Dia da Aviação de Reconhecimento: história, esquadrões e muito mais!

Dia da Aviação de Reconhecimento: história, esquadrões e muito mais!

Você sabia que no dia 24 de junho é celebrado o Dia da Aviação de Reconhecimento da Força Aérea Brasileira? Relembre neste artigo que o Estratégia Militares preparou para você os principais fatos históricos dessa aviação!

O Ministério da Aeronáutica foi criado no dia 23 de outubro de 1941 por meio do decreto-lei 4.881 e unificou a aviação militar brasileira que antes era dividida entre o Comando de Aviação do Exército e o Comando da Força Aeronaval

A data é referência ao primeiro voo do mais pesado que o ar, o conhecido 14 bis, pelo pai da aviação, Alberto Santos-Dumont, que decolou do campo de Bagatelle, na França, em 1906.

A busca por dados de inteligência e o monitoramento de áreas de interesse brasileiro são as principais funções da Aviação de Reconhecimento da FAB. 

Origem da Aviação de Reconhecimento 

A origem da aviação deu-se na Guerra do Paraguai, com a utilização de balões de gás para o monitoramento da movimentação das tropas inimigas. Anos mais tarde, em 1956, na Base Aérea de Natal (BANT), a Esquadrilha de Adestramento da Base, equipou oito aviões North American T-6  com armamentos destinados a missões operacionais de ataque e reconhecimento.

Juntamente com o armamento, as aeronaves receberam a pintura camuflada e equipamentos de comunicações atualizados, além de receberem a nova designação na FAB, que os batizou como TF-6.

Assim, em 1965, a FAB criou as Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque (ERA), as quais tinham uma grande gama de atividades a serem desempenhadas, dentre elas:

  • Repressão ao contrabando;
  • Patrulhamento de fronteiras;
  • Reconhecimento foto-visual;
  • Bombardeio de plantações de drogas ilícitas, entre outras.

Missões da Aviação de Reconhecimento

Ao longo dos anos, as Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque foram reformuladas, visando atender as necessidades de defesa interna do país. Dessa forma, foram adicionadas diversas aeronaves modernas, capazes de serem empregadas em diversos cenários e situações que garantam a soberania do espaço aéreo brasileiro.

Atualmente, a Aviação de Reconhecimento contribui com imagens e dados utilizados para o monitoramento e a análise de:

  • Invasão de fronteiras;
  • Crescimento das cidades;
  • Mapeamento digital da superfície terrestre brasileira;
  • Curso dos rios;
  • Queimadas;
  • Desmatamentos;
  • Pistas em aeródromos clandestinos;
  • Garimpos; entre outros.

Esquadrões e aeronaves da Aviação de Reconhecimento

Atualmente, a FAB conta com quatro esquadrões de voo da Aviação de Reconhecimento.

Esquadrão Poker 1º/10º GAV

O Esquadrão Poker, pertencente ao Primeiro do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV) foi criado em 24 de março de 1947 e ativado, de fato, no dia 1º de abril do mesmo ano. O Esquadrão pertence à ALA 4, na cidade de Santa Maria (RS) e é o operador da aeronave a jato RA-1, baseado no caça A-1 AMX. O lema do Esquadrão é ”Da Pátria os olhos! Poker!”.

A-1 AMX FAB Aviação de Reconhecimento
Divulgação: Agência Força Aérea/Ten Enilton

Esquadrão Carcará 1º/6º GAV

O Esquadrão Carcará, pertencente ao Primeiro do Sexto Grupo de Aviação (1º/6º GAV) foi criado em 24 de janeiro de 1951. O Esquadrão pertence à ALA 2, localizada em Anápolis (GO) e é o operador das aeronaves Learjet R-35AM, empregadas em missões de aerolevantamento, inteligência de sinais e inteligência de imagens. O lema do Esquadrão é “Os olhos do Ar, Carcará!”.

Esquadrão Guardião 2º/6º GAV

O Esquadrão Guardião, pertencente ao Segundo do Sexto Grupo de Aviação (2º/6º GAV), foi criado em 18 de janeiro de 1999. O Esquadrão pertence à ALA 2, também localizada em Anápolis (GO) e é responsável pelo Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). 

O Esquadrão opera as aeronaves R-99 e E-99M, que passaram recentemente por uma profunda modernização, que garantirão a superioridade do Brasil na defesa aérea, principalmente relativo à guerra eletrônica, pelos próximos anos, por meio dessa aeronave. O lema do Esquadrão é “Da pátria, os olhos! Selva!”.

