Manuel Luís Osório: conheça o patrono da cavalaria do Exército Brasileiro

Manuel Luís Osório: conheça o patrono da cavalaria do Exército Brasileiro

Você tem vontade de ser oficial ou praça do Exército? Então, confira o artigo que o Estratégia Militares preparou para você sobre Manuel Luís Osório, o patrono da cavalaria do Exército Brasileiro.

Osório: da infância ao militarismo

Manuel Luís Osório, que viria a se tornar o Marquês do Herval, nasceu no dia 10 de maio de 1808, na Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio. Atualmente, a Vila corresponde às cidades de Osório e Tramandaí, localizadas a leste de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Seu pai, Manuel Luís da Silva, era um ex-combatente das forças imperiais que participou da guerra da Cisplatina e era, também, um estancieiro, o que proporcionou ao futuro patrono da cavalaria a familiaridade com os cavalos da sua família. Sua mãe era filha de grandes proprietários de terras, na região rio-grandense.

Aos 14 anos de idade, Manuel Osório se alistou voluntariamente na Cavalaria da Legião de São Paulo, atual 5º Regimento de Cavalaria Mecanizada. Com a mesma idade participou de sua primeira batalha, também denominada como o “batismo de fogo”.

Batismo de Fogo

O primeiro conflito que Osório participou foi às margens do arroio Miguelete, em 1823, durante a Guerra de Independência do Brasil. Lá, Osório lutou contra as forças repressoras portuguesas, ao lado de seu pai, e foi comandado pelo Brigadeiro D. Álvaro da Costa. Aos 15 anos, tornou-se cadete e, posteriormente, alferes no 3º Regimento de Cavalaria.

A carreira militar de Osório

No ano de 1825, o Alferes Osório foi designado para lutar na Guerra da Cisplatina, que ocorreu no sul do Brasil. Lá, teve atuação destacada na batalha de Sarandi por sua bravura e por ser o único oficial do seu esquadrão a sobreviver. Além disso, Osório também salvou a vida de seu comandante.

Batalha do Passo do Rosário ou Ituzaingó

Em 1827, Osório foi designado a lutar na região do rio Santa Maria no que é registrado como a maior batalha campal em território brasileiro. O conflito foi ocasionado pela desanexação da Província da Cisplatina do Império brasileiro e contou com mais de três mil combatentes do Império.

Osório foi combatente pelo 5º Regimento de Cavalaria, comandado pelo Tenente-Coronel Filipe Néri de Oliveira. Nesse conflito, Manuel lutou ao lado de Emílio Mallet, o patrono da Artilharia.

O exército uruguaio teve apoio do exército argentino na luta contra as tropas imperiais brasileiras. O exército do Império brasileiro passou por dificuldades no conflito, que durou onze horas. As tropas brasileiras estavam cansadas, o que ocasionou o recuo dos combatentes do Império. 

No entanto, como as tropas argentinas e uruguaias também recuaram no campo de batalha, surgiu uma discussão que perdura até os dias atuais sobre quem venceu o conflito. 

No fim do mesmo ano, Osório foi promovido a Tenente e participou da negociação que ocasionou a assinatura da Convenção Preliminar de Paz, que pôs fim às pretensões territoriais do Império brasileiro sobre a Cisplatina.

Participação de Osório na Guerra dos Farrapos

Em 1835, ocorreu a Revolução Farroupilha na província do Rio Grande do Sul, considerada a mais longa revolta brasileira. O conflito durou cerca de 10 anos e a revolta foi liderada pelos charqueadores e fazendeiros de gado gaúchos. 

Os revoltosos estavam insatisfeitos com os altos impostos cobrados pela coroa sobre os produtos rio-grandenses, enquanto os importados dos países da região do Prata pagavam taxas menores.

Osório se juntou à Revolução Farroupilha, combatendo contra as forças imperiais, pois concordava com as reivindicações. Ele lutou até a proclamação da República de Piratini, momento em que o movimento tornou-se separatista, o que levou Osório a abandonar os revoltosos e a lutar pelo Exército Imperial.

Durante a Guerra dos Farrapos, Manuel Osório combateu os revoltosos nas cidades de Porto Alegre, Caçapava do Sul e Herval. Foi na cidade de Herval que Osório se destacou em combate contra os lanceiros negros – tropa de soldados negros que lutavam pela manutenção da República de Piratini.

Uma curiosidade é que foi na Guerra dos Farrapos que Osório conheceu e lutou com Luís Alves de Lima e Silva, aquele que viria a se tornar o Duque de Caxias.

Ao fim do conflito, Osório já ocupava o posto de Tenente-Coronel e era comandante do 2º Regimento de Cavalaria Ligeira. Durante as negociações, Manuel Osório auxiliou Caxias na elaboração do Tratado de Paz de Poncho Verde. Dentre os acordos assinados, na ocasião, estava a integração dos lanceiros negros ao 2º Regimento de Cavalaria, que Osório comandava.

Marechal Osório: patrono da cavalaria
Fonte: Wikimedia / Monumento eqüestre o General Osório, na Praça da Alfândega, em 
Porto Alegre, Brasil. Obra de H. Leão Velloso, de 1933 | Foto tirada por Ricardo André Frantz 

Guerra contra Rosas e Oribes

Em 1851, o Tenente-Coronel Osório é enviado para o Uruguai para lutar contra o ditador argentino Juan Manuel Rosas. O conflito entre o Brasil, Argentina e Uruguai aconteceu por causa da disputa pela influência no Paraguai e pela hegemonia na navegação do Rio do Prata.

Osório comandou o 2º Regimento de Cavalaria e obteve grandes vitórias nas batalhas, com destaque para a vitória de Monte Caseros, que resultou na sua promoção ao posto de Coronel em pleno campo de batalha.

Guerra da Tríplice Aliança

O conflito entre o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai foi decisivo na vida de Osório. Ele era o militar de maior prestígio na região do Prata, o que lhe permitiu receber o comando do 1º Corpo do Exército Imperial, instalado na região do Payssandu.

Porém, devido aos acordos diplomáticos, o comando geral das operações da guerra foi dado ao General argentino Bartolomé Mitre, um grande desafeto de Osório.

As ações de Osório foram de extrema importância para a vitória da Tríplice Aliança na guerra. Já como Marechal-de-Campo, comandou as tropas imperiais que invadiram o Paraguai e venceu, em maio de 1866, a batalha de Tuiuti, considerada a maior de toda a guerra.

O Marechal também combateu em Humaitá, Itororó e Avaí; nessa última batalha, porém, foi atingido no rosto por um inimigo de tocaia, que fraturou seu maxilar esquerdo.

Mesmo com o ferimento, o Marechal continuou no campo de batalha, encorajando suas tropas. Esse ferimento foi representado em seu brasão por três estrelas douradas.

Carreira política e o falecimento de Osório

Após ser substituído na guerra, Osório recebeu, em 1868, o título de Marquês do Herval e passou a exercer a função de senador pelo Rio Grande do Sul. Em 1878, foi nomeado Ministro da Guerra do Partido Liberal. 

O Marechal Manoel Luís Osório faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de outubro de 1879, aos 71 anos. 

Em 27 de maio de 2008, por meio da Lei 11.680, o nome do Marechal foi escrito no livro de Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. Atualmente, o corpo embalsamado de Osório está guardado no Parque Osório, em Tramandaí, local do seu nascimento.

Em sua homenagem, no dia 10 de maio é comemorado o “Dia da Cavalaria” pelo Exército Brasileiro.

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Referências 

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