Os fascistas tomaram o poder na Itália, sem disparar um só tiro.

Em 1929, a bolsa de valores dos Estados Unidos (Wall Street) quebrou, e levou o mundo a uma das maiores crises financeiras de todos os tempos. Ambiente perfeito para a ascensão de governos extremistas.

Década de 30: os eventos Pré-Guerra

Os italianos, em 1935, por meio de Benito Mussolini, invadiram o Império Etíope (também conhecido como Abissínia). Na Espanha, o General Francisco Franco, entre 1936 a 1939, tomou o poder e implantou a ditadura fascista, por meio da “Guerra Civil Espanhola”.

O Japão, em 1937, ocupou Pequim e avançou pelo interior da China reprimindo as forças chinesas e obrigando o governo local a se deslocar para o sudoeste do país. Em outra frente, os japoneses invadiram a União Soviética e a Mongólia, entre 1938 e 1939. Porém os exércitos soviéticos e chineses, conseguiram reprimir os ataques japoneses.

A Alemanha após o acordo com a Itália, na criação do eixo Roma-Berlim, a união militar com o Japão e a anexação da Áustria, assinou um tratado de não agressão com os soviéticos, em 1939.

Resumo do conflito

Na manhã de 1º de setembro de 1939, o Exército alemão invadiu o Corredor Polonês. Os poloneses foram massacrados pela velocidade dos ataques terrestres alemães, apoiados pela Luftwaffe (aviação nazista), nos quais tinham o conceito de guerra conhecida como “Guerra Relâmpago”.

O Brasil, na tentativa de manter o conflito distante do seu território, declarou-se neutro ao conflito. O Presidente Getúlio Vargas, declarou, em 1939,  que o país era carente de meios militares e econômicos para sustentar uma guerra.

Porém, as pressões da guerra atingiam a todos. Os países pan-americanos se reuniram em três conferências (do Panamá, em 1939; de Havana, em 1940 e do Rio de Janeiro, em 1942) e consolidaram a integridade do continente americano e a inviolabilidade dos territórios continentais e ultramarinos.

Brasil na Segunda Guerra

O Eixo (Alemanha, Itália e Japão) avançava sobre a Europa, norte da África e Ásia de maneira avassaladora. Até que os planos ambiciosos de Hitler deram errado, nos ataques simultâneos às cidades de Stalingrado e o Cáucaso.

Com o exército alemão dividido, o contra-ataque soviético foi o clima a seu favor. O inverno soviético não foi planejado por Hitler. O exército nazista foi sendo vencido pela fome, pelo frio e pelas doenças.

Com o ataque japonês à Base Naval de Pearl Harbor, em 1941, o presidente brasileiro, Getúlio Vargas, dirigiu-se ao presidente estadunidense, Franklin Delano Roosevelt, informando-o que o Brasil estava solidário com os Estados Unidos.

Contrários ao posicionamento brasileiro, os alemães e italianos iniciaram a guerra submarina contra o Brasil, afundando diversos navios mercantes na costa brasileira. A opinião pública reagiu exigindo imediato revide, o que formalizou a declaração de guerra contra o Eixo, pelo Brasil em 1942. 

A vitória da União Soviética sobre o exército alemão, em Stalingrado, foi o ponto de inversão da 2ª Guerra. A repressão contra o Eixo foi aumentando, enquanto o Brasil e os Estados Unidos entravam na Guerra.

O Ministro da Guerra brasileiro, General Eurico Gaspar Dutra, organizou as tropas brasileiras e criou a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. As tropas foram treinadas e modernizadas nos moldes e estratégias de combate norte-americanas.

O envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi fundamental para a vitória dos Aliados na Itália. A FEB se integrou ao 5º Exército americano, com o efetivo de mais de 25 mil combatentes, sob o comando do general Mascarenhas de Morais.

As diversas frentes de batalha e a entrada dos EUA e do Brasil, na Segunda Guerra, minaram os membros do Eixo, até a conquista de Berlim, pela União Soviética. 

No dia 7 de maio, os representantes do comando nazista assinaram a sua rendição em uma escola, em Reims, na França. Ali foi oficialmente marcado o fim da 2ª Guerra Mundial.

Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

O Brasil teve uma participação heróica na 2ª Guerra Mundial, através da Força Expedicionária, do 1º Grupo de Aviação de Caça, da Força Aérea Brasileira e do transporte de tropas, vigilância e escolta dos navios, pela Marinha do Brasil.

Em território italiano, a FEB tinha inicialmente a missão de impedir o deslocamento alemão para a França. As primeiras vitórias brasileiras ocorreram em setembro de 1944, com a tomada das localidades de Massarosa, Camaiore e Monte Prano

No início de 1945, os “pracinhas” (combatentes brasileiros), receberam a missão de conquistar Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, localidades dominadas pelos nazistas. 

Força Expedicionária Brasileira
Símbolo da FEB

A participação brasileira foi além do combate terrestre. As tropas de apoio médico e logístico do Brasil foram fundamentais para a vitória dos Aliados no conflito. Pela primeira vez, houve a participação de mulheres, atuando como enfermeiras e médicas, pelo Exército Brasileiro.

Curiosidades

  • Os Estados Unidos construíram bases aéreas nas cidades de Belém, Natal e Recife, para o apoio das tropas Aliadas na África e assegurar a integridade do nordeste brasileiro;
  • No Brasil, existia o dito popular que dizia ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. A FEB, em resposta à estes, adotou como lema “A cobra está fumando”;
  • A Marinha do Brasil destruiu mais de 60 submarinos alemães, durante suas patrulhas no Atlântico Sul;
  • A expressão “Senta a Pua”, foi uma gíria da época que significava, nos dias de hoje: “Manda a bala!”;
  • O 1ºGAvCa (Grupo de Aviação de Caça) é também conhecido como Esquadrão Jambock;
  • A aliança do Brasil com os Estados Unidos, inundou o país com mercadorias norte-americanas como a lâmpada e os rádios General Eletric, o sabonete Palmolive, os filmes Kodak, a aveia Quaker e a Coca-Cola;
  • A indústria cinematográfica também criou personagens estereotipados brasileiros, como o Zé Carioca, além da promoção da cantora e atriz brasileira Carmen Miranda.

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