R-99 Aviação de reconhecimento FAB
Divulgação: Agência Força Aérea/Ten Enilton

Esquadrão Hórus 1º/12º GAV

O Esquadrão Hórus, pertencente ao Primeiro do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1º/12º GAV), foi criado em 29 de abril de 2011. O Esquadrão pertence à ALA 4, localizada  na cidade de Santa Maria (RS) e é o operador das Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) RQ-450 Hermes e o RQ-900 Hermes.

Elas  são empregadas em missões de controle aéreo avançado, posto de comunicações no ar e de reconhecimento aéreo. O lema do Esquadrão é “À espreita, Hórus!”.

Hermes 900 Aviação de Reconhecimento FAB
Divulgação: Agência Força Aérea/Sgt Rezende

Desde os primeiros treinamentos antes da Segunda Guerra Mundial, os aviões de caça voam juntos em esquadrilhas, com o objetivo de um “cobrir” o outro. A lógica é simples: quanto mais olhos no céu, menor a chance do inimigo passar despercebido. 

O avanço tecnológico proporcionado pelo E-99M resulta na capacidade da troca de dados em pleno voo. Além de se falarem, os pilotos podem compartilhar informações disponíveis nos seus sistemas, como os alvos captados pelo seu radar. Na cabine dos caças, é como trocar um velho celular que serve só para falar por um smartphone que pode enviar fotos e vídeos. 

As esquadrilhas são como “redes de amigos”, que podem reunir mais de mil aeronaves conectadas. Na prática, a nova tecnologia, o datalink, traz inúmeras novidades táticas. Em um ambiente de guerra eletrônica moderna, por exemplo, o radar ajuda a encontrar os alvos hostis, mas ao mesmo tempo revela a posição do caça que ligou seu equipamento. 

Com o datalink, um caça pode ingressar na zona de combate sem denunciar sua localização, mas contando com todos os dados emitidos por um companheiro que esteja a dezenas de quilômetros de distância. É possível até lançar mísseis com base nas informações emitidas por outro avião. 

Fora das situações de guerra, o datalink também ajuda nas missões de patrulha do espaço aéreo na fronteira do Brasil, hoje realizadas por caças A-29 Super Tucano. Sem radar a bordo, esses aviões precisam receber ordens via rádio dos aviões E-99M, equipados com radares capazes de detectar alvos a centenas de quilômetros de distância. 

Com a conexão de dados, os pilotos de A-29 podem visualizar as informações nas suas próprias cabines, como se o próprio caça tivesse o radar do E-99M. As possibilidades vão bem além do uso do radar. 

É possível a transmissão de imagens ópticas ou de outros tipos de sensores, além do envio de textos entre as aeronaves e a base de operações. Uma aeronave pode enviar a imagem de um alvo para outra aeronave ou para um centro de comando e controle, a fim de verificar sua correta identificação, além de um comandante poder acompanhar visualmente o desenrolar de uma operação.

O uso do datalink depende da importância tática da aeronave, mas, tecnicamente, qualquer avião ou helicóptero pode ingressar na rede datalink, além das estações de controle em solo. 

Mapeamento da Amazônia pela Aviação de Reconhecimento

Desde 2014, há uma parceria entre o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Serviço Geológico do Brasil (conhecido pela sigla CPRM), o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira, que buscam o mapeamento de áreas suscetíveis a deslizamentos de terra, enxurradas e inundações em 42 municípios da Amazônia Legal. 

O objetivo é produzir cartas topográficas que identifiquem áreas próprias para a ocupação humana, diminuindo o surgimento de novas áreas de riscos e contribuindo para o planejamento urbano e gestão dos recursos hídricos.

A FAB sobrevoou a maioria desses municípios produzindo imagens através do sensor ADS 80 – uma câmara de alta resolução espacial instalada nas aeronaves de reconhecimento R-35 Learjet. Com sete sensores lineares multiespectrais, o equipamento gera imagens contínuas ao longo das faixas de voo com um nível de detalhamento suficiente para delinear objetos de 35 centímetros.

A decodificação dessas imagens é realizada em Brasília, em um equipamento adquirido  pelo Censipam, no qual foram investidos R$ 3 milhões. O Censipam já tem as imagens espaciais produzidas durante o Projeto Cartografia da Amazônia e essas estão sendo utilizadas para os planejamentos estratégicos na região amazônica.

Agora que você já sabe sobre a Aviação de Reconhecimento da FAB, confira os cursos preparatórios para as carreiras militares do Estratégia Militares! Não deixe de conferir também o Portal do Estratégia Militares! Assim você fica por dentro dos assuntos militares e garante a sua aprovação! Vem ser coruja!

CTA AFA

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